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“Das auto interpretações…! ”

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José Carlos Bortoloti
Por: José Carlos Bortoloti
03/04/2025 às 14h15 Atualizada em 03/04/2025 às 14h30
“Das auto interpretações…! ”

 

“Dois instantes transformam tudo:

quando o coração se abre e diz,

com verdade: “eu amo”;

e quando, num silêncio doce,

percebe: “sou amada (o) ”.

É aí que a vida se revela inteira,

porque amar é lindo,

mas ser amor…

transcende...! ”

 

Poetisa Aurora Di Sole

Quando escrevi, sobre: “As Complexidades do Complexo Ser Humano”, já, literalmente, me aventurei em algumas interpretações, mas apenas como jornalista e escritor, com ajuda, é claro, dos que pensaram e escreveram antes.

Mas agora, saiu do vivido, da experiência sentida.

Esta, um pouco mais forte e profunda, deixa rastros que continuam sendo sentidos.

Explico:

Tive, literalmente, 3 sonhos em uma noite, sim, parecia canal de TV paga.

Em todos eles, diferenciados, um do outro, tinha uma figura, feminina, alta que parecia de corpo esbelto e belo, mas seu rosto, rodeada por um cabelo moreno, solto entre os ombros, era pura luz. Não tinha identificação.

Primeiro, fui direto, ao livro 4, da Coleção de Freud, o criador da psicanálise, lançado em 1900, portanto já 125 anos, que fala, justamente da Interpretação dos sonhos.

 Analisando quase 50 sonhos próprios e centenas de sonhos relatados na literatura. Há época Freud chega à conclusão: “de que o sonho é realização disfarçada de um desejo reprimido, muitas vezes de origem infantil. Isso constitui o tema dos três capítulos seguintes do livro. Já o capítulo 6: estuda os mecanismos que o “trabalho do sonho” utiliza para disfarçar ou deformar o desejo: a condensação e o deslocamento do material. Também as formas de representação com símbolos são abordadas. ”

Respeitado os estudos do psicanalista, não me foi suficiente, muito generalista e vago, para os dias de hoje.

Eu precisava de outra opinião.

Busquei em uma colega de profissão, mais vivida e sábia do que eu, naturalmente, e lhe contei a versão da imagem que aparecia sem aparecer, o que me deixou intrigado.

Sua resposta foi profunda e esclarecedora.

Disse-me ela:

Isso representa que você deixou marca nele tão profunda que nem em sonho ele consegue te esquecer. A luz no rosto é a idealização — ele te vê como algo além do real. E o corpo presente é a lembrança do desejo, da presença. Você o visitou porque ele te chamou com o pensamento. E você ficou porque, no fundo, também quis ficar.

 

Só não a nomino, por respeito ao pensamento e por não ter lhe perguntado se poderia utilizar, palavras bem ditas e interpretadas à luz, do recebimento de tais pensamentos.

Vejam que a jornalista, já coloca a resposta com um personagem para ser direta e compreendida, ela analisa sob os dois aspectos: O do sonhador e a protagonista dos sonhos, acima descrito.

Volto a Freud: os sonhos são expressões deformadas ou simbólicas de desejos reprimidos ...! ”.

Por óbvio, fui buscar no inconsciente, tais expressões. Confesso, não encontrei desta forma.

Volto, à lembrança, de minhas “aventuras noturnas”, e sim lá está um ser belo, de muita luz, e quem sabe idealizo, inconscientemente, e ao trazer à razão. Veem-me, primeira interpretação do que penso. E só enxergo, pequenos reflexos disso em minha própria consciência.

Por isso concordo, por obviedade, com o pensador, mas conforta-me, mais as palavras da jornalista.

Ela me foi mais realista. Sim, me trouxe mais a razão, e separei das emoções,

Assim consigo me enxergar, dentro de minhas próprias complexidades,

Se tenho tais ideais? Sim!

Porém, um grande professor, me disse e registrei:

Ideal é o que é real mais o possível.

Transfiro para meu sonho, e me gerou mais dúvidas ainda.

Para ser possível, tem que ter, indubitavelmente, a aceitação do outro.

Tendo esta aceitação, vou de trás para frente na frase do professor e respondo:

Sim, aí seria real.

Mas em meio a esta confusão toda de pensamentos, entre a análise, o que existe de estudos, e o que a jornalista me trouxe, me concentro muito mais na razão e, por enquanto, deixo de lado as emoções.

Por isso me tocou tanto, a interpretação da colega, ela foi certeira, eis a experiência de vida, deste grande ser.

Mas fiquei intrigado, pela análise direta do personagem sonhado, ou participante do sonho.

E tudo isso gerou mais perguntas do que respostas.

Por isso, penso, e tenho certeza, não dói.... Preciso me analisar mais, a luz da razão e por que não das emoções.... De meus sonhos, pensamentos, e autoanálises geradas.

Hoje, discordo, da posição de Freud que: 

“...que a vida humana é um conflito entre as tendências sexuais e as fórmulas morais e limitações sociais impostas ao indivíduo...! ”

Tenho por princípio, respeitar valores e princípios, (não fui redundante, diz questão e ser incisivo) porém não me deixo levar pelo que me é imposto, por alguem, ou por uma coletividade.

Mas prometo a mim mesmo, continuar me analisando cada vez mais, seja por meus sonhos, sonhados, ou por meus sonhos de idealização, (aqui entra a razão).

Vou procurar pensar mais.... Sei que não dói.... Enquanto não houver emoções.

Depois disso, poderão haver, efeitos colaterais sim.

Abro para suas reflexões. Estou idealizando?

 

 

Leituras & Interpretações da Madrugada

José Carlos Bortoloti

Escritor – Articulista –

Passo Fundo – RS

Colaborador da Revista No Ponto do Fato.

 

 

 

 

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