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E os Princípios...!

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José Carlos Bortoloti
Por: José Carlos Bortoloti
31/03/2025 às 10h31
E os Princípios...!

O homem sem princípios é também comumente um homem sem caráter; pois, se tivesse nascido com caráter, teria experimentado a necessidade

de criar princípios para si.

 

Sébastien-Roch Chamfort

 

Tenho um amigo, jurista, filósofo por natureza que utiliza seguidamente, conforme o assunto que discutimos um aforismo (texto breve que enuncia uma regra, um pensamento, um princípio ou uma advertência.); Imperativo Categórico.

E tem uma história que ele gosta de contar para contextualizar a máxima.

Nós enquanto cidadãos, homens da “polis”, em uma civilização, por óbvio, tentamos chegar o mais próximo possível do contexto do autor em epígrafe.

Todos nossos princípios têm como base a educação familiar, de onde começamos a formar nosso caráter. É de lá que vem as regras que não estão escritas, mas gravadas em nosso subconsciente.

Tratar bem os mais velhos, respeitar pai, mãe e as mulheres, cumprir as leis... E assim por diante. Em uma boa educação familiar estes detalhes fazem parte do ser e, consequentemente, podem ou não ter ajudado na formação do caráter.

Estamos em uma época um pouco “apavorante”, para não dizer alienada, para os Brasileses: Aproxima-se o ano de novas eleições. Ou seja: Hora de fazermos o “Tema de Casa”.

Sim agora é onde tudo começa. Se fizermos bem feito, certamente não teremos a ausência de “escrúpulos” tão comum hoje, em todos os homens ditos “públicos”. De um simples vereador à um Ministro do STF.

Um imperativo categórico, é um dos principais elementos da filosofia do pensador alemão Immanuel Kant. Sua ética e moral têm como base esse preceito. Para o filósofo alemão, imperativo categórico é o dever de toda pessoa de agir conforme os princípios que ela quer que todos os seres humanos sigam, que ela quer que seja uma lei da natureza humana.

E é. De certa forma. Porém o indivíduo da “polis” nem sempre age desta forma.

 O mais comum que podemos exemplificar começa com as próprias crianças, quando ela encontra uma placa que diz: ”. Não jogue lixo no chão...! ”.

Aqui entra o aforismo do filósofo alemão. A criança por educação familiar já sabe disso e dificilmente o fará. Mas poderão observar que junto a uma placa Qualquer de “proibido”, está junto as ações que ela avisa.

O que o pensador alemão quis dizer com tudo isto?

Vamos ver como foi colocado: O Ser "age somente segundo uma máxima por meio da qual possas querer ao mesmo tempo que ela se torne lei universal."

De outra forma "age de tal maneira que a máxima de tua vontade possa valer igualmente em todo tempo como princípio de uma legislação universal."

E ainda "age de tal sorte como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, por tua vontade, lei universal da Natureza."

Por isso que age de tal maneira que trates sempre a humanidade, tanto em tua pessoa quanto na de qualquer outro nunca simplesmente como meio, mas ao mesmo tempo e simultaneamente como fim.

O imperativo categórico assemelha-se a lei áurea bíblica: "Não faças com os outros aquilo que não queres que faças contigo."

Se sabemos de tudo isto porque ainda fazemos o contrário, inclusive da lei máxima bíblica?

Ouso responder com uma pergunta: Na gênese, da metáfora bíblica da Criação de Deus, se o Próprio não houvesse dito à Eva para “ não comer a maça”, Eva teria comido?

Se seguirmos a máximo do filosofo alemão não. Então não teríamos tido o “pecado original”.

Exatamente. Está em nosso subconsciente cobiçar o que não podemos. É uma espécie de transferência genética cultural. Está com o homem há milénios.

Não cobices a mulher do próximo... só não avise qual a mulher, pois será a primeira coisa que ele (a) fara.

  O Imperativo Categórico é uma das ideias centrais para a adequada compreensão da moralidade e da eticidade.

Tanto que o pensador alemão deixa dito, em sua obra mais conhecida: Crítica da Razão Pura:

Duas coisas me enchem o ânimo de admiração e respeito: o céu estrelado acima de mim e a lei moral que está em mim. 
Em outras palavras se tudo isto está dentro da ética pessoal do brasilês: por que ele não coloca em prática?

Pergunte-se primeiro se foi ensinado por teus pais; Em seguida se com tal caráter ages assim junto à comunidade em que vive. Se a resposta for sim tem caráter e faz jus ao imperativo categórico.

Mas se a resposta for não...

Pode pensar... Ainda não dói!

 

 

 

Entendimentos & Compreensões

Leituras & Pensamentos da Madrugada

de Crítica da Razão Pura

Immanuel Kant – Filósofo alemão

José Carlos Bortoloti

Escritor e Articulista

Passo Fundo – RS –

Colaborador da Revista No Ponto do Fato.

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