Quarta, 18 de Junho de 2025
13°C 25°C
São Paulo, SP

DIA DOS ESPÍRITOS!

.

José Carlos Bortoloti
Por: José Carlos Bortoloti
25/03/2025 às 13h17
DIA DOS ESPÍRITOS!

“... O espírito é aquilo que foi pensado com frequência,

mas que ainda não foi expresso tão bem...!”

 S. Johnson – 1765 - em Cowley –

Vida dos Poetas Ingleses.

 

 

Desperto na manhã, de um dia qualquer, em meio a uma algazarra: o espírito da preguiça, em seu melhor dia, esbravejava ao espírito de domingo. Um queria a cama acolhedora, quentinha, aconchegante para aquele dia que deveria começar mais tarde um pouco, chuva fininha e teimosa. O Outono, no Sul, faz tudo isso. De todas as estações traz um pouco.

O espírito de domingo, louco para sair à rua, apreciar o dia de nada fazer – fazendo tudo – e aproveitar.

 

Enquanto espreguiçava-me, notei o espírito da saudade, confabulando com o espírito do amor, este que anda longe (mas só geograficamente). Perguntava quando ia aparecer. Era, por sua vez, confortado, pelo espírito da amizade. Afinal, se um não está o outro toma o seu lugar.

 

Deixei-os ali, e junto ao espírito de criança nos entregamos felizes, aos exercícios na manhã. Logo chegou o espírito esportivo, trazendo consigo o espírito de luta, de combatividade. Triste em um canto, desta vez, ficou o espírito derrotista, sozinho.

 

Quem tentou chegar perto foi o espírito de porco, sempre cínico e zombeteiro. O espírito de criança não ligava e riamos até não aguentar.

 

È neste momento que o espírito da lembrança traz Lu. Sim apenas Lu-. Com suas risadas incríveis. Lembrança e saudade, estes dois estão sempre juntos.

 

Durante os exercícios o espírito da complacência lembrava que o espírito do amor, por certo, queria nos dizer algo, já que apareceu tão cedo.

 

Puxa! Parece que esqueci o espírito da camaradagem e não o ouvi. Eis que surge o espírito da conciliação, como para recordar que o espírito da contemplação tudo vê e nada esquece.

 

O espírito destrutivo sempre aparece nestas ocasiões, mas não o vi. Penso que o espírito combativo deve tê-lo censurado.

 

Assim ficou somente o espírito esportivo, em dupla, com o espírito de luta. Ambos adoravam o espírito de criança.

 

Logo o espírito do consumo lembrava o horário – meio dia – e o espírito aproveitador fez festa, imaginando aperitivos e um almoço tradicional.

 

Deixei-os lá. Acompanhava-me o espírito da complacência e do amor. Logo atrás, correndo para alcançar o espírito da saudade.

 

O quarteto seguia, na tarde ensolarada, em busca de mais integrantes.

Juntaram-se o espírito da amizade e o espírito aventureiro.

 

De passada, sorrateiramente, lançando olhares zombeteiros, o espírito de porco. Por certo, dirigindo-se a um futebol.

 

Mas nem era domingo e a noite chegava. Desta vez aconchego-me com o espírito da consciência e do equilíbrio. Fico, no pensamento, com o que gostava de dizer Machado de Assis: mudei eu ou os espíritos é que andam irreconhecíveis.

 

Enfim, terminei o dia tendo certeza que Pensar Não Dói...!

Já a saudade...

 

 

Entendimentos & Compreensões

Crônicas do Cotidiano

José Carlos Bortoloti – Passo Fundo – RS –

Escritor & Articulista

Colaborador da Revista No Ponto do Fato.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários