Nada mais distópico do que essa cena grotesca: esquerdistas – que sempre cuspiram no chão quando passava um burguês – agora de joelhos para um bilionário, banqueiro e dono do nióbio brasileiro. Esse mesmo sujeito resolve bancar o cineasta e adapta um livro de um esquerdista sobre o próprio pai, também esquerdista, e enfia na produção uma atriz gloBaal que recita o catecismo woke entre uma cena e outra. Isso aí não é só um filme, é um manifesto publicitário da nova fase da esquerda: o socialismo dos bilionários.
Essa transição do velho marxismo de barricada para o globalismo das ONGs, das fundações internacionais, das famílias reais e dos gigantes do mercado financeiro é a prova final de que toda a pose revolucionária não passava de um expediente de ascensão social.
O comunismo sempre prometeu a distribuição da riqueza, mas o que conseguiu mesmo foi distribuir a miséria – e os chefões aprenderam a lição: se é pra controlar a economia, melhor sentar no trono do que no cadafalso.
O grande gênio da esquerda não foi Karl Marx, foi Lênin. Ele entendeu antes de todo mundo que a melhor forma de vender um sistema miserável é prometê-lo para os outros enquanto você mesmo se refestela no luxo.
O primeiro comunista que se fingiu de não-comunista para arrancar dinheiro dos investidores foi ele.
De lá pra cá, a coisa só sofisticou. Hoje, o truque é vender moralismo político para gente que quer parecer virtuosa sem precisar fazer nada além de consumir. Foi assim que o comunismo virou grife, que os banqueiros se tornaram os novos “camaradas” e que os militantes passaram a defender bilionário em rede social como se estivessem protegendo um refugiado sírio.
O capitalismo selvagem virou um capitalismo de jaula dourada, onde o leão só devora quem não tem o QR Code certo no passaporte ideológico.
E a esquerda, que antes cuspia fogo contra o capital, agora o aplaude de pé desde que o sistema coloque um arco-íris na embalagem e prometa equidade de gênero no conselho de administração. Não é revolução, é rebranding.
Salles e Soros são exemplos de bilionários amados pela esquerda, o que torna as críticas a Elon Musk, no mínimo hipócritas e, no máximo, contraditórias. Mas a esquerda traz em si mesma a própria contradição de defender justiça social para os outros, mas luxo e poder para si mesma.
Assim, nessa dança, eles conquistam o poder e exploram o capitalismo de compadrio, impedindo outros de terem acesso ao clube, enquanto enaltecem os riquinhos favoritos da vez.
E se você é de direita e quer falar algo, sua opinião não serve, porque você apoia os bilionários Trump e Musk, e não os amiguinhos da esquerda.