Para quem se dedica ao ofício de escrever sobre política, provavelmente não há país mais rico na produção de fatos do que o Brasil. É claro que em todos os países a política produz diariamente um sem número de acontecimentos que precisam e merecem ser relatados. Tirando um ou outro, como, por exemplo, os tabloides ingleses, que adoram uma fofoca, a imensa maioria trata de assuntos sérios, também tratados seriamente pelos políticos e poderes constituídos – com exceção do judiciário, cujas notícias, geralmente, dão destaque aos temas e não aos juízes. Mas não é essa a questão do momento.

Poucas são as nações cujos dirigentes têm o perfil patético de Nicolas Maduro, Evo Morales, Alberto Fernandez e Cristina Kirchner, de ditadores iletrados que chegaram ao poder mediante revoluções e golpes, e, claro, Lula. Além de patetice, eles têm em comum o fato de serem de esquerda, terem viés autocrático, serem provenientes de movimentos populistas, serem corruptos, colocarem seus países em situações complicadas, interna e externamente, de produzirem péssimas administrações, serem hipócritas, terem ficado ricos às custas do dinheiro do contribuinte enquanto pregam a igualdade e distribuição de renda, e serem mentirosos e bravateiros.

Em termos de bravatas e alucinações, na quantidade e na qualidade alucinógena do que fala, Maduro seria o único que se pode comparar a Lula, mas perde quando consideramos que tudo o que ele faz ou fala é sustentado por um aparato político, jurídico e militar, e por uma imprensa totalmente estatizada, cuja função é, de fato, enaltecer suas bravatas fazendo com que pareçam sérias, mesmo que, nem na Venezuela, nem no resto do mundo, todos saibam que é mentira.

E por que Lula ganha? Simples. Lula ainda consegue enganar o povo mais pobre, menos escolarizado, seu governo não é garantido pelo aparato militar e a imprensa brasileira, apesar dos grandes veículos serem financiados por verbas estatais e se prestarem ao papel de imprensa extra-oficial do governo, ainda resiste com ilhas de liberdade para dizer o que quiserem (mas nem tanto), e mesmo a extra-oficial pode mudar sua linha editorial, bastando que alguns ventos mudem ou que em determinados momentos seja impossível defender ou proteger o governo de plantão, apesar de todas as verbas que recebe.

Lula sempre foi pródigo em falar bobagens. Nasceu para ser animador de plateia, puxador de coro, cantor de karaokê, animador de auditório, tal é o seu fascínio por um microfone, o qual, apesar de tudo, dada a quantidade de titica que despeja no coitado, trata mesmo como se fosse um vaso sanitário. Penso até que todo microfone treme quando sabe que será usado por ele, seja pelo bafo alcoólico que quase sempre recebe, recheado de gotículas de saliva que dariam cadeia para qualquer motorista pego em flagrante, ou pela obrigação de ser o amplificador de bravatas e mentiras para enganar as pessoas.

Nem Pinóquio mentiu tanto. Aliás, Gepeto o teria chamado de Lula se um dia o tivesse conhecido. Além do hábito contumaz de mentir, outras duas curiosidades aproximam os dois personagens: Lula veio para São Paulo num pau de arara, Pinóquio veio ao mundo de um pedaço de pau; e ambos nasceram com cara de pau. Pinóquio teve a sorte de conhecer uma fada madrinha que, no fim, o transformou num menino de verdade. Lula teve o azar de conhecer José Dirceu, que o transformou num político de mentira. E o paralelo entre ambos termina aqui.

A carreira de Lula, tanto no sindicato quanto na política, foi construída sob a égide da mentira. Mentia para patrões, mentia para sindicalista, mentia para trabalhadores, mentia para a esposa, mentia para os amigos, mentia para o povo, mentia quando viajava para falar do Brasil e continua mentindo até hoje. Porém, desde que a Lava Jato foi ao seu encalço, o rol de mentiras foi ampliado de tal maneira que nem mesmo ele sabe mais o que é verdade e o que é mentira. A cadeia, se é que ficou preso mesmo, não serviu para uma autoanalise, um mea culpa, muito pelo contrário.

Para que a história de Lula não fique desconexa do que ele é, foi tirado da cadeia com uma mentira, foi alçado à presidência da república por um sem número de mentiras, e cumpre o mais mentiroso de seus três mandatos, com a cumplicidade de um judiciário arbitrário que decidiu proibir a verdade usando como argumento a disseminação de discurso de ódio, fake news e desinformação, justamente a especialidade oratória de Lula, que usa sem dó cada vez que tem um microfone na mão.

Após a famigerada queda, a verborragia de Lula, que já sugeria estar mais anormal do que o anormal de sempre, parece ter piorado. A última, ou pelo menos a última até enquanto escrevo este artigo, foi questionar publicamente prefeitos e governadores por não usarem o SUS ou não matricularem seus filhos em escolas públicas. Lula não usa o SUS, provavelmente nunca usou. Os filhos e netos de Lula não usam o SUS. Os filhos não frequentaram escolas públicas na maioria do tempo de suas formações (tiveram?), e nem seus netos estudam em escola pública, ao contrário, estudam nas escolas particulares mais caras de São Paulo.

Entre seu segundo mandato e o mandato atual, Lula, sempre que precisou, foi tratado no Hospital Sírio e Libanês. Tratou lá de câncer à unha encravada, sempre atendido pelos melhores médicos, com os melhores equipamentos, tudo custeado com o dinheiro do contribuinte, nunca precisou pegar R$ 1,00 dos milhões que a falecida Marisa Letícia “ganhou vendendo Avon”, sendo ela mesma atendida no mesmo hospital quando do episódio de sua morte. E foi lá também que ele, Lula, fez todo o tratamento após a queda que o obrigou a fazer a drenagem do sangue no crânio, conduzida pelo Dr. Roberto Kalil, que, ao que tudo indica, não aproveitou a ocasião para retirar a titica que ocupa o lugar da massa cinzenta no seu cérebro.

Resta aguardarmos os próximos capítulos, ou melhor, as próximas bravatas e mentiras. De um lugar cheio de titica, só pode continuar saindo titica.