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O COMUNISMO DOS DESCONECTADOS DA REALIDADE

A academia tornou-se mera formadora de mentes revolucionárias a serviço dos multibilionários gloBaalistas

16/11/2024 às 10h00
Por: Leonardo Dias
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O COMUNISMO DOS DESCONECTADOS DA REALIDADE

Para quem compreende a história do comunismo e seus desdobramentos ao longo do século XX, ouvir que ele continua “vivo e bem” nas instituições educacionais soa como um pesadelo orwelliano.

Elon Musk, em uma de suas falas mais contundentes, definiu o comunismo como uma filosofia morta que, paradoxalmente, permanece viva nas universidades graças à proteção das suas gigantescas doações e ao financiamento estatal. A observação de Musk revela o segredo do sucesso do comunismo nos espaços acadêmicos: a desconexão com a realidade. Veja aqui 

Essa desconexão, porém, não é acidental. Ela é, na verdade, o modus operandi da máquina comunista. Desde os primórdios da Revolução Russa, ficou claro que o comunismo não sobreviveria por méritos próprios no campo das ideias. A União Soviética, por exemplo, consolidou seu poder não pela adoção de uma filosofia superior, mas pelo controle brutal de toda a vida pública, incluindo a própria estrutura de pensamento da sociedade. Intelectuais dissidentes, como Solzhenitsyn, que ousaram questionar o regime, foram rotulados de traidores e silenciados. A desconexão entre o que o comunismo pregava e o que ele praticava era abismal.

A maior ironia do comunismo, no entanto, é que ele sempre dependia de uma elite intelectual e financeira para sobreviver. Stalin compreendeu isso logo no início, especialmente quando decidiu que o Partido Comunista dos EUA não precisava lutar pelo poder diretamente, mas sim ser um sustentáculo financeiro e publicitário para a revolução na Europa. A função do comunismo americano, como o próprio Olavo de Carvalho observou, era conquistar os corações e mentes de milionários, celebridades de Hollywood e acadêmicos renomados. O “comunismo chique” floresceu com o glamour de uma revolução intelectual, disfarçada sob o manto da liberdade e da justiça social. Virou gloBaalismo.

Mas essa desconexão das realidades práticas tem um custo imenso. A URSS, por exemplo, adotou a coletivização forçada das terras agrícolas nos anos 1930, que resultou no Holodomor, uma das mais trágicas fomes induzidas pela política. Milhões morreram na Ucrânia enquanto o regime soviético negava sistematicamente a gravidade da situação. Por que a desconexão? Porque, nas palavras de Marx e Lênin, o bem maior da revolução justificava qualquer sacrifício, mesmo que esse sacrifício fosse de seres humanos.

Essa desconexão se perpetua no sistema educacional moderno, onde a “utopia comunista” sobrevive intacta. Como Musk corretamente aponta, as universidades são protegidas de qualquer feedback realista pelas doações massivas e pelo apoio financeiro governamental. Elas são verdadeiras bolhas, onde os acadêmicos podem se engajar em teorias que, no mundo real, levaram à morte de milhões.

O fracasso comunista está bem documentado: as repressões brutais de Mao Tse-Tung na China, que resultaram em dezenas de milhões de mortes na Grande Fome Chinesa e na Revolução Cultural; o genocídio no Camboja pelos Khmer Vermelhos; e o caos econômico da Venezuela nos dias de hoje. O padrão é sempre o mesmo: uma elite que se recusa a enxergar a realidade e adota uma utopia desconectada da condição humana.

Olavo de Carvalho, em sua crítica constante ao comunismo, sempre apontou o quanto essa ideologia se vale da ingenuidade e da ignorância das massas, alimentadas pela manipulação de intelectuais de renome. O mito de uma revolução purificadora que libertaria o homem da opressão é perpetuado justamente por aqueles que nunca viveram sob o jugo de um regime comunista.

E é exatamente nesse ponto que o alerta de Elon Musk se encaixa. A desconexão dessas ideias com a realidade só é possível porque elas florescem em instituições blindadas das consequências práticas de suas proposições.

O mais perigoso é que essa “utopia protegida” dentro das universidades influencia diretamente as gerações futuras, muitas vezes tornando-as incapazes de distinguir entre o idealismo destrutivo do comunismo e a realidade de suas catástrofes históricas. Os jovens são doutrinados a acreditar que o comunismo nunca foi corretamente implementado, ignorando completamente que cada tentativa de implementação resultou invariavelmente em fome, miséria e morte.

Como Olavo bem ressaltou em seu artigo sobre o comunismo chique, o sucesso do comunismo nas elites ocidentais e intelectuais não reside em sua capacidade de transformar as realidades sociais, mas em sua habilidade de manipular a percepção moral e intelectual das massas. E assim, nas universidades modernas, a “utopia desconectada” continua a florescer, protegida pela blindagem de sua própria ignorância institucional.

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