São Paulo, a maior cidade da América do Sul, enfrenta um dilema eleitoral que ecoa as profundas transformações políticas do Brasil contemporâneo. Abaixo, São Paulo como gostaríamos de vê-la, criada por inteligência artificial.
No epicentro desse drama, três candidatos — Ricardo Nunes, Pablo Marçal e Marina Helena — disputam o voto da direita, mas todos, ironicamente, estão distantes de representar a verdadeira direita bolsonarista.
Ricardo Nunes, atual prefeito de São Paulo e oriundo de uma base centro-esquerdista tucana pemedebista, busca desesperadamente o apoio do eleitorado conservador.
Pablo Marçal, uma figura de centro, tenta sequestrar esse mesmo eleitorado, enquanto Marina Helena, partindo de um partido mais liberal, corre por fora, oferecendo uma campanha com toques conservadores.
Ricardo Nunes: Um Prefeito Em Busca da Validação Bolsonarista
Ricardo Nunes, herdeiro da cadeira de Bruno Covas, é um político pragmático, de centro-esquerda, que agora precisa desesperadamente do voto conservador para se manter no poder.
Sua principal carta na manga é seu vice, Mello Araújo, um bolsonarista declarado, cuja presença na chapa é uma tentativa óbvia de atrair o apoio dos eleitores de Jair Bolsonaro.
Jair Bolsonaro já entrou na campanha chamando Marçal de mentiroso e procurando mobilizar sua base para o apoio ao Nunes, mas não está sendo muito fácil.
O apoio do ex-presidente a Nunes, apesar de pragmático, é uma aposta arriscada. Nunes não é um bolsonarista de raiz, e sua base ideológica é frágil, oscilando conforme as necessidades eleitorais.
Pablo Marçal: O Centro que Quer Roubar o Voto da Direita
Pablo Marçal surge como um candidato do centro que tenta capturar o voto da direita.
Marçal, que já foi associado com Dória, Janones, Alexandre de Moraes e com o pessoal do MBL, busca convencer os eleitores bolsonaristas de que ele representa uma alternativa viável.
Contudo, sua aproximação com figuras do MBL e Dória e sua postura de centro questionam sua real intenção de proteger os valores defendidos pela direita bolsonarista.
Embora tenha demonstrado algum apoio a Bolsonaro no passado, Marçal não oferece garantias de que o PL, partido de Bolsonaro, terá um papel significativo em seu governo, o que pode enfraquecer a base bolsonarista na capital paulista.
Marina Helena: A Aposta Liberal com uma Campanha Conservadora
Marina Helena, por sua vez, representa uma candidatura que parte de um partido liberal, mas que tem adotado uma retórica conservadora para tentar capturar o voto da direita.
Sua estratégia pode funcionar: sabendo que o eleitorado bolsonarista está à deriva entre Nunes e Marçal, ela busca se posicionar como a verdadeira alternativa conservadora, mesmo que sua base ideológico-partidária não seja tradicionalmente alinhada com a direita conservadora que tem Bolsonaro como líder.
No entanto, sua tentativa de conquistar esse eleitorado pode ser vista como oportunista e, no final das contas, pouco convincente para os eleitores que buscam uma representação genuína dos valores bolsonaristas. Ainda mais ela sendo do Novo, partido de Romeu Zema, que já disse estar disposto a encarar uma campanha presidencial em 2026.
A Armadilha Ideológica: O Centro Disfarçado de Direita
O que se vê em São Paulo é um cenário alarmante para a direita brasileira. Três candidatos de centro, cada um com suas nuances, disputam o voto de uma direita que, na prática, não existe.
Este é um reflexo de um fenômeno mais amplo, em que a janela de Overton foi deslocada tão drasticamente para a esquerda que a direita é agora vista como "fascista" pela mídia, sistema educacional e cultura.
A direita se vê forçada a aceitar concessões ao centro, abandonando seus ideais mais fundamentais para se manter relevante em um cenário político cada vez mais hostil.
Este movimento tem implicações profundas. Ao permitir que candidatos de centro capturem o voto da direita, a ideologia conservadora corre o risco de ser diluída e enfraquecida.
A hegemonia do pensamento estatista e menchevique avança, empurrando a verdadeira direita para a margem do debate político, e isso pode ter consequências desastrosas a longo prazo.
A Direita Não Existe, Só Existe Bolsonaro
Como bem apontou Olavo de Carvalho, a direita brasileira, como força ideológica coesa, simplesmente não existe. O que existe é Bolsonaro, e é em torno dele que as forças conservadoras devem se agrupar.
A tentativa de buscar substitutos ou alternativas, como Marçal ou Marina Helena, é uma armadilha que pode enfraquecer ainda mais a já combalida direita brasileira.
O momento exige razão e foco: fortalecer aqueles que, mesmo imperfeitamente, ainda podem oferecer uma base sólida para o bolsonarismo em 2026.
Qualquer outra opção é arriscar cair na irrelevância e permitir que o centro e a esquerda continuem movendo a janela de Overton cada vez mais para a extrema esquerda.
Boulos é o verdadeiro porta-estandarte da Agenda 2030 e das ODS, mais até do que os candidatos de centro.
Seu objetivo claro é acelerar essa agenda, empurrando a direita para uma posição de centro-esquerda, recriando o teatro das tesouras que prevaleceu até 2014.
Ele quer ressuscitar o jogo de alternância entre novos tucanos e novos petistas, ampliando a tirania e o autoritarismo, esmagando a classe média e consolidando uma elite vermelha como casta dominante.
Embora Nunes também siga parte dessa agenda, Boulos representa o aceleracionismo radical, o que o torna infinitamente mais perigoso para o futuro do Brasil.
Agora, não é o momento de abrir espaço para oportunistas na maior cidade do país. É hora de votar com a razão, não com o coração. Se Nunes não for para o segundo turno, será por conta do voto emocional, não do voto racional.
O brasileiro sempre foi, e continuará sendo, um povo movido pela emoção.
A Estratégia para 2026: Nunes e Mello Araújo como a Melhor Opção para Bolsonaro
Diante desse quadro, a escolha estratégica para o eleitor bolsonarista é clara. Votar em Nunes e Mello Araújo, apesar das contradições ideológicas de Nunes, é a opção mais inteligente para fortalecer palanques que poderão ser essenciais em uma eventual candidatura de Bolsonaro em 2026.
O apoio a Nunes garante, ao menos, a presença de um vice comprometido com a agenda bolsonarista e a possibilidade de manter uma base militante forte na maior cidade do país.
Pablo Marçal e Marina Helena, por outro lado, apesar de flertarem com o bolsonarismo, não oferecem garantias de que o PL, partido de Bolsonaro, terá um papel significativo em seus governos.
Isso enfraquece a perspectiva de uma campanha bolsonarista robusta em São Paulo, caso qualquer um dos dois seja eleito, tornando suas candidaturas apostas arriscadas para os que desejam ver Bolsonaro novamente na liderança do Brasil.
A melhor estratégia pode não ser a ideologicamente perfeita, mas será a vitória da razão sobre a emoção. E faz tempo que estamos todos aturdidos por emoções passageiras. É preciso ter mais estratégia, pois é preciso pensar no futuro, e não apenas abastecer o nosso ego com ilusões para nos sentirmos melhores hoje.
É preciso que nos sintamos melhores amanhã.
Mín. 16° Máx. 29°