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'A Bunda!“

- O que não abunda, não incomoda“ _

José Carlos Bortoloti
Por: José Carlos Bortoloti
24/06/2025 às 12h19 Atualizada em 24/06/2025 às 12h43
'A Bunda!“

O que não Abunda não Incomoda!

                                                                            

 A Bunda!

 

“ ... O Vagalume é um inseto que só brilha por causa

da bunda. Conheço muita gente que também é assim...! ”.

Do Imaginário Popular

 

                                  Os responsáveis pela bunda (como é conhecida na atualidade, referindo-me ao conceito contemporâneo de bunda; ou seja, a bunda como ela é) são os africanos. Mais especificamente, os angolanos e os cabo-verdianos. Para ser ainda mais preciso ainda: as angolanas e as cabo-verdianas.

                                Foram elas, angolanas e cabo-verdianas, que, ao chegarem ao Brasil durante as trevas da escravatura, revolucionaram tudo o que se sabia sobre bunda, até então.

Foi assim: naquela época, a palavra bunda não existia. Os portugueses, quando queriam falar a respeito das nádegas de uma cachopa, diziam exatamente isto: nádegas; ou região glútea (tanto fazia).

                               Aí, os escravos angolanos e cabo-verdianos chegaram ao Brasil. Só que eles não eram conhecidos como angolanos nem cabo-verdianos.

                              Eram os “bantos”, chamados bundos, e falavam o idioma "ambundo", ou "kimbundo": a língua bunda, enfim. Os bundos, em especial as mulheres bundas, possuíam a tal região glútea muito mais sólida, avantajada, globosa.

                        O kimbundu, quimbundo, ou umbundu do norte é uma língua africana falada no noroeste de Angola, incluindo a Província de Luanda. É uma das línguas bantas mais faladas em Angola, onde é uma das línguas nacionais.

O português tem muitos empréstimos lexicais desta língua obtidos durante a colonização portuguesa do território angolano e através dos escravos angolanos trazidos para o Brasil.                                     

                               É falada por cerca de 3 000 000 de pessoas em Angola como primeira ou segunda língua, considerando, também, 41 000 falantes do dialeto ngola.

                         Os portugueses, que não são parvos, logo “deitaram” e abundaram os olhares para as nádegas das bundas (das mulheres bundas). Quando alguma delas passava diante de um grupo de portugueses, vinham logo os comentários: “Que bunda!” (referindo-se, claro, à africana; não à bunda, propriamente dita, da africana...).

                          Em pouco tempo, a palavra bunda, antes designação de uma língua e de um povo, passou a ser sinônimo de nádegas. E assim nasceu a bunda moderna.

Como se pode ver na pesquisa acima... Bunda também é cultura.

Um poeta já se referiu como: “preferência nacional”!

Depende do ponto de vista...

 

Pensar não dói...

Já olhar a bunda alheia... Cuidado!

 

Nota do Autor:

 

1 - Saartjie já foi assunto da colunista em outros sítios.

 2 - Saartjie "Sarah" Baartman (1789-1815) foi a mais famosa de, pelo menos, duas mulheres hotentotes usadas como atrações secundárias de circo na Europa do século XVIII sob o nome de Vénus Hotentote.

  

Conhecimentos da Língua Pátria

Entendimentos & Compreensões

Leituras & Pensamentos da Madrugada

José Carlos Bortoloti

Passo Fundo – RS –

Colaborador da Revista No Ponto do Fato.

 

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José Carlos Bortoloti
Cronista e Escritor - Coautor do Livro Línguas de Fogo - Jornalista/Radialista - DRT/RS 872
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