Quarta, 18 de Junho de 2025
13°C 25°C
São Paulo, SP

“As Batalhas dos meus ”Eus“!

“Somos assim?”

José Carlos Bortoloti
Por: José Carlos Bortoloti
10/06/2025 às 15h44 Atualizada em 10/06/2025 às 16h43
“As Batalhas dos meus ”Eus“!

As batalhas dos meus “Eus”!

 

 

".... Nós vencemos metade da batalha quando

 mudamos nossas mentes e aceitamos o

mundo como o encontramos,

inclusive os seus espinhos...!"


Orison Swett Marden

 

                           Neste momento me encontro sentado diante do mundo.  Confesso estar profundamente cansado, exausto. A cada dia, a cada instante, comando verdadeiras batalhas. O interessante é que não tenho um único exército rival, confesso. São vários. Muitas vezes penso: desta vez é meu fim!

                             Frequentemente saio arranhado, profundamente ferido, tenho alguns órgãos comprometidos, quase mutilados. Às vezes peço trégua, negócio a paz, faço concessões para evitar a prisão ou mesmo a morte.

                            Cheguei a pensar seriamente em me aposentar da vida, procurar outra vida em outro lugar, afinal tenho certeza que depois dessa vida corpórea tenho infinitas outras para vivenciar. Talvez devesse mesmo dar minha sentença final e pronto.

                             Mas aí vem a dúvida entre o covarde abandono ou a insistência ambiciosa pelo troféu do heroísmo. Então entrego a decisão para mim mesmo.

 Falo para mim: “É você que decide e pronto. ”

 Parece covardia, abandonar a si mesmo, justo nos momentos em que Eu e Eu deveríamos decidir juntos. Mas é assim mesmo que sou.

Por alguns ideais, dos meus “Eus”, se transformam em um único Eu. Se tornam heróis, incríveis, e quem vê acha que sou invencível.

                        É, mas o todo forte e o todo fraco moram dentro do mesmo Eu. Confesso, são comuns as desavenças entre eles. Um Eu quer se impor ao outro e aí vira uma batalha também.

 Quantas vezes interfiro e digo:

 - Chega!  - Onde vamos parar?  

- Um absurdo não dar conta de mim mesmo!

Acabo ditando regras para ambos e ponto final. Afinal, já enfrentamos e vencemos tantas batalhas porque vamos ser rivais?

                     Então eles se calam, mas claro não se conformam, são insistentes e, Eu é que sei o quanto!

 Bem, a vida continua e os meus Eus desejam continuar na minha companhia, apesar das autodesavenças, das derrotas e retiradas, comemoramos juntos igualmente as nossas vitórias e alegrias do dia a dia.

                      Antes de finalizar vou explicar melhor quem são os exércitos que enfrento vida a fora, porque não deixei claro no início.

 Parece estranho, mas meus adversários não são especificamente pessoas ou coisas, acredite, são as situações e, talvez, algumas delas sejam seus inimigos também. Tem situação que venço logo. Agora outras, penso que vão durar até esmorecer desse corpo.

                     As mais longas batalhas nem sempre são as piores, com algumas até me acostumei e sinto falta e nos enfrentamos de vez em quando, só para matar as saudades, dão-se alguns aranhões e uns até mais.

                   Agora, você acredita que algumas situações foram tão sérias que fui obrigado a criar novas estratégias, de combate e defesa, me equipar com novas armas e munições e mesmo assim fui obrigado a pedir tréguas?

  O pior de tudo é que não desistem de mim, estou refém delas e o jeito é me refazer e enfrentar a dura situação é assim: ou elas ou eu.

                   Nossa! Mas, que enrolação? Que situação é essa e aquela, ou melhor, quem são essas situações? Como não se tratam de situações amigas, prefiro não revelar seus nomes, suas origens e fins. Mas acho que algumas são suas conhecidas.

                     Provavelmente alguns de nós vivemos as circunstâncias, mas como é uma questão singular, não dá para se ajudar. E desse modo, cada um enfrenta suas autobatalhas, se cansa, se refaz e desfaz durante a vida inteira.

                     Daqui a pouco quando vencer o desânimo e a fadiga, que é só uma questão de tempo, vou me preparar porque os confrontos vão continuar.

É assim que levo a vida corporal, até seu final.   

 Ao menos pensar, ainda, Não Dói...!

  

 

Transpirados das Inspirações

de minha amiga e ex-aluna

Professora Isane Johann

Entendimentos & Compreensões

José Carlos Bortoloti – Passo Fundo – RS –

Escritor & Articulista

Colaborador da Revista No Ponto do Fato

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Clara Há 1 semana SP Quero parabenizar pelo artigo incrível! Foi como se cada palavra tivesse sido escrita diretamente para mim. Me identifiquei de forma profunda com tudo o que foi dito — senti como se alguém finalmente tivesse colocado em palavras aquilo que eu mesma não conseguia expressar. Obrigada por compartilhar algo tão sensível, real e necessário. Me tocou de verdade
Clara Há 1 semana SP Perfeito, parece as vozes que ecoam em minha mente, impossível não se emocionar
Mostrar mais comentários