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O BRASIL EM RESET

ENTRE JUÍZES, POLÍTICOS E UM FUTURO AUTOMATIZADO

Hermes Magnus
Por: Hermes Magnus
28/02/2025 às 11h50
O BRASIL EM RESET

O Brasil sempre teve uma relação curiosa com sua justiça. Em um país onde a lei é muitas vezes um enigma e a jurisprudência parece ser escrita em areia, qualquer movimento de reforma se torna um espetáculo. Foi assim que chegamos ao caso Noriega, preso somente após toda uma rede de juízes protetores ser sancionada. Isso nos leva a um ponto interessante: se sancionar um único juiz já balança o castelo de cartas do regime, talvez haja, de fato, uma chance para o Brasil. Mas sejamos realistas, um juiz não faz um sistema. Para desmantelar o regime esquerdista incrustado nas instituições, seria preciso mais do que isso. Afinal, a sanção a Alexandre não é um fim, mas apenas um começo.

No entanto, a ingenuidade pode ser fatal. Políticos de segunda linha e oportunistas já devem estar esfregando as mãos, prontos para aproveitar a demonização da justiça corrupta enquanto tentam se livrar de seus próprios esqueletos. E a própria justiça, com sua habilidade camaleônica, seguirá caçando aqueles que ousam desafiar o Reich jurídico que se estabeleceu no país. O problema não é só um ou outro ministro do STF, mas o próprio arcabouço que permite que o Judiciário atue como se fosse uma casta intocável, julgando a política sem ser julgado por ela. Um equilíbrio inexistente que só reforça a necessidade de um reset total – jurídico e político.

E por que parar por aí? O Brasil não precisa apenas de um novo modelo de governança; precisa de uma revolução no serviço público. A burocracia estatal é um poço sem fundo de militância travestida de funcionalismo. Enquanto isso, a tecnologia avança, e a inteligência artificial já mostra que pode substituir boa parte dos (funças) militantes do serviço público. Governos eletrônicos (e-government) já são realidade em países desenvolvidos, mas aqui seguimos atolados em papeladas, carimbos e decisões administrativas ditadas por interesses ideológicos. Chegou a hora de profissionalizar a gestão pública, desmilitarizar o Judiciário de suas tendências políticas e transformar o governo em uma máquina eficiente, não em um clube de compadres.

Claro, não podemos ignorar que foi Bolsonaro quem, pela primeira vez na história recente, tentou preencher ministérios com técnicos em vez de políticos. Mas o Brasil precisa ir além: precisa de um modelo onde a política sirva apenas para apertos de mão e inaugurações de pontes, enquanto a gestão real seja feita por especialistas. O Estado precisa ser gerido como uma empresa eficiente, e não como um feudo de apadrinhados. Enquanto o reset não acontece, seguimos aqui, rindo para não chorar, assistindo ao teatro nacional da política e da justiça, esperando o próximo ato da tragicomédia brasileira.

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Hermes Magnus
Hermes Magnus
Olá, sou conhecido como o denunciante que fez os políticos verem o sol nascer quadrado pela primeira vez na história do Brasil! Com um apito na mão e um senso de humor inabalável, estou por aqui para garantir que a verdade sempre encontre seu caminho, mesmo que isso signifique abalar algumas estruturas. Lembre-se, a transparência é o melhor disfarce!
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