Era uma vez, em uma terra distante chamada Itália, um país que muitos brasileiros sonham em chamar de lar. Afinal, quem não gostaria de trocar o trânsito caótico e os impostos exorbitantes do Brasil por uma vida de "dolce far niente" na terra da pizza e do vinho? Mas, como diz o ditado, "não existe almoço grátis". E, aparentemente, nem cidadania.
Em uma manhã nublada, a pacata cidade de Villaricca, na região de Campania, acordou com a barulhenta operação "Carioca", deflagrada pela Polícia Metropolitana de Nápoles. Não, caro leitor, não se tratava de uma festa carioca com samba e caipirinha, mas sim de uma vasta rede de corrupção que transformava qualquer Zé da Silva em Giovanni Rossi.
Entre os ilustres envolvidos, o apresentador e ator Rodrigo "Raro", que sempre foi conhecido por suas habilidades de transformação no palco, foi citado por sua habilidade de transformar documentos. Junto a ele, sua esposa Vera "Viu" e o jogador de futebol Bruno "Du-arte" estavam no elenco dessa tragicomédia italiana. E não parou por aí! Empresários, policiais e autoridades municipais também deram seus nomes ao rol de personagens desse enredo que mais parece um roteiro de novela.
Segundo o jornal italiano RaiNews, a trama envolvia a falsificação de documentos públicos para que cidadãos brasileiros pudessem obter a tão cobiçada cidadania italiana. Tudo isso sem precisar sair do conforto do seu lar tropical. Sim, você leu certo. Os espertalhões faziam parecer que estavam morando em Villaricca, enquanto, na verdade, estavam mais para "Vilarica" de esperteza.
Rodrigo "Raro", em suas redes sociais, disse ter sido vítima de um esquema fraudulento. "Fui pego de surpresa", afirmou o apresentador, que acionou seus advogados no Brasil para buscar justiça. Em sua defesa, "Raro" alegou que contratou uma empresa supostamente legal e idônea, sem saber que estava entrando em um verdadeiro "circo dos horrores" burocrático.
O Ministério Público de Nápoles Norte, que coordenou a investigação por cerca de um ano, detalhou que a quadrilha tinha como objetivo forjar a presença dos brasileiros em Villaricca, certificando falsamente que estavam lá. O plano era digno de um filme de espionagem, com cenas que iam desde a falsificação de documentos até a compra de funcionários públicos, que deveriam proteger a integridade do processo, mas acabaram sendo cooptados pela ganância.
Ao todo, seis pessoas foram presas em Villaricca, enquanto outras quatro receberam medidas de prisão domiciliar. Entre os detidos, estavam funcionários do cartório e da Polícia Municipal. Parece que em Villaricca, "la dolce vita" tinha um preço bem salgado.
Enquanto isso, no Brasil, Rodrigo "Raro" e os outros acusados tentam se desvencilhar das acusações e limpar seus nomes. Se conseguirão ou não, só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: essa história de cidadania italiana virou uma verdadeira novela, com direito a plot twists, vilões inesperados e, claro, muito drama.
E assim, caros leitores, fica a lição: na busca pela cidadania dos sonhos, cuidado para não acabar entrando em um pesadelo jurídico. Afinal, a cidadania à italiana pode ser muito mais complicada (e cômica) do que parece.
Nota do editor: Qualquer semelhança com personagens da vida real, é uma simples coincidencia.
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