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UMA TREND OU MUITAS FAKE NEWS?

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17/12/2024 às 18h17 Atualizada em 17/12/2024 às 18h35
Por: Alana Figueiredo
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Como posso estar triste se:

  • finalizei mais um ano com projetos desafiadores que me fizeram crescer?
  • conquistei aprendizados valiosos em meio a tantas incertezas e encontrei apoio em pessoas que acreditam no meu potencial?
  • mesmo nos dias difíceis, pude estar ao lado da minha filha, compartilhando sorrisos nos momentos bons e acolhendo-a nos ruins?

A verdade é que este ano foi difícil para caramba. E, por mais que eu queira apenas contemplar as vitórias — porque isso é necessário e saudável —, ignorar os desgastes não muda o que vivemos. Ao olhar para as redes sociais e o comportamento das pessoas, muitas vezes me sinto vivendo em um país diferente. Hoje, moro em um Brasil onde o valor do dinheiro some a cada dia, e, junto com ele, escorre por entre os dedos a qualidade de vida que conquistamos com tanto esforço.

A desvalorização do Real não é apenas uma questão técnica ou de números frios. Ela significa menos comida na mesa, menos qualidade no atendimento em saúde e educação. Significa empresários hesitando em investir, trabalhadores vendo seus salários sumirem antes do fim do mês, e famílias trocando pequenas alegrias por contas atrasadas.

Nos últimos dois anos, muitos falam de avanços; eu vejo apenas o avanço do atraso. E não me refiro apenas à economia. Refiro-me ao cansaço moral de uma sociedade que tenta normalizar o anormal: a insegurança jurídica, a concentração de poder e a política tributária que devora pequenas empresas e freia o crescimento do país. Não foi só o Real que desvalorizou. Desvalorizou-se o trabalho duro, a esperança e a vontade de se reinventar.

Encerrar este ano me traz um misto de emoções: alívio, gratidão e medo. Gratidão porque, apesar das crises, há vida e fé. Medo, porque assisto impotente ao meu país acostumar-se às dificuldades enquanto as redes sociais insistem em pintar uma vida perfeita e inalcançável.

Nada foi perfeito, e reconhecer isso não me torna negativa. Pelo contrário, torna-me consciente. Consciente de que é preciso agir. De que, como indivíduos, temos o dever de observar, questionar e cobrar. Se ignorarmos os sinais e seguirmos anestesiados, as mesmas escolhas econômicas e políticas nos conduzirão para um futuro sem futuro.

Este ano foi um dos mais desafiadores para mim. A força para continuar veio de Deus, da minha família e dos amigos verdadeiros. Continuo porque valorizo o que realmente importa. Um mundo "instagramável" não é o que sustenta a minha vida.

Espero que 2025 nos encontre lúcidos, corajosos e prontos para a mudança. Que possamos enxergar a realidade como ela é e construir algo melhor. Porque a vida real é dura, e admitir isso é necessário para transformá-la.

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Alana Figueiredo
Alana Figueiredo
Sobre Engenheira com MBA em Gestão de Projetos, possui experiência no setor de agrárias e se destaca por suas habilidades de escrita e comunicação. Ao longo de sua carreira, desenvolveu um profundo interesse por temas culturais e políticos, que agora compartilha como colunista. Tem visão crítica e informada, sempre com um olhar atento às dinâmicas sociais e econômicas que moldam a sociedade.
São Paulo, SP Atualizado às 03h09 - Fonte: ClimaTempo
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