Semana passada participei de dois eventos distintos que me remeteram à mesma ideia.
O primeiro aconteceu quando estive no barbeiro, me preparando para o segundo, que seria o aniversário de casamento e a renovação de votos de minha mãe - 33 anos de casada.
Estava cortando o cabelo com meu barbeiro atual, um rapaz de vinte e poucos anos, também dono de uma lojinha onde vende camisas, bonés, etc.
Em dado momento, me disse que iria sair da sociedade da loja, que o sócio, um amigo de infância de quem gostava muito, começou a forçar uma situação, dizendo que não estava satisfeito e que ele deveria comprar sua parte, ou vender a dele.
A situação é que meu barbeiro teve um problema de ataque de pânico e ficou afastado por uma semana. Problema que nem precisaria ser amigo de infância, para compreender e relevar.
Expliquei para ele, que não ficasse chateado, maldizendo ou até desistisse da amizade por conta da loja. Pois se não fez nada de errado e sempre foi correto com o amigo e a sociedade, e mesmo assim estava sendo obrigado a desistir dela, ou é porque nunca lhe pertenceu, ou porque Deus estava o livrando de aborrecimentos futuros, ou seja, um livramento - a maior bênção que alguém pode receber.
No dia seguinte, segui para a renovação de votos de minha mãe. Sendo ela evangélica, seu casamento e renovação de votos, foram em sua congregação.
Durante o culto, o Pastor falou sobre a importância do casamento, sendo ele o principal sacramento de Deus, que deveria ser pensado e feito com responsabilidade, pois o casamento deveria ser para sempre, ou até que a morte os separe. E, que se por algum motivo que não fosse a morte, um dos dois desistisse do casamento, deveria viver sozinho o resto de sua vida, ou retornar ao casamento.
Quero afirmar aqui que acredito, sim, que o casamento é o principal e primeiro sacramento divino e, sim, deve ser até que a morte os separe.
Mas, por que para mim a ideia do livramento, me remeteu a mesma ideia do casamento, como afirmei no primeiro parágrafo?
Veja, apesar de nunca — eu disse, nunca —, o casamento deva ser banalizado e os cônjuges devam ter consciência da importância do compromisso assumido perante Deus — a Bíblia está repleta de passagens que confirmam essa afirmação — e, também conversando com o amigo Angelo Lorenzo (@AngeloLorenzoBR), ele confirmou o que disse acima, sobre a doutrina da igreja justamente querer evitar a banalização do casamento, tendo que ser pensado e repensado bastante entre os que decidirem por se casar.
Inclusive explicou que o cônjuge separado e/ou abandonado pode frequentar a igreja, comungar e participar dos trabalhos, só não podendo comungar se tiver um novo relacionamento - (é permitido somente em pensamento, a chamada comunhão espiritual).
Não sou progressista, como disse antes, acredito no até que a morte os separe, por isso entendo a posição da igreja de qualquer religião. Mas isso não se trata só de: na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza - é, também, sobre fidelidade e respeito.
E sabemos que psicopatia existe, assim como existem pessoas que se vive a vida toda com elas, e nunca a conhecemos. Por isso, não acredito que Nosso Senhor queira que um filho sofra ou viva em privações por conta de outra pessoa.
Não acredito e não posso acreditar que, após agir com amor e responsabilidade, tentar de todas as formas mesmo com todas as provações de um relacionamento não correspondido, Nosso Senhor, cheio de amor, perdão, segundas chances e livramentos, queira que um filho viva a privação de tentar ser feliz novamente em um novo relacionamento.
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