Em 19 de fevereiro deste ano, publiquei uma pequena postagem no X com este mesmo título e mesma imagem. Achei, porém, que, dado o momento, o pequeno texto merecia um bom incremento, que segue abaixo.
Ele queria ser o "novo Fidel", talvez o "Simón Bolivar do século XXI". Queria poder ser chamado de comandante, reconhecido como o líder que conseguiu realizar a façanha de socializar toda a América Latina, o que o próprio Fidel tanto perseguiu e não conseguiu. Para isso, usou dinheiro do povo brasileiro para financiar eleições de narco-socialistas pelo continente, interferir em eleições em outros países, influenciar os rumos do Mercosul e comprar a imprensa parceira em tudo que é canto. Ajudou a afundar economias vizinhas, a aprofundar ditaduras africanas, e sempre preferiu a contramão da história. Aliás, sua história é a contramão.
Os sinais indicavam para todos que ele tinha voltado para se vingar do povo brasileiro que se escandalizou com o que foi revelado, em detalhes, pela Lava Jato, e que comemorou sua prisão. Mas, fomos humildes no engano. À medida que seu mandato foi avançando, ficou cristalino que seu objetivo não estava restrito só a se vingar do Brasil. Neste desafortunado retorno, desde o primeiro dia no Planalto, em cada fala, em cada ação, Aiatolula mostrou em qual lado do mundo queria estar. E não é surpresa ter escolhido o lado errado, como sempre fez desde que apareceu com um megafone na mão convocando greves e atacando qualquer um que fosse minimamente posicionado acima dele. Portanto, também não é surpresa que tenha escolhido se aliar a autocratas e ditadores, a países em que as liberdades dos cidadãos são restritas, governados por mãos de ferro.
Entre a democrática Ucrânia, covardemente invadida pela autorcrática Rússia, ele preferiu Putin. Preferiu a teocracia iraniana e seus puxadinhos Hamas e Hesbolah ao invés de Isarel, única democracia da região. Recebeu com honras de chefe de estado o ditador Nicolás Maduro, sobre cuja eleição fraudulenta fez comentários para plateia, mas cara de paisagem sobre a consolidação fraude. Ensaiou uma encenação de briga com o ditador Daniel Ortega, que apesar de gerar notícia, ninguém acreditou. Foi entusiasta da entrada para os BRICs de parceiros como Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã. A Argentina, sabiamente, recusou a oferta, não está interessada em ser lacaia de China e Rússia, papel no qual Aiatolula se sente muito bem. Tentou encabeçar a criação de uma moeda que viesse a substituir o dólar no comércio mundial, como se isso fosse facilmente possível, ou como se ele tivesse capacidade, respeito e tamanho para tal façanha.
O desejo maior de Aiatolula era mesmo ganhar um Nobel da Paz, o que não vai rolar. E se não pode ser da paz, não se incomoda que seu "troféu" represente a guerra, se associando aos malucos que querem destruir o modo de vida do mundo ocidental. O pteocrata não mede esforços para colaborar com o eixo do mal na empreitada de destruir o capitalismo. Sua pequenez diplomática e existencial faz com que se sinta importante como instrumento dos imperialistas que, em troca, deixam ele governar o Brasil e usam todos os meios para garantir que ele seja "o Frente" no objetivo de introduzir e aprofundar o comunismo no nosso continente, tal como fazem com Maduro, Ortega, Morales, Petros e outros capachos na América Latina e na África.
Aiatolula atribui a si a função de vender um país que não lhe pertence. Viaja pelo mundo, para cima e para baixo, se achando o único ser deste planeta capaz de, entre uma 51 e outra, produzir no seu gabinete a solução para os problemas do mundo. Como sempre fez, inventa e distorce fatos e números que cospe nos microfones como se verdade fossem. Na verdade, nem é anormal que governantes mintam para suas plateias, mesmo que elas saibam que são mentiras. O problema de Aiatolula é que ele acredita nas suas próprias mentiras, assim como pensa que as plateias, que cerimonialmente as escutam, também acreditam. E foi isso que, mais uma vez, ele fez na ONU.
O pteocrata não sabe o real tamanho que tem. Se um dia foi chamado de "O Cara" por Barack Obama (e até hoje não sabemos ao certo se foi elogio ou uma ironia - fico com a segunda hipótese), hoje ele é chamado de "O Cara de Pau" por qualquer dirigente mundial, mesmo que o trate bem e finja não saber de nada sobre o esquema de corrupção que ele liderou. E foi com essa cara de pau que ele foi a ONU contar e recontar mentiras, tentar dar lição de moral no mundo e ?passar um pito? na própria ONU, como se tivesse alguma relevância para isso. Ouso inferir, inclusive, que se não fosse a tradição da abertura da Assembleia Geral sempre feita pelo presidente brasileiro, ou, se pudessem expurgar figuras inexpressivas mundialmente de participar da assembleia, Aiatolula jamais faria um discurso por lá novamente - ou nem passaria da porta. E o mesmo aconteceria em qualquer lugar onde a decência prevalecesse sobre qualquer tradição.
É uma pena que não haja réplica durante os discursos na ONU para que alguém perguntasse a ele como se atreve a querer resolver a guerra na Ucrânia e no Oriente Médio se é incapaz de acabar com a criminalidade no seu próprio país, ou como pretende acabar com a fome no mundo se, no seu próprio país, ainda existem milhões de pessoas abaixo da linha da miséria e metade da população com esgoto a céu aberto enquanto ele gasta 57 mil reais num curso para ensinar a cortar carnes nobres. Ou, quem sabe, alguém que perguntasse a ele como pretende acabar com as emissões de carbono no planeta se não consegue lidar com as queimadas que batem recordes que pertenciam a ele mesmo e estão devastando a Amazônia, o pantanal e o cerrado brasileiros. Ou ainda um dirigente qualquer que questionasse a ideia esdrúxula de taxar grandes riquezas sem que ele consiga fazer o Brasil produzir as riquezas de que é capaz, nos afundando numa dívida pública cada dia mais impagável, gastando o dinheiro do contribuinte em produzir nenhum retorno à sociedade.
Não seria errado dizer que fizemos uma péssima escolha em 2022. Mas é errado porque não foi, de fato, uma escolha, pelo menos não uma escolha dos eleitores brasileiros. Mas isso é outro tema cansativamente debatido e que de concreto, além de alçar o criminoso à presidência da república, só produziu autoritarismo, arbitrariedades e inocentes presos.
Afinal, tudo vem sendo possível nesse país.
Só nos resta torcer pelo impossível. Ou fazermos acontecer.
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