O Brasil, infelizmente, em 2022, retornou a era do crime e da impunidade, acrescida de vingança, do mais puro ódio pela sociedade. A mesma sociedade, analfabeta e disfuncional, que recolocou o pior criminoso de todos os tempos e sua horda de volta ao poder. Uma sociedade que, tendo votado no criminoso, se sente traída, abandonada e arrependida.
A questão é – Como chegamos a esse ponto?
A maioria das pessoas associa esse evento ao fim do Regime Militar, mas não é verdade. Esse movimento é muito anterior, e tem relação com a vinda da Internacional Comunista (IC) para a América do Sul, ainda na década de 1920.
A Internacional Comunista se inicia em março de 1919, para unir os partidos comunistas e promover uma revolução global. Sua origem remonta a Associação Internacional dos Trabalhadores, fundada por Marx e Engels, no ano de 1864, em Londres.
O objetivo da Internacional Comunista era superar o capitalismo, impondo a ditadura do proletariado e da República Internacional dos Sovietes. Sua meta era implementar a teoria do socialismo soviético no mundo e, para tanto, são organizados congressos.
O primeiro congresso, ocorrido em março de 1919, focou nas diferenças entre a democracia burguesa e a ditadura do proletariado.
O segundo, em julho de 1920, já contava com representantes russos e de outros 41 países. Nessa oportunidade foram estabelecidas as 21 condições de adesão à Internacional Comunista. A discussão se deu em torno de forçar a luta de classes – oprimidos contra opressores -, e é quando surge a ideia de exploração.
O terceiro congresso aconteceu em junho de 1921. Aqui se inicia as estratégias de ‘frentes únicas’, cujo objetivo é os comunistas unirem-se a trabalhadores de outros partidos ainda não alinhados em uma luta, para incitá-los contra a burguesia.
‘Frente única dos trabalhadores’, lhes é familiar?
De 30 de novembro a 5 de dezembro de 1922, em Moscou, com a presença de Lênin, Trotsky e Gramsci, acontece o quarto congresso. A proposta é de infiltrar o comunismo em diversos países, não pela luta armada, mas pela cultura.
No quinto congresso, que aconteceu de junho a julho de 1924, surge o Secretariado para a América do Sul, que se estabeleceu com sede em Buenos Aires, chefiado por Abílio de Nequete, fundador do PCB (Partido Comunista Brasileiro).
O sucesso do Secretariado para a América do Sul, fez com que no sexto congresso fossem eleitos 7 membros latino-americanos para compor o Comitê Executivo da Internacional, em 1928. Nessa ocasião, devido à perda da representatividade da Alemanha, foi aprovado um novo programa, determinando oposição entre comunistas e social-democratas.
O slogan era: ‘classe contra classe’.
Num trecho do novo programa diz: “A desigualdade do desenvolvimento econômico e político é uma lei absoluta do capitalismo. Essa desigualdade se agrava e acentua na época imperialista. Disto resulta que a revolução proletária internacional não pode ser considerada uma ação única, simultânea e universal (…) Consequentemente, o proletariado internacional, do qual a URSS é a única pátria, a fortaleza de suas conquistas, o fator essencial de sua libertação internacional, tem o dever de contribuir para o êxito do socialismo na URSS e defendê-la por todos os meios contra os ataques das potências capitalistas”.
O sétimo e último congresso aconteceu em agosto de 1935. Nessa ocasião a Internacional Comunista opta por construir as ‘frentes populares’, organizações de massa, teoricamente, de caráter ‘antifascista’, bem como a ANL – Aliança Nacional Libertadora. A intenção era a de fazer as massas entenderem que a única salvação que tinham era seguir o Partido Comunista. A lei suprema era defender a unidade bolchevique.
Diante das pautas dos congressos da Internacional Comunista, penso ser mais fácil entender o que é a subversão, ou doutrinação.
Para melhor entender os meios e as finalidades, vou trazer um personagem que ficou bastante conhecido, na década de 1970, por ter criticado a covardia e omissão da mídia, empresários, governos e inteligências ocidentais, por não terem divulgado a realidade dos países comunistas, bem como de não tomarem medidas para impedir a implantação desse regime pelo mundo.
Yuri Alexandrovich Bezmenov ou ainda, Tomas Davis Schuman, pseudônimo usado a partir de 1972, quando contratado pela Canadian Broadcasting, foi um jornalista da Ria Novosti, uma das maiores agências de notícias russa, e ex informante da PGU KGB, que é a direção de operações no exterior, da KGB, disse em sua palestra sobre a Subversão comunista do Ocidente, na década de 1980, que “Subversão, na terminologia soviética, significa sempre uma atividade distratora e agressiva, visando destruir o país, nação ou área geográfica do seu inimigo. Esta atividade é aberta, legítima e facilmente observável se você se der ao tempo e trabalho de observá-la”.
Explicou, Yuri, que o processo de subversão, em um país alvo, se dá em quatro fases – desmoralização, desestabilização, crise e normalização – necessárias para manipular cultural e psicologicamente as massas para facilitar a implantação dos regimes revolucionários.
Para a fase de desmoralização, são necessários de 15 a 20 anos, visando educar uma geração com princípios revolucionários, promovendo a inversão dos princípios e valores morais tradicionais, que são os que defendemos. Os alvos dessa fase são a religião, educação, cultura, comunicação social, relações sociais, segurança, lei e ordem, família, política interna e externa, saúde, etc.
Para a desestabilização são necessários mais 2 a 5 anos, para destruir as estruturas política, econômica e social do país, implementando a luta pelo poder.
Para a fase de crise, apenas de 2 a 6 meses, para gerar guerra civil, intervenção estrangeira e golpe de estado pelos agentes da subversão/doutrinação.
A última fase, normalização, já é a total instauração do modelo subversivo. É a ‘nova ordem’ instalada, e quando, segundo Bezmenov, os ‘idiotas úteis’, como ele chamava, passavam a ser eliminados.
Por idiotas úteis, ele se referia aos militantes – artistas, professores, jornalistas e ativistas de movimentos sociais (feministas, homossexuais, defensores de direitos humanos), políticos, empresários e outros, todos usados como massa de manobra.
Penso que agora fica fácil entendermos como chegamos até aqui, e como nos permitimos aceitar as pautas da esquerda e por qual processo isso se deu.
A resposta é – SUBVERSÃO.
E qual foi a pauta inicial que fez com que tantas pessoas aderissem a ela? São as pautas abomináveis, bordadas, enfeitadas, de falsas virtudes, como as ‘inclusões’ que excluem, a banalização do crime e romantização do bandido, a destruição da família, do amor e respeito próprios, entre outros.
E como se deu essa escalada? A partir dos municípios, com a participação nas associações de bairro e conselhos municipais. A esquerda passa a crescer a partir desses pequenos grupos, envolvendo-os com “o social”, subvertendo as reais necessidades da sociedade.
Importante saber que surgem, na década de 1960, as associações de bairro ou microrregiões, essas, formadas pelos moradores da localidade, tem como função pleitear, perante os órgãos públicos, ações para atender as demandas da região – iluminação, criação de creches e escolas, de praças, etc.
Na década de 1990, surge no cenário político brasileiro a figura dos Conselhos municipais, que é ‘o alargamento’ das associações de bairros/regiões. As principais atribuições dos conselhos são: propor políticas públicas, após deliberação; controlar os recursos aprovados em orçamento; fiscalizar os trabalhos executados e gastos do poder executivo.
Já tendo conquistado, através das falsas virtudes, a comunidade de pequenas regiões, adentram a Câmara de Vereadores, também conhecida como Câmara Municipal, que é a casa dos representantes do povo, e tem como função fiscalizar a administração – poder executivo -, tanto nos gastos quanto na execução de obras, e legislar, após ampla discussão e conforme os interesses públicos do município.
E onde esses três elementos se encontram? Na proposição das demandas a serem debatidas, para aprovação, ou não, na casa do povo.
Importante destacar que a esquerda, desde o início, se coloca como defensor do povo, defensor da causa operária, defensor das minorias.
Desde a ‘redemocratização’, a esquerda trabalhou, e ainda trabalha, para se manter dentro das associações de bairros e em especial os conselhos, tanto municipais, quanto estaduais e federais, mais os sindicatos, impondo suas pautas ideológicas travestidas de políticas sociais.
Adquirir conhecimento para argumentar, participar ativamente das associações de bairros/microrregiões, bem como dos conselhos municipais e, analisar minuciosamente cada candidato ao cargo de vereador antes de votar e, após elegê-lo, cobrar ações conforme o discurso, é responsabilidade dos cidadãos. Devemos, também, nos preparar, aqueles que têm o dom, para concorrerem aos cargos legislativos e executivos.
A consciência cidadã exige conhecimento e responsabilidade de cada um de nós. As leis que regem nossas vidas, em tempo integral, nascem nas ‘casas do povo’. Se o povo não se interessar pelos assuntos legislados, não participarem dos debates e não se posicionarem, decidirão por nós. E não adianta chorar se não participar. Vai ter que aceitar, caladinho, o que decidiram por ti.
Link da palestra de Yuri Bezmenov – https://www.youtube.com/watch?v=xyIPNYl7Ock&t=1s&ab_channel=PHVoxGeopol%C3%ADticaeForma%C3%A7%C3%A3o