Temos um senhor senil na Presidência da República que acredita que não precisa agradar mercado para governar. Em parte, é verdade que isso seja possível, desde que se tenha políticas econômicas concretas, deficits controlados, maior arrecadação fiscal (sem aumento de impostos), responsabilidade fiscal, credibilidade, estabilidade nas contas públicas e redução drástica nos gastos do governo. Todas as medidas são a antítese do que vem ocorrendo no governo do marido da Janja.
Em 22/11/23, foi divulgada a pesquisa Genial/Quaest, em que 80% dos gestores, economistas e analistas dos maiores fundos de investimentos do Brasil consideram que a equipe econômica do governo Lula é pior do que a do governo Jair Bolsonaro. Apenas 12% as consideram equivalentes e míseros 8% acham que Haddad tem desempenho melhor que o de Guedes.
É notória a diferença na gestão de crises, como a pandemia enfrentada por Bolsonaro (e pelo resto do mundo) e a explosão da guerra na Ucrânia, por seu turno, Lula enfrenta o desastre causado pelas cheias no Rio Grande do Sul. Imediatamente, a equipe de Paulo Guedes elaborou um plano de emergência para que a população não passasse fome com o “fique em casa”. Ao passo que Fernando Haddad não se pronunciou sobre alocação de recursos ao RS, e, numa medida inédita (e inconstitucional) foi nomeado Paulo Pimenta como ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, que, ao que parece, não tem feito muito mais que Haddad para ajudar a reconstrução do estado.
Nos últimos dias temos visto um agigantamento da moeda americana em relação à moeda brasileira, cujo aniversário de 30 anos foi comemorado com a queda de 1,68% num único dia (e 18,03% nos últimos doze meses). É preciso entender que, quando alguém perde, do outro lado tem alguém que está lucrando.
E quem lucra com o aumento expressivo do dólar? Muita gente, menos o povo.
Quem não se lembra do caso da JBS? Que, em maio de 2017, comprou uma quantidade significativa de dólares, um dia antes de ser noticiado que a delação de Joesley Batista envolvia diretamente o Presidente Michel Temer, o que levou a uma disparada da moeda. Com isso, a empresa teria lucrado com o escândalo. O dono da JBS teria feito afirmações sobre Temer à Procuradoria-Geral da República como parte de uma delação, que ainda não havia sido homologada pelo STF. Outros delatados seriam: Aécio Neves, presidente do PSDB e senador por Minas Gerais à época, o qual foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista.
Em setembro de 2015, temos a seguinte afirmação de Gilmar Mendes: "eles têm dinheiro para disputar eleições até 2038", o ministro do STF disse que o dinheiro desviado da Petrobras tinha como destino campanhas eleitorais assim, com o final do financiamento privado de campanha, o PT seria a sigla com mais recursos em caixa. Entretanto, esses recursos não estão no Brasil, mas em paraísos fiscais, e, em ano de campanha eleitoral, nada melhor que usar seus dólares, valendo mais, para financiar campanhas.
Há alguns meses tivemos um problema com a Petrobras, culminando na demissão de Jean Paul Prates, o que abalou a confiança dos investidores e fez a empresa perder muito valor, contudo, a Petrobras tem 80% de suas vendas em dólares (poderia ter 100% se os preços seguissem o mercado internacional, o que não tem acontecido nos últimos meses). Quando se olha para os custos da petroleira, 50% está atrelado ao dólar – uma proporção alta, mas largamente compensada pela receita em moeda forte. Portanto, aumentar o valor do dólar, aumenta o valor da Petrobras.
A alta do dólar também pode beneficiar a Embraer, uma vez que pratica 93% de suas vendas em dólares, todavia, tem 83% dos custos na moeda americana. E a Vale, que exporta minério de ferro à China.
Nas bolsas de valores, empresas que exportam commodities (mercadorias originárias do setor primário e de baixo valor agregado, ou seja, em seu estado bruto ou pouco modificadas, e que são comercializadas em grandes volumes no mercado internacional, tais como soja, minérios de ferro e petróleo), empresas exportadoras de carne e grãos ficam satisfeitas com o aumento do dólar, pois seus produtos serão mais bem pagos, quando da venda.
E, claro, os Faria-Limers, investidores de fundos cambiais e internacionais, que nunca colocam todos seus ovos numa única cesta.
Mas, você, meu querido leitor, que estava economizando para levar a patroa à Paris ou pretendia ir com a molecada para a Disney, pode esquecer tais planos, por enquanto. Sim, por enquanto, pois esse aumento (quase que impulsionado pelo próprio governo) tem dias contados, deve ser no final de outubro, quando as eleições municipais se encerram.
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