“A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude.”
François duc de la Rochefoucauld
Talvez seja hipocrisia, mas começarei esse texto citando parte de um discurso proferido em outubro de 2012, pelo deputado Luiz Couto (PT/PB), professor universitário, sacerdote católico e político filiado ao PT, é claro.
“Senhor Presidente, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados. A hipocrisia é uma postura que alimenta e fortalece a traição, a calúnia, a desonestidade e a impostura, mas também envenena as relações humanas com a dissimulação, a farsa e o fingimento e destrói a sã convivência social, impedindo que a verdade nua e crua possa ser revelada, dando forças para a astúcia, a esperteza e a insinceridade. […]
A hipocrisia encontra-se entre nós e dentro de nós. Constantemente, estamos fingindo que acreditamos que somos caridosos e que temos uma fé profunda e eficaz ou que somos virtuosos, que apresentamos ideias e sentimentos que na realidade não as possuímos ou não acreditamos. Frequentemente, assumimos atitudes como se fossemos atores, ou seja, representamos posturas morais, como fingimento e não como comportamentos que temos e acreditamos. Muitas vezes, denunciamos posturas de corrupção, de falta de ética, de imoralidade para encobrir as nossas.”
Pode parecer incoerência ou hipocrisia um sacerdote católico ser político, e ainda mais do PT. Mas o discurso é uma verdade, e permite mostrar que toda tirania que sofremos hoje, não é em busca do poder em si e, sim, pelo poder financeiro às custas da população.
Já escrevi e postei em redes sociais o fato de até pouco antes de 2018, quase maioria da população não tinha conhecimento do alto custo das mordomias gastronômicas dos ministros do supremo, com frutas selecionadas tipo exportação, lagostas, e vinhos com no mínimo duas premiações internacionais, etc. — fato que só veio ao conhecimento público, graças às redes sociais e, aliás, causou constrangimento a alta cúpula do judiciário.
O EXECUTIVO
Esse governo que se autointitula “Pai dos pobres” e se elegeu prometendo “amor, picanha, e cervejinha”, após 18 meses, não entregou nada de concreto para o povo, em compensação, destila ódio e intrigas, gastou milhões viajando com a esposa e amigos, deu incentivo a montadoras de automóveis, se reuniu até agora mais de três mil vezes com empresas, já tentou tributar herança, e só pensa em aumentar impostos, faz de tudo para não ser criticado.
Vale lembrar que o governo é presidido por um condenado — e não inocentado — por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, com mais de três mil evidências, criou com a AGU (Procuradoria Nacional da União), a Procuradoria Nacional da União, para combater a “desinformação” contra ele próprio.
Entre as supostas “desinformações” que pretendem combater, estão, por exemplo: o escândalo do leilão do arroz, suspeita apontada pelo TCU de irregularidades na SECOM (Secretaria de comunicação do governo), entre outras, com claras vantagens para os envolvidos, incluindo aí o chefe do executivo, que foi condenado duas vezes, incluindo uma em terceira instância, sem motivo.
JUDICIÁRIO
A cúpula do judiciário e do judiciário eleitoral, com inquéritos infinitos e inconstitucionais, e a criação (TSE) do CIEDDE (Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia), são as grandes armas usadas agora para calar o povo e sua chamada “campanha de desinformação”, em defesa do país e da democracia.
Mas, além da já citada farra gastronômica, as redes sociais que querem calar, trouxeram ao conhecimento popular, outras farras com dinheiro público tais como troca de móveis suntuosos do tribunal e assessores, viagens de primeira classe com familiares ao exterior, hotéis e carros de luxo, restaurantes cinco estrelas, e despesas pagas no exterior, por empresas e pessoas enroladas com ações no tribunal.
LEGISLATIVO
A vida nababesca de nossos senadores e deputados, são inimagináveis ao cidadão comum. Além dos altos salários, despesas com almoço, combustível, moradia, plano de saúde, verba de gabinete, o fundo eleitoral e as emendas parlamentares, ainda viajam com tudo pago pelo povo.
A HIPOCRISIA
Tanto o presidente condenado, não inocentado, como o STF que o trouxe de volta a vida pública, o TSE que o auxiliou a se eleger — calando e cancelando seus adversários políticos —, e o legislativo que a tudo se omite, se dizem socialmente pelo povo e pelo país, falam em nome da democracia, e do estado democrático, mas usam de decretos, inquéritos ilegais e resoluções internas, e omissão e cumplicidade do congresso, para nos calar.
Mas não o fazem pelo poder em si, poderiam fazer muito mais que nos calar se quisessem! Fazem porque querem voltar a normalidade (deles), de quando vivíamos na ignorância dos podres poderes e suas vidas nababescas, sem as virtudes que tentam nos convencer que possuem, e a hipócrita da defesa de que todos são iguais.
Drogas, aborto, defesa da criminalidade e defesa das minorias, não são virtudes ou socialismo, são só cortinas de fumaça, uma maneira de nós manter distraídos e alienados, para manterem suas vidas divinas bancadas por nós.
A hipocrisia de defender a igualdade social, de falar que são socialistas, como disse Lula, Dino ou mesmo o ministro Moraes, ao dizer não ser o único socialista no tribunal, quando, na verdade, o que querem e sempre quiseram, é ser mais iguais que os outros.
Não se enganem, nossa ditadura, é a ditadura da hipocrisia.
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