Paris, 14 de julho. Trending topic mundial: #BastilhaÉFake, #TemosCoisasMaisUrgentes, #RevoluçãoComResponsabilidade.
Os influenciadores digitais da época já estavam preparados. Madame Pompadour, agora rebatizada como @PompaFitnessRevolucionária, faz uma live direto da frente da prisão:
“Gente, tamo aqui protestando com propósito, né? Porque assim, a opressão existe, mas vamos com calma. Trouxe meu chá de hibisco com liberdade e uns cupcakes sem glúten. Liberdade, mas com sabor.”
Enquanto isso, nos bastidores, Robespierre é acusado de discurso de ódio por sugerir que cabeças devem rolar. A Comissão Europeia de Moderação da Revolução (CEMR) exige que ele poste um pedido de desculpas e entre em um programa de reeducação emocional.
No zap dos sans-culottes, o burburinho:
“⚠️ URGENTE! Disseram que a Bastilha está cheia de PASTÉIS e NÃO de prisioneiros políticos! ⚠️ Cuidado! Isso é tudo uma armação do clero com a Maçonaria Illuminati para desviar atenção da inflação da baguete!”
Louis XVI, influenciado por um grupo de WhatsApp de Monarcas em Exílio, publica um Reels:
“Galera, tamo junto pela paz. Tô sendo perseguido por causa da minha fé real. Cadê o direito de expressão da realeza?”
No YouTube, “Canal História Reversa com Dom ChapeuZinho” explica:
“A Bastilha, na verdade, foi construída por alienígenas para equilibrar a energia cósmica de Paris. Essa história de revolução é uma narrativa criada pelos globalistas do século XVIII.”
O algoritmo do TikTok bomba uma trend: #DançaDaGuinotina, com nobres e plebeus dublando “Vou cortar você fora da minha vida” enquanto fazem gestos de degola sincronizados.
Enquanto isso, os historiadores verdadeiros gritam no vazio do X (ex-Twitter):
“A QUEDA DA BASTILHA É UM EVENTO COMPLEXO! NÃO REDUZAM A MEMES!”
E são sumariamente silenciados pelo selo “????Conteúdo sensível — possível linguagem elitista”.
No fim do dia, a Bastilha é substituída por um Starbucks temático da revolução, onde jovens em cosplay de Voltaire bebem “Frappuccino Rousseau” e discutem sobre liberdade em voz baixa, para não ferir sensibilidades.
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