Numa manhã como outra qualquer, o cidadão médio acorda com a sensação de que está doente. Não de febre, mas de nomenclatura. Doença moderna, claro. A antiga gripe agora tem codinome de ditadura leve: SRAG — Síndrome Respiratória Aguda Grave. Parece nome de partido político de esquerda que não deu certo, ou um novo sindicato das variantes viróticas em greve por melhores condições de transmissão.
Como toda sigla que se preze no universo pós-iluminista dos progressistas psicometafóricos, SRAG não quer apenas informar. Ela deseja incluir, nivelar e, claro, confundir — tudo em nome da ciência. A mesma ciência que não pode ser questionada, mas que vive mudando de ideia como influencer em crise de identidade.
Antes, tínhamos nomes simples: pneumonia, bronquite, gripe. Hoje, tudo foi englobado num caldeirão patológico de letras que parece patrocinado pela ONU, Netflix e alguma startup de vigilância emocional. SRAG soa como a prima intelectual da LGBTQIAP++, outra sopa de letrinhas que tenta representar tudo e todos, mas acaba virando piada até entre seus próprios criadores. (LGTV 4K com wi-fi embutido — risos garantidos.)
O modus operandi é clássico, quase bíblico:
1. Pegue algo óbvio.
2. Dê um nome abstrato, técnico, inócuo.
3. Embale com ares de urgência moral.
4. Censure qualquer um que pergunte: “Mas isso é sério?”
A COVID, por exemplo, foi rebaixada. Não é mais manchete. Agora mora escondida nas entranhas da SRAG, como um político velho lotado em cargo de assessoria invisível. Ainda existe, mas ninguém toca no nome — muito feio, muito 2021. Melhor uma sigla nova, mais neutra, mais “flex”.
A mídia — sempre ela — aceitou o SRAG com a docilidade de um golden retriever diante de um ossinho sanitizante. Ninguém questiona. Ninguém pergunta o óbvio: “Por que classificar doenças respiratórias sob um código comum se elas têm tratamentos, riscos e origens completamente distintos?” A resposta é simples: controle narrativo, o oxigênio dos que sufocam o debate.
Se a esquerda progressista tivesse um marketeiro universal, ele já estaria vendendo camisetas:
“Eu sobrevivi à SRAG 2024 – edição outono/inverno”
Ou melhor:
“Respirar é privilégio – pare de ofender com seus pulmões opressores.”
A piada é que não há mais piada. O absurdo venceu a lógica e se fantasiou de protocolo. Enquanto isso, o cidadão que ousa espirrar em público sem máscara é considerado bioterrorista doméstico. E o que é a SRAG? É tudo. É nada. É o novo nome do mesmo medo — agora reciclado, com ISO 9001 em pânico.
Em resumo: a esquerda cria siglas como um adolescente entediado cria perfis fakes no Instagram. A diferença é que os perfis adolescentes não recebem bilhões em verba pública.