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A “CANDINHA” DO JUDICIÁRIO - versão 2025

Se é gay, se teve ou não um casamento de fachada, é problema dele

Hermínio Naddeo
Por: Hermínio Naddeo Fonte: Opinião
14/05/2025 às 12h03
A “CANDINHA” DO JUDICIÁRIO - versão 2025
Imagem - Fabio Rodrigues Pozzebom - Agencia Brasil

É praxe no judiciário mundial que um juiz só se pronuncie nos autos, ou seja, apenas nas ações e comunicações formais dos processos que julga. Dificilmente um magistrado de Suprema Corte de países civilizados, como já deveríamos ser, se pronuncia publicamente sobre qualquer assunto, menos ainda sobre os processos que julga ou sobre política.

Juiz não pode fazer política, falar sobre política ou ter atividade política. E não sou eu que estou dizendo. Está nas leis da magistratura mundial, inclusive na nossa. Juiz precisa ser obrigatoriamente imparcial. Como dizia (da boca para fora) Marco Aurélio Mello, processo não tem capa. Mas a gente sabe que no Brasil não funciona assim.

A “Candinha” ficou famosa na década de 1960, através da música O mexerico da Candinha, de Roberto Carlos. “Candinha”, segundo o dicionário, é a famosa fofoqueira, intrigueira, aquela que se mete na vida de todo mundo. Apesar de ser um nome próprio feminino, “Candinha” não é necessariamente mulher, mas qualquer um que se utilize da prática da fofoca, da intriga, do mexerico.

Tradicionalmente, porém, as “Candinhas” sempre foram encarnadas em personagens femininos. Diante disso, tendo o STF 1 mulher e 10 homens em sua composição, se fosse para fazer uma aposta cega em quem seria a “Candinha” da corte, Cármen Lúcia seria a única candidata. Mas não é.

A “Candinha” do STF atende pelo nome de Luís Roberto Barroso. E para ser justo com a contemporaneidade, “Candinhas” também podem ser homens, alguns não necessariamente masculinos, outros até mesmo afeminados.

O ministro Barroso é um efeito colateral de tudo de ruim que a esquerda fez ao Brasil. Se é gay, se teve ou não um casamento de fachada, isso é problema dele e do mal gosto de quem casou com ele.

O problema de Barroso (e para não ser injusto, não é só dele) é que ele não é um juiz de fato. Sentou na cadeira amarela, usa toga, faz caras e bocas, ganha como ministro do STF, tem todas as prerrogativas e benesses do cargo, mas é tão somente um advogado ativista de causas que interessam aos grupos a que pertence, ignorando, como fazem os outros ministros, que vivemos em uma democracia e que democracia significa a vontade da maioria.

Apesar de parecer contraditório, porém, respeitar a vontade da maioria não impede que todas as minorias sejam tratadas dignamente em suas demandas. O problema é quando "juízes," como Barroso - e me refiro à atuação na magistratura e não na vida pessoal - decidem que a maioria é que deve se submeter à vontade das minorias, e isso fica mais escandaloso quando ele se mostra parte integrante de uma delas ou, claramente, se associa a elas, politica, social e ideologicamente. Ainda usa de seu cargo e poder para interferir no andamento da sociedade em favor dos seus, muitas vezes ignorando as leis como foram escritas para impor sua visão pessoal sobre temas para os quais não deveria sequer dar uma opinião.

Luís Roberto Barroso perseguiu Jair Bolsonaro, no STF e no TSE. Ele fala espontaneamente sobre tudo o que não é perguntado – e mais ainda se alguém pergunta. É uma “Candinha” mesmo, a “Candinha” Mor do STF, posto que até poucos anos atrás era ocupado por Gilmar Mendes e cujo “brilhantismo”, diferente de Barroso, não era brilho de purpurina, mas dos holofotes da imprensa que sabiam bem o boca aberta que ele é.

Barroso persegue conservadores, persegue a direita, quero crer com a benção de João de Deus – homem de "poder transcendente para fazer o bem e curar pessoas", e nas horas vagas estuprar mulheres, meninas. Defendeu a inocência de Césare Battisti com a mesma veemência que elogiou João de Deus, e não falou mais nada quando Battisti finalmente chegou à Itália e, em meia hora de conversa, assumiu a autoria dos assassinatos que Barroso jurou na tribuna do STF, ainda como advogado, que ele não cometeu.

Agora, em mais um evento promovido pelo grupo empresarial de João Doria em Nova York, Barroso afirmou que “Mais recentemente, tivemos um decisivo apoio dos Estados Unidos à institucionalidade e à democracia brasileira em momentos de sobressalto. Eu mesmo, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, estive com o encarregado de negócios americano, estive muitas vezes, e em três vezes pedi declarações dos Estados Unidos de apoio à democracia brasileira, uma delas do próprio Departamento de Estado”. (Será que o ministro recebeu cachê? Não se sentiu constrangido pelo fato do evento ser patrocinado por empresa que tem ações tramitando no STF?)

O resultado deste apoio se traduziu no envio de vários emissários importantes do governo americano, que estiveram com os militares brasileiros, com a Polícia Federal e até mesmo com a equipe de Bolsonaro enquanto ele ainda era presidente.

Não podemos nos esquecer, também, da ida de Barroso à China em 2024, quando foi fazer um “intercâmbio” com o Supremo Tribunal chinês – o que até hoje me intriga quando tento entender o que o sistema judiciário de uma ditadura comunista pode ter em comum, ou a oferecer, ao sistema judiciário de uma democracia.

Falou-se, ainda, que a agenda na China tratou de temas ligados ao uso de inteligência artificial, o que, sendo a China o país mais controlado do mundo e o judiciário brasileiro se transformado em uma ditadura disfarçada, nos dá uma pista do tipo de conversa que tiveram.

O correto é que juízes, não importa a instância, ou a importância que têm, devem, por lei, falar apenas nos autos dos processos que julgam. Qualquer postura diferente disto é extrapolação de suas funções constitucionais. Juiz é personalidade pública, mas não é celebridade. Fazer duetos com cantores, sambar em avenidas no carnaval, pressionar (ameaçar deputados) contra o voto impresso, forçar ou impedir a instalação de CPIs, legislar, não é função de juiz.

Pessoas como Luís Roberto Barroso transformaram o Supremo Tribunal Federal em um cortiço onde se come lagosta e se bebe vinho com pelo menos quatro prêmios internacionais. Um cortiço moderno com direito à Candinha e até uma delegacia de Polícia particular liderada por Alexandre de Moraes. Um cortiço habitado só por advogados ricos, anteriormente especializados em defender bandidos ricos. Procure nos seus antigos escritórios (como se tivessem realmente deixado de ser donos) algum cliente pobre que tenha sido atendido por caridade.

Barroso representa dignamente a promiscuidade da justiça com bandidos e causas socialistas que visam mudar o regime de governo sem a participação dos cidadãos/eleitores. Não trabalha para a justiça, mas para as minorias e a favor dos grupos de militantes e partidos que pretendem impor, goela abaixo, o socialismo ao povo brasileiro. Talvez ele até creia de fato nessas causas, mas é o poder que o move.

Advogados como Barroso não precisam do salário do STF ou das benesses do cargo para comer lagostas e beber vinhos premiados. Faziam isso antes, e foram eles que levaram esses hábitos para a corte. O que eles gostam é do poder, pois a grana continua entrando através daqueles escritórios que eles "não são mais donos". Só o poder interessa, tal qual acontece e motiva as Candinhas, que usam o poder da informação e da difamação como meio de satisfazer a pequenez de suas pobres almas.

Chegará ainda o momento, breve eu espero, que ficaremos livres desse lixo pseudo-intelectual iluminista que faz live com YouTuber que perverte as mentes das crianças, que convida perfis anônimos patrulhadores da individualidade alheia para participar da organização de eleições, que contrata militantes de esquerda para fazer propaganda eleitoral, que impede pessoas de ganhar honestamente seu dinheiro por não concordar com suas opiniões, que prende pessoas por crime de opinião mesmo que este crime não exista no ordenamento jurídico brasileiro.

Gente que fatia leis, rasga a Constituição Federal ao vivo, que solta traficantes perigosos com diversas condenações em três instâncias e mantém presa uma mãe que roubou comida para alimentar seus filhos. Gente que emite habeas corpus com mais facilidade do que conseguimos obter um cupom fiscal quando fazemos compras.

A escolha que precisamos fazer está entre brigar de vez com o sistema ou deixar que essa miséria jurídica na qual vivemos se aprofunde até nosso país ter seu nome mudado para República Bolivariana do Brasil.

Entre reconstruir o sistema judiciário em bases que tenham a ver com justiça ou permitir que o tráfico de togas continue definindo os rumos do nosso país. É chegar a um tempo no qual voltaremos a saber a escalação dos onze titulares da seleção brasileira ao invés dos nomes dos ocupantes das cadeiras do Supremo. E voltarmos a ter ministros que falam apenas nos autos, ao invés de Candinhas, que só não vestem togas cor de rosa porque o regimento interno da casa não permite.

Só erra quem quer. Não há mais espaço para alegar falta de conhecimento, nem pecar pelo excesso de informações mentirosas, intrigas e mexericos proferidos pelas "Candinhas". O Brasil precisa se tornar um país de verdade, mas principalmente uma verdadeira nação.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, com sua fala mansa, suas caras e bocas de mímico francês e seu gestual metido a “iluminado”, no fundo, não passa de uma figura medíocre, mas que, com tudo isso, representa com dignidade a mediocridade que é a composição da mais alta corte de judiciário brasileiro, em perfeita consonância com o desastre que é o atual governo brasileiro.

Fosse eu Barroso, fechava minha boca, mesmo sendo de veludo. Mas a Candinha quer falar.

 

Artigo publicado originalmente na pingback.com/nopontodofato, fiz uma atualização do contexto.

 

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