Forma-se no horizonte, um consenso silencioso em favor da ANISTIA aos nossos presos políticos do 08/01/2023. Até aqui já foram criados pelo menos 9 projetos sobre o tema, envolvendo mais de 35 parlamentares na Câmara e no Senado. Todo este trabalho jaz sem resultados efetivos, pois os atos NÃO praticados naquele dia, continuam produzindo sentenças soviéticas.
Por falar em Sovietes, todos lembramos quando Senhoras com suas Bíblias, Representantes Comerciais e Professoras Aposentadas ousaram questionar os resultados eleitorais da nossa pujante democracia. Há no Brasil ANISTIADOS e anistiados, a turma do 8 de janeiro não passa de cidadãos anônimos, uns desconhecidos a quem o sistema não deve justiça alguma.
Isto explica a urgência nada urgente, com que estão esquecidos nos seus calabouços, enquanto os projetos de anistia se acumulam nas comissões da Câmara e Senado. Entrevistas, lives e discursos inflamados são proferidos, mas nada acontece de fato. Estes inocentes são muito úteis ao sistema é a somatória das suas tragédias individuais, que desaba em terror coletivo sobre as cabeças de todos nós.
Mas vamos dar um cavalo de pau nesta conversa e abordar o tema por um outro ângulo; quando jovem eu fui um ativo dirigente estudantil, e isto me projetou na militância de esquerda, nela conheci muitos dos ANISTIADOS que hoje são sustentados por nós. Entre APOSENTADOS e PENSIONISTAS, o governo paga a eles pouco mais de R$ 4 bilhões de reais por ano.
Quanto ao total de beneficiários, estima-se em 40 mil pessoas que recebem uma média R$ 7800,00 por mês, o número original previsto pelos militares era de 5300 anistiados, mas a constituição de 1988 estabeleceu um trem da alegria, incluindo mais 35 mil pessoas nesta “mamata”. Admita: há ou não há uma poderosa e silenciosa INDÚSTRIA DA ANISTIA funcionando no Brasil?
Mas como foi que isto aconteceu?
A Lei 6.683 de 28/08/1979, já trazia os termos de reparação, indenização, reintegração etc. daqueles que seriam anistiados, mas abrangia apenas os atos praticados entre 02/09/1961 e 15/08/1979. A Constituição Federal de 1988 dilatou este prazo, indo de 18/09/1946 até 05/10/1988, enredando fatos fora daquele contexto original.
Na prática, recaiu sobre os ombros da nossa geração, o ônus de indenizar os FILHOS DA ELITE, que, por razões de quaisquer naturezas, se desentenderam entre si. Suas motivações nunca foram nobres, tratava-se de decidir quem teria precedência em PILHAR O ESTADO E O POVO, o Brasil é o único país do mundo onde os derrotados são incentivados a contar e recontar suas “estórias”, vide o filme recente: Ainda Estou Aqui, que devemos boicotar.
Mas e os anistiados de 8 de janeiro, também teriam direito a indenizações e filminhos? Com certeza não o teriam, uma vez que tudo é uma questão de datas e de “PEDIGREE”. De um lado temos apenas cidadãos comuns e anônimos e do outro, funcionários públicos, sindicalistas, artistas, jornalistas, políticos, professores e estudantes universitários, profissionais liberais, enfim: a fina flor da elite.
Os projetos que tramitam em favor dos manifestantes da direita, não abrem quaisquer possibilidades de indenização. O evento de 08/01 marcou uma virada no país, não foi um FLA x FLU entre as ELITES, o POVO DE VERDADE esteve em campo. O sistema ainda não percebeu, mas não terá como fugir ao seu destino, o nosso pagamento será a liberdade dos nossos filhos e a queda destes tiranos.
Os prisioneiros de 08 de janeiro são os reféns desta elite e é ela quem nos exige seu encarceramento e martírio, afinal, eles são um exemplo para todos os que ousarem denunciar e duvidar das suas decisões.
O genial Millôr Fernandes sempre dizia que “nunca se deve confiar em alguém que lucra com suas próprias convicções”. Os brasileiros ainda precisam entender o alcance absoluto desta verdade.