O MANTRA QUE SUSTENTA OS DELÍRIOS DA AGENDA 2030
Quem me conhece sabe que atuo como Consultor de Empresas há mais de 20 anos e que isto desenvolveu em mim uma forte patologia de rejeição e ceticismo quanto a modismos administrativos e empresariais. Desde o surgimento do TQM (Total Quality Management) na década de 1950, até o ESG (Enviromental, Social and Governance) em 2004, testemunhamos uma sucessão de modismos que visam onerar e desviar as empresas de seus verdadeiros objetivos sociais.
A Qualidade Total levou-nos aos Padrões ISO (9000, 9001, 14000, etc.) e estes eliminaram milhares de pequenas empresas, onerando as sobreviventes e forçando-as a renovarem suas certificações ano após ano. No entanto, nada mudou no chão de fábrica, erros e defeitos de produção continuam acontecendo mas ao invés da empresa ser punida pelo mercado, ela se justifica com “Planos de Ação” e uma série de malabarismos retóricos, devidamente registrados.
Substituímos o bom e velho “capitalismo” pelo carimbo de consultores que nunca produziram nada, mas que estão plenamente habilitados a dizer como tudo deve ser produzido, percebem o cinismo? Não é sem razão que produtos vindos da China, Índia, Paquistão, Vietnã, Turquia etc. inundam os mercados, eles não estão aí para as certificações e carimbos dados por estes iluminados, o que conta é o preço, a qualidade, a satisfação do cliente e a saúde financeira da empresa.
Países sem tradição industrial, tecnológica ou gerencial lideram os mercados, sua diversidade produtiva gera as riquezas que permitem atuar em todos os demais ramos da economia. No ocidente, empresas hiper-reguladas por regras aceitas e financiadas por elas mesmas, veem o surgimento do ESG, já não bastava o controle indireto oferecido pelos Padrões “ISO”, é preciso ir mais fundo, interferindo diretamente nas decisões estratégicas.
O ESG foi abraçado pelos maiores fundos de investimento do mundo e do Brasil, dentre eles BLACK ROCK, VANGUARD, DWS, ITAÚ e BRADESCO. O enredo é quase perfeito, de um lado promete aos seus investidores que só vão aportar os seus recursos em empresas que se submetam aos princípios de sustentabilidade ambiental, diversidade social e governança corporativa e do outro, chantageiam as empresas que necessitam destes aportes, para que se submetam a pauta.
A prova da realidade revela que empresas capturadas ali perdem competitividade, comprometem os resultados imediatos e a sobrevivência futura. A agenda prioriza três aspectos: 1 - Mudanças na matriz energética, tecnológica e no mix de produtos/serviços, 2 – Adoção de uma Política de Pessoal baseada em cotas raciais, de minorias e de gênero e por fim, 3 – Governança ideológica balizada por regras exógenas ao universo empresarial.
Os padrões ESG exigem que a empresa seja dominada internamente em seus aspectos mais vitais, que vão das decisões sobre investimentos, passando por quem deve ou não fazer parte do seu quadro de colaboradores e finalmente desembocando na composição da própria cadeia de comando, mais que isto, ela coloca em segundo plano os indicadores de saúde operacional e financeira, fazendo com que a empresa perca suas referências junto ao mercado.
Para fechar este círculo, a empresa também se submete a uma agenda política e não mais ao mercado e nela cabe de tudo, desde a luta pelo meio ambiente, causas identitárias e de minorias, taxação pela emissão de carbono em atividades produtivas, defesa dos animais em extinção e reflorestamento, enfim é a “sovietização” permanente da vida empresarial, onde todos dão palpites sobre quase tudo e questionam quaisquer decisões que os desagradem.
As empresas, a família e a religião cristã são os maiores obstáculos a implantação da Agenda 2030 e do Governo Global que se seguiria a ela. O ESG, criado nos porões do Fórum Econômico Mundial e operado pelos maiores fundos de investimento do mundo, visava destruir a sustentabilidade financeira e a autonomia destas empresas, tornando-as clientes de um estado globalizado, desta forma, um dos pilares mais sólidos da nossa liberdade também ruiria com elas.
Mas o pêndulo da história oscilou novamente e aquilo que parecia predestinado a acontecer, já não é mais uma certeza, as maiores empresas industriais do mundo, entre elas Toyota, John Deere, Ford, Caterpillar, entre tantas, estão abandonando os pressupostos do ESG, a própria Black Rock não obedece às exigências criadas por ela mesma, para realizar seus novos investimentos.
O que eu não consigo entender de fato, é como estas empresas, gigantes em seus respectivos mercados de atuação, se deixaram capturar por estas “feitiçarias” administrativas, a Ford por exemplo, estava à beira da falência há alguns poucos anos, encerrou atividades em diversos países, inclusive o Brasil, mais inacreditável ainda é a Toyota caindo neste conto do vigário.
Há muito ainda que lutar, o Fórum Econômico Mundial e a ONU, não entregarão de barato a derrota do ESG, é preciso que os líderes empresariais estejam atentos e vigilantes e que este debate se aprofunde nos ambientes corporativos.