Resiliência ou resiliência é um conceito oriundo da física, que se refere à propriedade de que são dotados alguns materiais, de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse sem ocorrer ruptura.
Após a tensão cessar poderá ou não haver uma deformação residual causada pela histerese do material (histerese é um fenômeno observado em alguns materiais, no qual certas propriedades, em determinado estado, dependem de estados anteriores. No caso de propriedades mecânicas a histerese pode ser medida pela perda de energia durante um ciclo de deformação e recuperação do material, nas espumas flexíveis e elastômeros celulares, a resiliência é determinada pela quantidade de energia devolvida após o impacto do material com uma massa conhecida, sendo medida pelo ricochete resultante), como um elástico ou uma vara de salto em altura, que se verga até certo limite sem se quebrar e depois retorna à forma original dissipando a energia acumulada e lançando o atleta para o alto.
A Resiliência é um conceito psicológico emprestado da física, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas, como choques, estresse, traumas extremos, etc., sem entrar em surto psicológico.
Situações adversas estão presentes no cotidiano e cabe desenvolver fatores de proteção para poder superar esses problemas. Esse conjunto de fatores se integra para formar a resiliência, uma palavra originada no latim ‘’resilio’’, que significa retornar a um estado prévio.
Segundo estudos de membros da SOBRARE – Sociedade Brasileira de Resiliência, a resiliência nas organizações, se trata de uma tomada de decisão quando alguém depara com um contexto entre a tensão do ambiente e a vontade de ter sucesso e vencer. Essas decisões propiciam forças na pessoa para enfrentar as adversidades. Assim entendido, pode-se considerar que a resiliência é uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano condições para enfrentar e superar problemas e adversidades. Assim vejamos:
Administração de emoções
Refere-se à habilidade de se manter sereno diante de uma situação de estresse. Ressalta que pessoas resilientes quanto a esse fator são capazes de utilizar as pistas que leem nas outras pessoas para reorientar o comportamento, promovendo a autor regulação. Quando essa habilidade é rudimentar, as pessoas encontram dificuldades em cultivar vínculos e com frequência desgastam, no âmbito emocional, aqueles com quem convivem em família ou no trabalho.
Controle dos impulsos
Um segundo fator é o controle de impulsos, que se refere à capacidade de regular a intensidade de seus impulsos no sistema neuromuscular (nervos e músculos). É a aprendizagem de não se levar impulsivamente pela experiência de uma emoção. Propõe o quanto as pessoas podem exercer um controle frouxo ou rígido do seu sistema muscular, visto que esse sistema está vinculado à regulação da intensidade das emoções. Dessa forma, a pessoa poderá viver uma emoção de forma exacerbada ou inibida.
O controle de impulso garante a autor regulação dessas emoções ou a possibilidade de dar a devida força à vivência de emoções, tornando o grau de compreensão do autor mais sensível e apurado mediante a situação.
Otimismo
Um terceiro fator é otimismo. Nesse fator, ocorre na resiliência a crença de que as coisas podem mudar para melhor. Há um investimento contínuo de esperança e, por isso mesmo, a convicção da capacidade de controlar o destino da vida, mesmo quando o poder de decisão esteja fora das mãos.
Análise do ambiente
O quarto fator é a análise do ambiente. Trata-se da capacidade de identificar precisamente as causas dos problemas e das adversidades presentes no ambiente. Essa possibilidade habilita a pessoa a se colocar em um lugar mais seguro ao invés de se posicionar em situação de risco.
Empatia
A empatia é o quinto fator que constitui a resiliência, significando a capacidade que o ser humano tem de compreender os estados psicológicos dos outros (emoções e sentimentos) colocando-se no lugar do outro.
Auto eficácia
Auto eficácia é o sexto fator, que se refere à convicção da excelência de ser eficaz nas ações propostas.
Alcance de pessoas
O sétimo e último fator constituinte da resiliência é alcançar pessoas. É a capacidade que a pessoa tem de se vincular a outras pessoas para viabilizar soluções para intempéries da vida, sem receios de medo e do fracasso.
Quest Resiliência
Estas pesquisas foram feitas pelo Prof. Dr. Barbosa (Dr.George Barbosa, Diretor da Sociedade Brasileira de Resiliência, psicólogo e diretor científico e de gestão de pessoas da SOBRARE), que no transcorrer de novas pesquisas constatou a necessidade de ampliar sua investigação científica na temática da resiliência, pesquisando o mapeamento de oito modelos básicos de crenças.
Esse desdobramento, conhecido como QUEST_RESILIÊNCIA, é estruturado com uma abordagem teórica da terapia cognitiva, da psicologia positiva e da teoria geral dos sistemas, cobrindo oito Modelos de Crenças Determinantes (MCDs), relacionados à resiliência a partir de uma abordagem psicossomática.
De 2006 até agora, as pesquisas possibilitaram ampliar os entendimentos sobre a resiliência. É vista agora como o resultado de crenças determinantes que se organizam em blocos denominados modelos. Esses MCDs são estruturados desde a primeira infância. São crenças que se aglutinam quando vamos conhecendo/aprendendo/experimentando os fatos da vida com aqueles que nos cercam.
Tivemos agora em 2024, a oportunidade de vivenciarmos a tragédia que foram as enchentes no Rio Grande do Sul, segundo a Org - www.aguasustentavel.org.br › enchente - as enchentes e alagamentos atingiram 2,3 milhões de pessoas. A cada 10 gaúchos, dois sofrem com o impacto das chuvas. Milhares tiveram suas casas, móveis, eletrodomésticos, livros e memórias destruídos. Morreram 157 pessoas e 88 ainda estão desaparecidas.
A resiliência do povo gaúcho e brasileiro foi destacada em meio às enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024. A tragédia foi causada por uma combinação de fatores, como mudanças climáticas, ocupação irregular do solo e gestão inadequada dos recursos hídricos. A resiliência do povo gaúcho foi evidenciada em diversos aspectos, como:
Solidariedade: onde comunidade se uniu para ajudar quem precisava, oferecendo comida, roupas, cobertores, artigos de higiene e brinquedos.
Comunicação: As redes sociais foram uma ferramenta fundamental para a comunicação e o socorro, conectando quem precisava de ajuda com quem podia ajudar.
Determinação: O povo gaúcho demonstrou determinação e esperança, transformando a tragédia em oportunidade de crescimento sustentável.
Tal calamidade destacou A URGENTE NESCESSIDADE NA ADOÇÃO de novas estratégias para fortalecer a resiliência climática e reformular nossas políticas de desenvolvimento urbano e gestão ambiental, visando evitar novos eventos como este, que mesmo tendo sido previstas, foram ignoradas! Devemos, pois ter um pensamento INTEGRAL, onde o futuro das gerações seja assegurado com medidas que venham ao encontro do bem comum.
Celso Afonso Cavalcanti de Albuquerque Tabajara
Bel. Comunicação Social – Relações Públicas
Associado a SOBRARE Sociedade Brasileira de Resiliência
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