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CRONOCENTRISMO RULES

"Memórias & Retalhos dum Eco Inteligente e Não Replicante"

06/09/2024 às 19h17 Atualizada em 07/09/2024 às 07h51
Por: Marco Paulo Silva Fonte: Opinião
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CRONOCENTRISMO RULES

A verdade é uma só: a humanidade como um todo (em especial, os jovens) encontra-se cognitivamente disfuncional e enferma.

A cultura de engenharia mental de massa degradou tudo o que envolve valores de individualidade, análise, sentido proporcional das coisas, juízo crítico e, sobretudo, ponderação moral. Os jovens, esses, estão escravizados pela chaga do politicamente correto, pelo maleável, manipulável e nivelador senso comum, pelo coitadismo, igualitarismo, imediatismo, utilitarismo, diversitarismo, dissonância, ilusionismo semântico e, sobretudo, pelo cronocentrismo.

Como poderei definir este último para ficar palatável em termos de entendimento?...

Cronocentrismo revela a facciosa tendência de se considerar a época presente como mais significativa que as antecessoras. É a desconsideração de tudo o que envolve o ancestral e o tradicional, impondo sobre estes toda uma bitola de avaliações, juízos e considerações negativas que não respeitam nem a sua lógica, nem a integridade e, fundamentalmente, a importância estrutural que encerram para as futuras gerações.

O(A) juvenil acha que chega neste lugar já construído e pronto por obra e graça do espírito santo, por geração espontânea ou algum sortilégio virtual. Que aqui cai de paraquedas para, tão só, usá-lo e desfrutá-lo. Que não houve sacrifícios mil, ações bravas e heroicas, estoicismos, civilizações e civilizações de pessoas e toda uma construção de cultura, princípios, códigos e valores que tornaram tudo isto possível e passível de funcionar como um corpo social e cultural minimamente habitável, funcional e harmonioso.

Tudo o que existe hoje, só existe, fruto de trabalhos e iniciativas que se iniciaram séculos antes. Somos nada mais do que a conquista dos Homens do passado. Somos a culminação de seus esforços, méritos, erros ou acertos. Uma cultura sem interesse e sem se atentar para os fundamentos não poderá, a longo prazo, criar senão uma sociedade desprovida de fundamentos...

Enfim, cronocentrismo é, tão só, mais um ismo que pauta, cultua e impõe a construção de uma moral presentista, melhor dizendo, de uma imoral ou amoral utilitária de que toda a mudança pela mudança é válida, até mesmo “vazar ou tirar olhos”. O incessante afã progressista só nunca entendeu, ou não o quis entender, que o virtuoso só o pode ser por certa obediência à raiz da constância, da continuidade e a uma determinada rotina. E eis uma das danosas razões colaterais para a degradação artística e cultural em que o mundo ora se vê mergulhado...

Para enfrentar o que temos pela frente, se ainda queremos ser uma espécie com relativa autodeterminação, poder decisório e de escolha teremos que criar um generalizado super-senso. A maior parte destes jovens de hoje não se converterão mais no tipo de adultos de amanhã que uma sociedade sanígena, propulsora, harmoniosa e agraciada grita e necessita. O coletivismo colapsante em que jaz o mundo, subjugado e subvertido pela anti-força e anti-matéria que envenena e apodrece na raiz, desde a mais tenra idade, os infantes andarilhos é a teoria do ajuntamento sem união e a tentativa esquizoide de encontrar significado no calor da turba... E como não consegue descortinar um particular significado em tais condições, o jovem passa a conspirar e a destruir o que ignora e aquilo que é mais precioso e caro a todos. É a sociabilidade firmada na entropia e num insano contexto euclidiano de equívocos e padecimentos. Hordas e hordas de marionetes, cujas cordas e movimentos são controlados por “maestrinas garras e presas”.  Acumularemos nas sociedades vindouras, isso sim, em ciclos de viciação e alienação exponencial, o irreversível status a que chegamos: legiões de retardados, incapazes, ingratos, revoltados, desordeiros, mas mansos e passivos a quaisquer tiranias que eles outorgarão e sabatinarão sem pestanejar, e sem saberem sequer que o são...

O show de horrores que assistimos hoje, pungentemente, aliás (vide o paradigmático exemplo da Brasuela donde vos escrevo), muito se deve ao intervencionismo e marxismo cultural implantado pela Escola de Frankfurt, pelo The Tavistock Institute e toda a sorte de ideopatias gramscistas criadas com o condão de implementar novos e incessantes padrões de pensamento e de ação financiadas e disseminadas pelos “sumo-arquitetos do mal global” que geometrizam todos os enredos e affairs mundanos que, desbragadamente, assolam a nossa sociedade moderna, fundamentalmente, a partir das décadas de cinquenta e sessenta, do século passado – com que instrumentos? A mídia, a escola e a universidade, em suma, visando e usando o jovi...

O resultado é este que aí está instalado e cristalizado. Tiranias sofisticadas, outras nem tanto, reinam por tudo o que é cadinho. Totalitarismos que eles, os jovens, nos quais a nossa danada (des)esperança está depositada, passaram a entender e a interpretar como liberdade...

Tão inefavelmente doído³!

Atentai-vos para algumas máximas platitudes de um dos mais nefastos intelectuais desta nossa história que (para mal dos nossos pecados) ora experienciamos e tirem suas próprias conclusões.

Abro aspas:

“A realidade é definida com palavras. Portanto, quem controla as palavras, controla a realidade”.

Aqui, e só fazendo um parêntesis indagatório à mesa para mais uma reflexão em segundo plano, vedes alguma semelhança entre este pensamento e a obra orwelliana?...

Outra máxima:

“O poder é um centauro: metade coerção, metade legitimidade”...

Uma última:

“A conquista do poder cultural é prima à do poder político, e isto se consegue mediante a ação concertada de agentes infiltrados em todos os meios de comunicação, expressão e universitários”...

Senhoras e senhores, palavras de António Gramsci, uma das mais proeminentes vozes ideológicas e de propaganda da modernidade que muito poucos conhecem, mas que a esmagadora maioria é por elas - as tais surdinas vozes e ideias que se institucionalizaram, tantas e tão nefastas - totalmente enredada, manipulada e influenciada.

Juventude, essa, dizia então e só para concluir, que hoje em dia, na sua esmagadora expressão, usa seus diplomas como armas de destruição em massa, atuando com todos os seus handicaps psicopatológicos e crônicos distúrbios de caráter, resultantes de uma sociedade virada do avesso, com escolas e universidades que pervertem todo um ensino em favor de doutrinas que só desensinam, formatam e escondem o verdadeiro e precioso conhecimento.

Toda uma juvenil massa, por conseguinte, perdida na floresta agnóstica e niilista e/ou afundada num mar de idiopatias que, inevitavelmente, serão os adultos infantilizados e decrépitos do porvir.

Em resumo, caríssimos & caríssimas, retirar-se-á desta perambulação a incontornável ilação de que a (utópica) salvação do mundo passará, única e irremediavelmente, não pela “enérgica” juventude, mas pelos “moídos” vetustos e remanescentes que construíram, blindaram e conservaram sua cognição intacta e impoluta - aqueles que, ao menos, o conseguiram...

Tenho dito!                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             Eco

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Marco Paulo Silva
Marco Paulo Silva
Sobre Nascido, em 1975, e criado em Terras lusitanas, formei-me, academicamente, em Psicologia Clínica. Na busca pelo binômio - independência financeira / vocação -, há mais de duas décadas que dedico minha vida profissional à investigação criminal e segurança pública. A partir de 2020 enveredei numa saga literária cujas façanhas já deram azo a três diamantinas obras: COSMION, POMPA & CIRCUNSTÂNCIA e DZÁIT-GÁIST... O futuro a Deus pertence... Hoje, vivo em São Paulo, Brasil.
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