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Educação e Cultura #FalsaInclusão

OS INVISÍVEIS

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18/08/2024 às 17h02
Por: Maria Rosa M Pires
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OS INVISÍVEIS

       Como mãe de especial, TEA (Transtorno do Espectro Autista) de suporte nível 1, no decorrer de mais de uma década, afirmo que o sistema de inclusão é uma imensa farsa, com a única finalidade de dissimular um suposto cuidado, que não existe no sistema público de educação e cultura. 

Para a imensa maioria dos professores, orientadores, coordenadores e diretores, essas crianças e adolescentes são invisíveis, pois não estão preparados para o que deveria ser a inclusão, que hoje exclui, agride, e abusa das limitações e inocência desse grupo. 

A doutrinação desenfreada, no caso dos especiais, torna-se ainda mais abominável, por se aproveitarem da ingenuidade dessas crianças e adolescentes, que são usadas por aqueles que deveriam orientá-las. E quando esses ‘orientadores’ não conseguem o que querem, os agridem, humilham, hostilizam e ainda incentivam os colegas a fazerem o mesmo.

No caso do TEA, a razão se destaca mais do que a emoção. Quando pautas ideológicas infundadas são postas, o TEA, em especial os níveis 1 e 2 de suporte (leve e moderado, ambos verbais), argumentam racionalmente, com fatos históricos e científicos, contrapondo os professores que, em sua maioria, imediatamente atacam esses alunos, os rotulando de machistas, fascistas e outros ‘istas’ mais, aos gritos, incentivando os colegas ao mesmo comportamento, desestabilizando e desorganizando o portador de TEA, que pode entrar em crise, perdendo o controle. 

Nesse ponto, de crise, o docente, ao invés de dar suporte ao aluno especial, lhe coloca ainda mais rótulos, como agressivo e desequilibrado, maculando e marcando de maneira profunda, o emocional do especial, que muitas vezes, não quer mais voltar para a escola, perdendo a sociabilização adquirida.

 A doutrinação, iniciada nos campuses universitários, com mais voracidade a partir da década de 80, formou os docentes que ora doutrinam alunos do ensino médio e fundamental. Formou também os pais, que, doutrinados, reforçam a doutrinação de seus filhos, tapando olhos e ouvidos para os fatos e para o futuro dessas crianças e adolescentes. Mas nem tudo está perdido. Ainda existem, poucos, mas excelentes docentes, quase sempre nas salas de recurso, que, de fato, entendem e desenvolvem materiais apropriados para cada aluno, e que, preparados, buscam entender e atender as necessidades individuais de acordo com a patologia apresentada. Infelizmente a maioria desses professores trabalham sozinhos, pois os professores das disciplinas regulares muito raramente atendem as solicitações e orientações individualizadas dos docentes das salas de recurso, dificultando o aprendizado dos especiais.

          Essa inclusão patética implementada pela esquerda é apenas a dissimulação de uma falsa virtude, que em nada acrescenta no ensino regular dos ‘invisíveis’. Em verdade, o sistema de ensino brasileiro, é de analfabetização, de incapacitação cognitiva. Quanto menos souber o indivíduo, mais suscetível fica às influências nefastas da doutrinação ideológica, invariavelmente utópica e incapacitante, para a formação de um profissional de qualidade para o mercado de trabalho.

Urge que a sociedade entenda seu papel, suas responsabilidades enquanto cidadãos, e participem de forma ativa das decisões tomadas nas casas legislativas. Urge, mais ainda, que pais acompanhem a qualidade do ensino que seus filhos estão recebendo, entendendo que o futuro das próximas gerações depende unicamente do ensino, educação e cultura que crianças e adolescentes recebem. A qualidade de vida de um município, estado e país, depende da qualificação de seus cidadãos, e para os invisíveis, que não prosperem os olhares de pena, mas de reconhecimento das capacidades de cada indivíduo, e o RESPEITO.

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