O processo de moagem e trituração humana, historicamente, tem passado por diversificados estágios, configurações e arranjos.
Impérios e reinados, desde tempos imemoriais, começaram por ser a regimental matriz de tal servidão, gerências, essas, alimentadas, abastecidas e catapultadas, primeiro, pela consanguinidade, estratificação social e fartos dotes patrimoniais e, depois, pelo aparato e poderio militar por elas criado, sob seu comando e a seu incondicional dispor.
A dado momento deste paradigmático devir (que podemos situar no tempo convencional como algo em torno dos anos de 1700), mais precisamente, no corte e costura levada a efeito pela Revolução Francesa (e por todas as subsequentes), uma fusão mais oligopólica ocorreria.
Às castas hereditárias juntou-se-lhes a casta burguesa que com o engenho bancário por si criado, lá mais atrás (ressalve-se), pelos venezianos (um dos talmúdicos braços do governo oculto) edificaram toda uma piramidal, granítica e caliginosa estrutura que passou a transformar toda a humanidade (excetuando eles: potestades & principados) num aglomerado hipotecado, penhorado e devedor (já ouviram falar do maior e mais colossal fundo de investimentos deste nosso atual mundo? Aquele que dá pelo nome social de “BlackRock, Inc” – sugestivo, não acham?...).
Instituíram-se, a partir de então, as novas variantes de escravização – a República e a Dívida.
Uma republicana Banca para todos governar...
Mãe de todas as usurárias pirâmides financeiras e, pasme-se, constitucionalmente legisladas, sabatinadas e estatuídas – com patente de exclusividade, inclusive, pois que tudo o resto que se apresente como não-Banca a fazer o mesmo tipo de expediente passou a ser, inapelavelmente, criminalizado sob o pejorativo termo de “agiotagem” –, a Banca que, alavancada por todo o tipo de crises, conflitos e guerras (financiando todos os lados das ditas cismas criadas pelos donos dela – tudo casado!) e globalizada a partir da revolução financeira incrementada por um tal de FED (Federal Reserve) e pelo depressivo Crash (que serviu para alavancar a Alemanha de Hitler e depois destruí-la – Sim! É deste modo que tudo funciona neste mundo: engorda-se o porquinho aqui e ali, para depois assá-lo e virar torresmo...), passou a agir por meio de um sortido de esquemas de reserva fracionária, a partir da qual se foi criando, do nada, um papel com valor de moeda que, imprimido, exponencialmente, sem aurífero lastro, e emprestado a auto-generosos dividendos, permitiu extrair, num passe de mágica, lucros compostos cada vez mais exorbitantes.
A moeda passou, assim, a partir dos últimos estertores de 1913 (ano da fundação do citado FED), a ser, tão só, uma fidúcia, uma unidade de valor fiat que, mais do que servir para mera compra, venda e troca de algo, passou a servir de esteira à maior fonte de usura e especulação de que há memória.
Percebam-no (para quem ainda não entendeu a piada), os bancos, por regra sem exceção, não emprestam o dinheiro que possuem.
O “empréstimo” ocorre, formalmente, sim, no momento da assinatura do contrato, mas o “dinheiro” que nos é emprestado é, na verdade e na prática, uma mera dívida sem o mínimo lastro a partir da qual eles auferirão largas cifras de juros nela (na dívida), compostamente, baseados e embutidos.
O banqueiro é, precisamente e no frigir dos ovos, aquele que menos crê na realidade do dinheiro, pois que descobriu que se alguém depositasse dez dinheiros em seu banco, ele poderia vir a emprestar cem dinheiros a outro e receber o dobro ou triplo disso fazendo, com tal mágica, dinheiro sem dinheiro algum...
Não vos soa estranho que a despeito de tanta e farta riqueza de recursos naturais, da criatividade e da imensa produtividade do mundo, nas mais diversas valências, sociedades, empresas ou a título individual, quase todos nós devamos valores astronômicos aos bancos que, rigorosamente, nada criam?
E que eles, aparentemente, se apresentem como guardiões, repositórios e fiéis depositários do nosso dinheiro, mas que enriquecem, pornograficamente, emprestando-nos, não o dinheiro ou embasamento que eventualmente possuirão em ouro, mas a dívida que a eles próprios contraímos?
E tudo endossado e outorgado, excepcionalmente, sob um obsceno ágio?
Como é possível, nós, que produzimos todos os bens reais do mundo, devamos tanto àqueles que, alegada e aparentemente, só emprestam o dinheiro que, supostamente, representam esses bens?... Aqui eu pergunto e respondo:
Por intermédio de mais uma engenhosa dialética, duma tenebrosa série & profusão delas, de que o dinheiro será apenas, e na verdade, dívida e que sem esta não há dinheiro algum. O suprimento de dinheiro dependerá, assim, da constante renovação de crédito bancário, o mesmo é dizer, de empréstimo & dívida em usurária perpetuação pendular.
Mas outras basilares, incômodas e perturbadoras questões ainda se nos colocam. Todos os governos recebem empréstimos de bancos particulares e pagam altos juros por isso, certo?
No fundo, essa dívida representa grande parte da dívida total que é, coercitivamente, paga por nós através de impostos.
Ora, se os bancos podem criar, do nada, o dinheiro que nos emprestam com a conivência e permissão, claro está, do próprio governo, por que então os governos contraem empréstimos bancários com tão altos juros se são eles que, através da respectiva casa da moeda, têm o poder de criar o dinheiro e sem qualquer ágio?...
Será que estarão todos – finança e estamento de primeiro escalão – de mãos dadas na agiotagem universal que a genuína cristandade, desde sempre, tem condenado?
Será que as casas da moeda serão só meras fachadas de papel e castelos de fumaça?
Preciso responder?...
No fundo, esta presente e específica diegese que aqui vos oferto só confirma e reforça a convergência e a confluência (regime político, forma de governo, sistema econômico, ambiente cultural e educacional) que concorre para um poder, atemporalmente, instalado: a de que aquilo a que chamam a algum tempo de democracia, na realidade não passa de uma engenhosa e invisível autocracia kakistocrática, perpetrada, neste particular domínio, por uma de suas vertentes, a econômico-financeira, a partir da qual o chicote perpétuo, as amarras e os trabalhos forçados passaram a ser infligidos pela sufocante e acachapante inadimplência, insolvabilidade e endividamento.
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