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"A LETRA" TOLKIENIANA

"Memórias & Retalhos dum Eco Inteligente e Não Replicante"

02/08/2024 às 16h44
Por: Marco Paulo Silva Fonte: Opinião
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"A LETRA" TOLKIENIANA

A cosmovisão, a geodesização, o devir e estratificação civilizatória, o oculto e as artimanhas maniqueístas de domínio e poder que vigem nesta nossa senzala terrena estão todas codificadas, veladas e figuradas no edifício ficcional em que assenta a ciclópica obra tolkieniana.

Sim! O frugal e fleumático literato deu-nos a letra, o sentido e o norte através da simbólica literacia de suas agraciadas, virtuosas e fantásticas estórias.

 Comecemos por um recorte de O Senhor dos Anéis – um retalho genial, por sinal, entre massivos outros –, ao qual chamo de, abro aspas, “Síndrome de Théoden-Grima”.

Quem leu a magistral trilogia pôde perceber, às tantas, a presença dum repugnante e viscoso mordomo de nome, Grima (na verdade, um agente infiltrado ao serviço de Sauron), na corte do rei Théoden que, com sua retórica ladainha (a corrupção da linguagem e a propaganda, sempre elas...) enfeitiçante, subversiva, demagógica e pérfida, anos a fio, foi empeçonhando, aniquilando, enquistando e fazendo definhar toda e qualquer reação que pudesse advir do soberano de Rohan no sentido de poder conter e contrariar o mal sauroniano que se espalhava e crescia, dia após dia, sobre toda a Terra Média.

Théoden representa, portanto, e sem delongas, os parcos líderes de boa índole deste nosso mundinho, e seus governados, que, hipnotizados, paralisados e agrilhoados num aracnídeo engodo, ou que lúcidos até, se mostram mortiços, impotentes, prostrados, de mãos atadas, iludidos, subservientes e incapazes de frear todo um leviatânico e maléfico levante.

Grima encarna e centraliza todos os intelectuais, cientistas, especialistas, técnicos, assessores, elite artística, mentores, professores, formadores de opinião – os ilusionistas de plantão – e toda mídia que se encontram ao serviço dos abomináveis senhores dos anéis (a plutocracia dominante).

“Senhor dos Anéis”... Saturno... Saturn... Satan... Satã...

Não será só o recorte acabado de citar, ou mesmo a específica trilogia donde ele foi extraído, que tão bem explica o que sempre ocorreu, ocorria na época do autor e o que ocorre hoje – algum dos leitores assistiu à abertura de cerimônia dos presentes “Jogos Olímpicos”?...

A propósito, qual é mesmo o símbolo dos “jubilados e glorificados Jogos” que sempre aparentam ser tão nobres e espirituosos?...

Espirituosos, são-no, de fato, mas ungidos pelo outro lado da Força...

Pão & Circo, mind games, samaritanismo, hipnose...

Toda a obra de J.R.R Tolkien é uma magnum opus estupenda e aforística em torno deste nosso sombrio mundo real.

O autor (convicção minha), dentro de seu estilo alegórico e umbrátil, formou todo um contraponto à prostituição de consciência e malvadez da esmagadora maioria da classe intelectual que tanto dano e destruição nos trouxeram (e trazem), tentando, magistralmente, por um lado, denunciar o estado de coisas, e por outro, reconectar-nos à ordem mais pura e idílica delas (das coisas) – e tudo isso sem se expor (pois que se assim não tivesse procedido, e arrisco em afirmá-lo, se tivesse sido um pouco mais literal que fosse em seu estilo e mensagem, teria sido tomado como um lunático, não teria sido levado, minimamente, a sério, nenhuma editora teria aceitado publicar seus livros (e, há data, não havia a auto-publicação independente que há hoje), dado que verdades indesejáveis e inconvenientes, resumos da ópera e chamar os bois pelos reais nomes não é algo que, de todo, interesse vir a ser do conhecimento geral ou massivamente propalado, qual tiro no pé ou fogo amigo, pelo próprio mercado & sistema das sombras; Teria sido, tão só e quiçá, mais uma ilustre desconhecida e comum criatura, como tantas e tantas outras, cujas obras por si produzidas só haveriam de ser lidas e conhecidas por algumas pessoas mais chegadas e um ou outro gato pingado de boa e gentil vontade).

Em Silmarillion, por exemplo, o autor transmite-nos, figurativamente, claro está, toda uma lição pejada de parábolas, escancarando os comos e os porquês deste nosso lugar, projetado para ser paradisíaco, ter passado a jazer no maligno.

Nela, na obra em apreço, é possível perceber toda uma urdidura que posteriormente ele viria a criar, retratar e narrar em O Hobbit e o O Senhor dos Anéis. O brotar e o florescer crescente, imperceptível e invisível aos olhos, à consciência e à cognição ordinária duma trevosa energia que, sub-repticiamente, mas agindo na máxima e sanha força, foi ocupando todos os espaços, segmentos, estratificações, tecidos e instituições da Terra Média, e que na última citada trilogia já se apresenta, então, sob a forma behemothiana (de terra arrasada), levando a destruição a todos os lugares através de guerras permanentes, morticínio, submissão pela força, terror, caos, mind control e pela obediência cega a uma suma entidade esotérica e espectral que, do alto, tudo passou a ver, subjugar e dominar...

O olho sem rosto de Sauron fixado no passo da montanha de Mordor – seu covil – representa todo o pérfido ordenamento, fascinação e magnetismo que a tão cultuada pirâmide maçônica exerce sobre as sociedades humanas (vide e atentai-vos para a nota de dólar que não deixa mentir).

E ele, apesar de se apresentar na forma medonha de um olho flamejante, representa, mais do que ninguém, a tal da mão invisível e diabólica de todo o regime timocrata e oligarca que se preze, aglutinador de todas as riquezas e meios de ação, mão, essa, que na posse do precioso anel – que, saturninamente (vide anteriores colunas deste signatário), tudo quer conter, delimitar, concentrar e enclausurar –, se tornará incontrariável, invencível e indestrutível.

Fica claro (para quem quiser enxergá-lo) que as secretas castas & dinastias da nossa história são os senhores dos anéis e seus séquitos (os nazguls, os sacerdotes ou magos corrompidos, os dragões e os gollum’s) deste nosso indefectível status quo, hoje representados ou auxiliados pelas corporações, os CEO’s e administradores de todas as grandes organizações, uniões, siglas, tratados, fundações, fundos e banca, e por todos os agentes do deep state que através de toda uma engenharia social, psicologia de massas, propaganda e manobras palacianas controlam, gerenciam, conspiram, recrutam e abduzem tudo e todos, nações inteiras, aparelhando suas instituições, seus exércitos, o império das leis, todo o poder intelectual e científico, educação, cultura, linguagem, informação e tudo aquilo que temos vindo a falar aqui neste dissertativo espaço de desabafo, sensibilização, esclarecimento e redenção...

Os Orc’s, neste enquadramento, são as legiões militantes já crônica e irremediavelmente zumbificadas, idiotizadas, lobotomizadas e desalmadas, transformadas em todo o tipo de aberrações reacionárias, partidárias, ativistas, de massa de manobra, NPC’s, etc... Representam, pois, a possessão, a feiura, a horripilante aparência física fruto da necrotização da alma, a barbárie, a hediondez e o que de mais vil e baixa vibração possa existir. Não por acaso são retratados como criaturas que vivem e se transformam nas intestinais catacumbas e subsolos da concretude...

Em “vias de” estarão todos aqueles que reagem com ódio, ofensa, injúria, patrulhamento, cancelamento e desumanização a todos os que se lhes contrapõem, lhes tentam mostrar as mais lúcidas e basilares verdades e, vãmente, os tentam arrebatar...

Por seu turno, o Shire, na pessoa de Bilbo, Frodo, Sam e mais alguns amigos, representam a resistência e o heroísmo anônimo, improvável, acidental e insuspeito (à imagem e semelhança do genial autor... e, já agora, de nós aqui que o tentamos levar a cabo, quais arautos de epopeias, sabe-se lá, louvadas um dia como as aqui prestigiadas...), resistência e heroísmo, esses, embandeirados e respaldados nos líderes, sábios, bravos e druidas do bem representados na obra tolkieniana por Gandalf, Aragorn, Legolas, Gimli e por toda a comunidade élfica.

Estes últimos, os elfos, simbolizando a beleza, a esteticidade e a elevação vibratória, e que, junto com Gandalf, representam, além disso, o contraponto e a personificação da espiritualidade angelical de toda uma essência deífica do Homem que, assim criada e em comunhão perfeita num certo reino abençoado, se deixou corromper, seduzir e subverter pelo mal, resultando na danada queda para um ponto sem retorno…

                                                                                                                                                                                                                                             Eco

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Monica SilvaHá 3 meses Lisboa PortugalTestemunhe quem já leu "Senhor dos Anéis" O quanto de verdade existe neste belo texto. ????????????
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Marco Paulo Silva
Marco Paulo Silva
Sobre Nascido, em 1975, e criado em Terras lusitanas, formei-me, academicamente, em Psicologia Clínica. Na busca pelo binômio - independência financeira / vocação -, há mais de duas décadas que dedico minha vida profissional à investigação criminal e segurança pública. A partir de 2020 enveredei numa saga literária cujas façanhas já deram azo a três diamantinas obras: COSMION, POMPA & CIRCUNSTÂNCIA e DZÁIT-GÁIST... O futuro a Deus pertence... Hoje, vivo em São Paulo, Brasil.
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