DE DARWIN AO GENOCÍDIO DAS MENTES
O fracasso educacional, não só detectado empiricamente, mas fartamente documentado, não aconteceu como consequência de alguma política equivocada. Foi fruto do mais insidioso e perverso planejamento para confiscar mentes. Geração após geração, de forma persistente e sistemática, currículos, métodos, valores e comportamentos foram implantados para formar o novo homem: infantil, reativo, manipulado, submisso, sem motivação, sem disciplina, inapto para a existência.
Os referenciais teóricos deste artigo estão nos livros A CONEXÃO LEIPZIG, de Paolo Lionni e UNESCO A CLONAGEM DAS MENTES, de Jean-Marie Lambert.
Ao fim da primeira guerra mundial, ocorreu uma grande mudança na educação americana, que passou a seguir as ideias de Wilhelm Maximilian Wundt, fundador da psicologia experimental, que afirmava ser o homem desprovido de espírito e autodeterminação, cuja substância dependeria apenas dos estímulos introduzidos em sua consciência e em seu subconsciente. Para ele, tudo era um mecanismo de estímulo resposta.
O seu seguidor, o americano Edward Lee Thorndike, colocava o homem no mesmo nível qualquer outro animal. Comparava crianças a ratos, macacos, peixes, galinhas. Thorndike aplicava seus fundamentos ao treinamento de professores que os levavam às escolas, e elas se tornaram mais um local de socialização do que do desenvolvimento da inteligência.
Um outro seguidor dessas teorias, John Dewey, defendia o nivelamento das diferenças individuais e a mudança de papel tradicional do professor, que passou a ser meramente um guia para a socialização da criança, a qual obrigava-se a adotar um comportamento específico a fim de enturmar-se. Assim, a educação que, antes, significava extrair do homem os seus talentos e habilidades inatas pela transmissão do conhecimento de línguas, raciocínio científico, história, literatura, retórica, música passou ser o processo de exposição do estudante a experiências direcionadas para assegurar reações desejadas. Emergiu daí uma sociedade cada vez mais direcionada à gratificação dos prazeres sensíveis, que opera mais à base de recompensas do que com o uso de raciocínio. A individualidade cede espaço ao coletivismo, ao conformismo, à histeria, à mediocridade. O abandono da excelência oblitera o debate. Só vale aquilo que reproduz agendas já estabelecidas. Palmas para igualdade, negros, gays, índios, transgêneros, empoderamento feminino, desarmamento, discurso de ódio. Vaias para família, valores, autenticidade, liberdade de opinião, independência. Todos agindo como macaquitos amestrados que não sabem que já não são donos da própria mente.
Essa nova psicologia, em pouquíssimo tempo, ganhou apoio ilimitado das grandes fundações, particularmente as Fundações Carnegie, Ford e Rockfeller e foi a semente para a criação da UNESCO, criada para “descolonizar as mentes”, instalando na cabeça de gerações essa agenda destrutiva que infesta todos os níveis de educação. Da pré-escola às bancas de mestrado e doutorado, tudo se rendeu à lavagem cerebral globalista. Conforme o professor Jean-Marie Lambert, “a noção de excelência some da tela. O professor mal conhece a disciplina...e nem precisa, porque a função docente é outra: basta saber politizar e fabricar cabecinhas politicamente corretas”. Para isso, livros foram reescritos com base em políticas de incentivo como bolsas de pesquisa. Não faltaram palestras, simpósios, oficinas. O mérito, o trabalho cognitivo emancipatório, o estímulo ao raciocínio foram retirados para condicionar e mudar profundamente a sociedade e formar um cidadão padrão, igual no Brasil, no Canadá, na Nova Zelândia, condicionados que foram a não pensar por conta própria. E pior: foram igualmente condicionados a desumanizar, demonizar com veemência qualquer um que ouse raciocinar por conta própria. A ideia é produzir crenças e não conhecimento.
O primeiro diretor da UNESCO foi Julian Huxley, irmão de Aldous Huxley, o autor Admirável Mundo Novo, um romance distópico que trata de uma época em que seres humanos são cultivados em fábricas e a educação doutrinária é feita durante o sono, a hipnopedi ( a teoria de Wundt?). A sociedade é organizada em castas e todos conhecem e aceitam seus lugares. A família despareceu, a diversidade cultural, a arte, a religião e a filosofia são meras lembranças do passado. A experiência do amor foi banida, a dor foi extinta. Tudo é preconcebido. Tudo é predeterminado. O condicionamento começa nos tubos de ensaio, destinados a favorecer a “estabilidade social”. Ninguém tem nada e todos são felizes (isso lembra algo?). A racionalidade é a nova religião e a ciência é que dá os comandos. Obviamente, Julian Huxley propunha uma nova religião, o Humanismo Científico Socialista. (Obedeçam à ciência é o que mais se ouviu em 2020). O futuro almejado pelos irmãos Huxley chegou.
Aldous e Julian são netos de Thomas Huxley, biólogo, escritor e debatedor inteligente e persuasivo que se aliou a Darwin para divulgar a teoria da evolução das espécies. Segundo Olavo de Carvalho, em texto publicado em 26 de junho de 2004, no O Globo, “ a contribuição aos genocídios do século XX não se deu só no campo das teorias. Foi mais direta. A leitura de A Origem das Espécies despertou a vocação revolucionária de Hitler e Stálin. Ambos deixaram depoimentos comovidos sobre o impacto da teoria de Darwin nas suas almas juvenis”. Conforme o professor Jean-Marie Lambert: “Darwin... Thomas... Dewey ... Julian... a Unesco virou uma máquina de empanturrar cabecinhas com estórias de chimpanzé melhorado cursando faculdade e de dinossauro virando passarinho. A “ciência natural entrou” e Deus saiu como Huxley planejara no século XIX. Devagar. Quase imperceptivelmente em tempo real”.
Condenar um povo à servidão, por meio da destruição da escola, foi um projeto deliberado de poder. Se hoje temos explosão da violência, analfabetos funcionais, adultos que saem da escola sem saber o que fazer, para que viver, sem limites éticos, envenenados pela agenda “woke”, é porque houve um trabalho sistemático de tomada das mentes. Que continua, capitaneado pelas instituições estatais que tratam de manter o povo escravo com a liberação de drogas, financiamento a todo tipo de libertinagem, o impedimento a uma educação autônoma e liberta dos grilhões estatais, a judicialização de qualquer atividade humana.
A primeira condição para se mudar uma situação calamitosa é enxergar a desgraça. Isso está a olhos vistos. A questão que se impõe agora é como enfrentar tamanha catástrofe e encontrar os dispostos a entrar em combate.
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