O atraso de oito meses na divulgação dos dados de alfabetização de 2024 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) gerou críticas ao governo Lula. Servidores do órgão, em entrevista à Gazeta do Povo, acusaram o Ministério da Educação (MEC) de negligência, enquanto o presidente do Inep, Manuel Palacios, justificou o problema como “ajustes técnicos”. A demora prejudica o planejamento de políticas contra o analfabetismo, que afeta 7% das crianças de 6 a 7 anos, segundo estimativas do IBGE. “Sem dados, o MEC navega no escuro, e quem sofre são as crianças”, escreveu a professora Maria Silva, em artigo na Revista Oeste.
A alfabetização é um gargalo histórico no Brasil, onde 30% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental não leem adequadamente, conforme o Saeb de 2021. O atraso nos dados impede a avaliação do impacto de programas como o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, lançado em 2023. A oposição, liderada por deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG), planeja convocar o ministro Camilo Santana para explicações no Congresso. “O governo prefere viajar para o Brics a cuidar da educação básica”, disse Ferreira no X. Enquanto isso, pais e professores cobram transparência, temendo que a falta de informações perpetue o atraso educacional do país.