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TECNOLOGIA NÃO É SOLUÇÃO MÁGICA PARA EDUCAÇÃO, ALERTA ESPECIALISTA

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Maria Rosa M Pires
Por: Maria Rosa M Pires
31/05/2025 às 19h55
TECNOLOGIA NÃO É SOLUÇÃO MÁGICA PARA EDUCAÇÃO, ALERTA ESPECIALISTA

Um artigo da Folha de S.Paulo, publicado em 30 de maio de 2025, trouxe um alerta importante: a tecnologia, embora útil, não resolve os problemas da educação brasileira. O fundador de uma plataforma de ensino digital destacou que tablets e aplicativos não substituem professores capacitados e métodos pedagógicos bem estruturados. A declaração vai contra o discurso de modernização adotado por muitos governantes, que investem em tecnologia sem abordar questões estruturais, como formação docente e infraestrutura escolar.

Para a Gazeta do Povo, o problema reflete uma má gestão dos recursos públicos. “O governo prefere ostentar soluções tecnológicas a investir no básico: professores bem pagos e escolas equipadas”, criticou um editorial.

Para No Ponto Do Fato a tecnologia é bem-vinda, contudo, entendemos que o corpo docente é necessário. Por isso conversamos com alunos, professores e psicopedagogos, para procurar entender como cada um entende essa questão.

Alunos das séries iniciais - ‘a tia’, ou ‘profe’ é uma figura quase que materna. As crianças dessa geração já nasceram com tecnologia, que é parte do dia-a-dia delas, mas muitas disseram preferir brincar.

Alunos do ensino médio - a tecnologia é o que os move, mas quase que a unanimidade colocou que os professores não sabem explicar o conteúdo, dificultando o aprendizado em sala de aula e, por isso, muitas vezes recorrem à tecnologia. Outro ponto importante levantado pelos alunos é que eles sabem que seus professores copiam e colam as questões a serem aplicadas de determinados sites, onde os alunos vão buscar as respostas.

Professores - entrevistados, percebeu-se dois nichos. Um tem a preocupação com as ideologias, com o que recebem e o incomodo com alunos ‘sem educação’. O outro colocou a preocupação com o conteúdo disciplinar e a falta de material e laboratórios para melhor explicar a matéria aos alunos.

Para psicopedagogos, não foi muito diferente dos professores. Mas trouxeram uma preocupação bastante relevante – a didática.

Buscando entender o que seria a didática colocada pelos psicopedagogos, entendemos que é o que nenhuma tecnologia poderá substituir. A didática é o conjunto de técnicas práticas que promovem uma aprendizagem mais eficaz, tanto no sentido de explicar, como de manter o foco do aluno no conteúdo. Aqui está a chave da questão.

A conclusão é que a tecnologia é importante, mas professores capacitados é ainda mais. A capacitação deveria ser concedida pelo estado, não com cartilhas ideológicas, mas com técnicas que mantenham o aluno em sala por vontade própria – didática -, ao invés de um ‘pé-de-meia’. O Brasil, que amarga índices educacionais abaixo da média, precisa de políticas sérias, não de paliativos que impressionam em propagandas, mas não transformam a realidade dos alunos.

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