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Uma lição de resiliência

A estrela de Cláudia Aker

Sergio Junior
Por: Sergio Junior
09/05/2025 às 18h36 Atualizada em 09/05/2025 às 19h20
Uma lição de resiliência

Uma estrela brasileira brilhando na América 

(Uma Homenagem à @ClauAker)

 

Hoje, minha coluna é dedicada a uma mulher cuja história é uma verdadeira obra de arte: Claudia Aker, ou @ClauAker , como a conhecemos no X. 

As redes sociais não são apenas lugares de ostentação, bullying ou polarização política. De fato, apesar de não receberem o devido destaque, há muitas histórias inspiradoras e emocionantes nas redes. A história de Claudia é uma delas.

Sua jornada, compartilhada em vários posts emocionantes, é um lembrete de que os maiores sonhos são construídos com humildade, fé e uma dose imensa de perseverança. 

Claudia, esta homenagem é para você – uma amiga, uma inspiração e uma arquiteta que transforma desafios em pontes para o futuro.

Claudia chegou aos EUA carregando as conquistas do Brasil: do Leblon a Jurerê Internacional, de exposições na Casa Cor a capas de revistas. Mas, como ela mesma revela, foi nos EUA que aprendeu a lição do “It’s not about you”. Guiada por sua filha, Vitória, que a ensinava a “olhar a fila” e “falar mais baixo”, Claudia abraçou a humildade e o senso de comunidade. Foram 14 anos de adaptação, enfrentando empregos que a afastaram da arquitetura e obstáculos burocráticos, como carimbos duvidosos da UNISUL, para validar seu diploma. Nada disso a deteve.

Ela voltou às salas de aula, enfrentou uma turma de jovens arquitetos e superou bullying por sua idade, sotaque e, sobretudo, por sua excelência. Seus trabalhos premiados geraram competição, mas Claudia respondeu com silêncio, aprendendo novos programas e se reinventando. 

Sua tese, Modularity Resilience, publicada na Kennesaw State University (disponível para download em digitalcommons.kennesaw.edu/barch_etd/418/), é um marco: uma proposta de arquitetura modular para apoiar desabrigados por enchentes, inspirada nas tragédias do Rio Grande do Sul. Mais que uma conquista acadêmica, é um chamado para soluções humanas.

O que torna Claudia especial, porém, é seu impacto nas pessoas. Na formatura, colegas a chamaram para fotos, e pais a agradeceram por inspirar seus filhos. Professores a citaram como exemplo de paixão, e ela recebeu indicações para um PhD em Columbia. Por ora, Claudia escolhe o mercado de trabalho, mas sua história já é uma lição de vida. 

Ela dedica tudo isso a Deus, “o maior arquiteto do universo”, e a seu marido, Thomas Aker, um pilar que enfrentou o câncer e a apoiou em cada passo.

 

Claudia, sua jornada é um farol para todos nós. Que sua tese inspire o mundo, assim como sua resiliência nos motiva no X e além. Leitores, acessem o link da tese, leiam a dedicatória e celebrem com a Claudia. 

Vamos compartilhar essa história no X com #ResiliênciaClaudiaAker. Porque, como ela nos ensina, o mérito pertence a quem luta – e você, Claudia, conquistou tudo.

A história de Claudia, em suas próprias palavras:

“Cheguei aqui nos EUA, achando que quem é bom será bom em qualquer lugar. Trouxe comigo todo o orgulho alimentado no Brasil. Saí do Leblon para Jurerê Internacional, e de lá para os EUA. Fui convidada para “n” exposições de arquitetura, tive o meu nome publicado em revistas e apareci na RBS TV falando sobre o meu espaço da Casa Cor. Cheguei aqui cheia de mim, e do orgulho das minhas conquistas.

Aprendi com os anos, aqui nos EUA, a desinflar o ego, o famoso “It’s not about you”(não é sobre vc). Aprendi a sair dos holofotes e dar espaço ao outro. Me lembro da Vitória me dizendo: “mãe, olha a fila” “mãe, não fica no meio do corredor” “mãe, você está falando muito alto”… Ela já estava no sistema, eu ainda não.

Depois de 14 anos, e alguns empregos que me afastaram da minha profissão, finalmente consegui concretizar o meu sonho, e incluiu voltar a estudar para poder exercer a minha profissão.

Parabéns à PUC do Rio, impecável na transcrição do currículo, e lamentável a postura da UNISUL, com carimbo duvidoso e nota faltando, tudo rejeitado pelo departamento de educação. Tive que fazer novo requerimento para que corrigissem e alterassem o carimbo, ou colocassem selo seco. Tudo isso para ser aceita na universidade daqui. Poderia ter ido para um Master, mas isso não me daria o título de arquiteto aqui.

Consegui e entrei, a turma era de jovens, que poderiam ser meus filhos, todos sonhando em ser arquitetos. Sofri muito bullying, a princípio achei que era por ser mais velha e por ter sotaque, mas a verdadeira razão era outra: competição, por ter sempre os meus trabalhos escolhidos e receber prêmios. Eles são super competitivos, já crescem assim, não queriam perder sempre, e fizeram grupinhos para reclamar com o professores, diziam que eles me favoreciam. Ouvi isso de uns 3 professores.

Apesar da minha experiencia na área, eles se esqueceram como tudo para mim foi mais difícil, pela língua, mas principalmente por eu não ter nascido na geração iPhone. Aprendi todos os novos programas, com muito mais lentidão do que eles.

Fui aprendendo também, e aos poucos, como me “comportar”, como colocar o orgulho de lado, e nos últimos anos comecei a trabalhar totalmente em silêncio. Fui aprendendo que “It’s not about me”, não é sobre mim. Aqui o senso de comunidade é muito forte, e todos tem chance. Esses anos me mostraram que não sei tudo, e com isso me tornei mais humilde, e vi que há muito espaço para melhorias e aperfeiçoamento. Vi que aqui não importa a raça, a cor, o background social, ou a origem, o mérito é de quem o conquista.

Ontem fui surpreendida com os jovens da minha turma, me chamando para tirar fotos com eles, e me apresentando aos pais, que me disseram: “você, ajudou o meu filho, seremos sempre gratos” ou “você foi inspiração p minha filha” ou ainda “ouvimos o seu nome várias vezes em nossa casa”.

Tudo isso mostra que tudo valeu a pena, impactei muitos jovens, algumas famílias, mostrei paixão e resiliência, mostrei que não há limites quando a gente tem um sonho, e “apresentei” Deus a alguns deles, que testemunharam coisas incríveis …

Termino esse ciclo com uma gratidão enorme ao meu marido, que é a coluna da minha casa, e que me incentivou, me ouviu, me abraçou, e torceu por mim a cada queda e a cada vitória. Que me disse que era possível quando eu achava impossível, e que orou por mim todo esse tempo. Que teve câncer durante esse período, e ainda está sob tratamento, mas que nunca reclamou de nada para não me tirar do foco. 

Mr. Thomas Aker você é um gigante!

Meus amigos, que esse registro sirva de inspiração a todos vocês… Muitos só relatam os louros, nunca os tombos, atrás das imagens de sucesso há sempre uma história Amigos queridos, compartilho o link da minha tese… MODULARITY RESILIENCE, que é uma proposta de arquitetura modular para mitigar problemas dos “refugiados” das enchentes.

Aos que não se lembram, eu disse na época da tragédia do Rio Grande do Sul que mudaria a minha tese.

Estudei durante um ano para trazer uma solução possível, e com isso também jogar luz no problemas dos desabrigados das enchentes.

O fato da tese ser publicada é uma vitória imensa principalmente por ser nos EUA.

Desde sábado tem sido um xororô danado, e hoje não podia ser diferente ao participar de um “brunch” na universidade com os professores o meu professor mais difícil, que sempre queria mais e mais, limite para ele não existia, fez um discurso sobre nunca desistir dos sonhos e me citou por eu ter demonstrado uma grande paixão pelo que faço, a arquitetura, etc... A menção foi emocionante 

Recebi de dois deles indicação para PHD, uma em Columbia, por ora paro por aqui e vou para o mercado de trabalho!

… Depois de clicar no link verão o botão “download”, clique nele e vocês verão todas as páginas  (digitalcommons.kennesaw.edu/barch_etd/418/ )"

Que essa história de Claudia, possa servir de inspiração para todos os que estão começando ou enfrentando dificuldades em sua trajetória, seja no Brasil ou no eexterior . Parabéns, Cláudia. 

Com admiração,

Sérgio Júnior 

O link da tese 

digitalcommons.kennesaw.edu/barch_etd/418/

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Sérgio Junior
Sérgio Junior
Sérgio Júnior é um escritor e pensador brasileiro, graduado em artes da teologia, membro n°23 da Academia Internacional de Literatura Brasileira de NY (AILB).
Um romancista ficcional, analista de cenários sociais, poeta e filósofo.
Em 2021 e 2022, disputou os prêmios de destaque literário pela Focus Brasil na AILB, idealizado por Nereide Lima e na premiação "Melhor do Brasil na Europa ", pela revista "High Profile Magazine" na Inglaterra, por causa do sucesso do livro "Eu no seu funeral" lançado pela CRV editora no Paraná.

Recentemente, Sérgio Júnior tem sido notícia em vários portais na internet , por seu livro " O SEGREDO DOS NEGROS VENCEDORES " lançado em 2023.

Site do autor na Amazon.

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