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CORRUPÇÃO EM CONGONHAS

AGENTE DA PF ACUSADO DE FACILITAR CRIMES

Maria Rosa M Pires
Por: Maria Rosa M Pires
02/05/2025 às 14h31
CORRUPÇÃO EM CONGONHAS

Um grave caso de suspeita de corrupção abala o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, envolvendo Philipe Roters Coutinho, um agente da Polícia Federal (PF) com 27 anos de carreira. O Ministério Público Federal (MPF), em denúncia apresentada em 1º de maio de 2025, acusa Coutinho, que atuava na segurança do aeroporto, de liberar o acesso de suspeitos a áreas restritas, como hangares e salas de embarque, em troca de propinas. A investigação, conduzida pela Polícia Federal, aponta que ele facilitava a entrada de indivíduos ligados a atividades ilícitas, como contrabando e tráfico de drogas, comprometendo a segurança de um aeroporto por onde passam 22 milhões de passageiros anualmente, segundo a Infraero. O caso, iniciado após denúncias anônimas, resultou na suspensão de Coutinho de suas funções.

Coutinho, de 52 anos, é um agente federal experiente que ingressou na PF em 1997, após atuar como advogado na Bahia. Formado em Direito pela Universidade Católica de Salvador, com pós-graduação em Direito Penal e Segurança Pública, ele participou de missões diplomáticas em Londres entre 2015 e 2018 e integrou a CPI das Bets em 2024, que investigou casas de apostas. Contudo, sua reputação agora está manchada por sérias acusações. Além do caso de Congonhas, Coutinho é implicado em um esquema de fraudes de R$ 6,3 bilhões no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), descoberto durante a Operação Sem Desconto, em 23 de abril de 2025. Durante uma busca em seu apartamento no Jardim Paulista, a PF apreendeu US$ 199.600 (cerca de R$ 1,1 milhão) em dinheiro vivo, computadores, três pistolas e mais de 600 munições. Imagens de câmeras de segurança de 28 de novembro de 2024 mostram Coutinho escoltando o procurador do INSS Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho e o empresário Danilo Berndt Trento por áreas restritas, utilizando uma viatura oficial da PF, uma conduta considerada ilegal.

As acusações expõem vulnerabilidades em Congonhas, um dos aeroportos mais movimentados do Brasil, que atende 22 milhões de passageiros por ano. O MPF investiga outros possíveis cúmplices, mas a falta de transparência em contratos de terceirização no aeroporto dificulta o avanço. O advogado de Coutinho, Cristiano Barros, nega seu envolvimento no esquema do INSS, afirmando que ele “não tem qualquer conexão” com as fraudes. O jurista Renato Salles destacou que a atuação de um agente da PF em crimes dessa natureza abala a credibilidade das instituições.

Resta evidente que a corrupção ameaça a segurança pública, e que a justiça precisa ser firme na luta contra os crimes.

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