Quinta, 15 de Maio de 2025
15°C 23°C
São Paulo, SP

DIA DO TRABALHADOR ESVAZIADO: AUSÊNCIA DE LULA E DECLÍNIO SINDICAL EXPÕEM DESCONEXÃO DO GOVERNO COM O POVO

.

Maria Rosa M Pires
Por: Maria Rosa M Pires
01/05/2025 às 15h18
DIA DO TRABALHADOR ESVAZIADO: AUSÊNCIA DE LULA E DECLÍNIO SINDICAL EXPÕEM DESCONEXÃO DO GOVERNO COM O POVO

O Dia do Trabalhador de 2025, celebrado nesta quinta-feira, deveria ser um momento de união e reflexão sobre os direitos dos brasileiros. Em vez disso, a marcha promovida por centrais sindicais na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, revelou um cenário de desânimo e desmobilização. A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, figura histórica do movimento sindical, foi o símbolo mais marcante do evento, que teve baixa adesão e público inferior a anos anteriores, segundo a Gazeta do Povo. Enquanto a grande mídia suaviza o fracasso do ato e exalta “conquistas trabalhistas” do governo, resta evidente a manipulação do 1º de Maio para autopromoção, em um contexto de inflação persistente, desemprego estrutural e crescente insatisfação dos trabalhadores. A verdade, para milhões de brasileiros, é que o governo está desconectado das reais demandas do povo.

A marcha na Esplanada, organizada por centrais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, reuniu menos de 5.000 pessoas, segundo estimativas, uma fração dos 20.000 esperados pelos organizadores. A ausência de Lula, que optou por compromissos privados, foi interpretada como uma tentativa de evitar novo constrangimento, após o fiasco de eventos anteriores, como o 1º de Maio de 2023, que teve público reduzido.

A decisão do presidente contrastou com sua imagem de líder sindical, reforçando críticas de que o governo prioriza narrativas em vez de ações concretas.

A crise de representatividade dos sindicatos é inegável. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de sindicalização caiu de 14,4% em 2012 para 9,2% em 2023, com apenas 11,2 milhões de trabalhadores filiados. A Reforma Trabalhista de 2017, que acabou com a contribuição sindical obrigatória, acelerou esse declínio, mas a desconexão com as demandas atuais também pesa. A PNAD Contínua de 2024 revela que 8,6% da força de trabalho (9,3 milhões de pessoas) estão desempregadas, enquanto a inflação acumulada até março de 2025, de 5,26% pelo IPCA, corrói o poder de compra. Alimentos básicos, como arroz e feijão, subiram 12,3% em 12 meses, segundo o IBGE, mas os sindicatos, alinhados ao PT, focaram em discursos genéricos sobre “direitos”, evitando críticas diretas ao governo.

Só ‘para variar’, a ‘grande mídia’ minimizou o esvaziamento do ato, destacando falas de líderes sindicais sobre “avanços” como o reajuste do mínimo acima da inflação (R$ 1.531 em 2025, segundo o Ministério da Economia). Essa narrativa, porém, ignora os escândalos que fragilizam a gestão Lula. O ministro do Trabalho e Previdência, Carlos Lupi, foi alvo de críticas por Josias de Souza, da UOL, por sua insistência em permanecer no cargo, apesar de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que 1,9 milhão de aposentados sofreram descontos indevidos em seus benefícios, com prejuízos estimados em R$ 1,2 bilhão. Lupi, aliado histórico do PT, é blindado pelo governo, enquanto trabalhadores enfrentam filas e atrasos no INSS.

O 1º de Maio foi reduzido a um palanque político, com o governo usando a data para promover uma imagem de “defensor dos trabalhadores” que não condiz com a realidade. A carga tributária, que consome 38,25% do preço de produtos essenciais (Impostômetro, 2025), e a falta de reformas estruturais, como a tributária prometida para 2024, agravam a crise. Um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, de março de 2025, mostra que 64% dos brasileiros desaprovam a gestão econômica de Lula, com 58% citando a inflação como principal problema. A ausência de propostas concretas para reduzir o custo de vida, como a desoneração de itens da cesta básica, reforça a percepção de que o governo está em distopia com as necessidades do povo.

O contraste com o passado é gritante. Durante a gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022), o 1º de Maio era palco de manifestações espontâneas da direita, com milhares de trabalhadores defendendo pautas como liberdade econômica e redução da burocracia. Em 2025, atos conservadores, como o de 6 de abril na Avenida Paulista, que reuniu 15 mil pessoas, são ignorados pela mídia mainstream, que prefere enaltecer eventos governistas. A hipocrisia de Lula, que se diz líder dos trabalhadores, foge do povo no 1º de Maio, o que é um sinal claro da fraqueza política e desrespeito aos trabalhadores.

O Dia do Trabalhador de 2025 expôs a falência do modelo sindical e a desconexão do governo Lula com os brasileiros que lutam para sobreviver à inflação e ao desemprego.

Suavizar o fracasso do ato e blindar o governo, trai o compromisso do ‘jornalismo’ com a verdade, silenciando a insatisfação de milhões.

Sem honestidade e ações concretas, o Brasil continuará refém de um governo que celebra o passado enquanto ignora o presente.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários