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CORREIOS: UMA ROTA ANTIGA

Um fantasma no governo Lula

Sergio Junior
Por: Sergio Junior
23/04/2025 às 22h16 Atualizada em 23/04/2025 às 22h40
CORREIOS: UMA ROTA ANTIGA

Fraudes nos Correios em 2025: Um Eco dos Escândalos do Passado na Gestão Lula?


Os Correios, uma das maiores estatais brasileiras, voltam ao centro das atenções em 2025 com novos casos de fraudes e um rombo financeiro bilionário, reacendendo debates sobre má gestão e corrupção. Esses episódios, que envolvem desde desvios de encomendas até golpes digitais, ecoam escândalos do passado, especialmente durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), quando a estatal enfrentou crises como o escândalo do Mensalão e irregularidades no fundo de pensão Postalis. Este texto analisa os casos recentes, conectando-os aos problemas históricos e questionando se há um padrão de vulnerabilidades sob a gestão petista.


Fraudes Recentes nos Correios (2025)
Em 2025, os Correios enfrentam uma série de denúncias de fraudes que comprometem sua credibilidade e finanças:


Esquema no Espírito Santo: Em fevereiro, a Polícia Federal deflagrou uma operação que afastou um funcionário dos Correios e envolveu um ex-funcionário em um esquema de desvio de encomendas. Eles fraudavam o seguro de extravio, postando pacotes, simulando perdas e solicitando indenizações, gerando um prejuízo de R$ 1 milhão em dois anos. Os suspeitos podem responder por estelionato qualificado e peculato-furto, com penas de até 22 anos.

Golpe do Falso Concurso:

Um golpe sofisticado usou inteligência artificial para criar um vídeo falso, simulando um concurso público dos Correios com 7.200 vagas. Divulgado nas redes sociais, o esquema direcionava vítimas a um site que cobrava R$ 87,60 via Pix como taxa de inscrição. Os Correios desmentiram o edital, e o influenciador Jeck Ferraz, cuja imagem foi manipulada, alertou sobre a fraude.
Outras Fraudes Regionais:
Rio Grande do Norte (2024): A PF investigou uma fraude de R$ 2,7 milhões na plataforma Correios Fácil, com uso de dados de empresas fictícias para venda de etiquetas de postagem.

Pará (2024):

A Operação Cartas Marcadas desarticulou um esquema em Piçarra, onde uma gerente dos Correios e familiares fraudavam indenizações, causando prejuízo de R$ 54,8 mil.

São Paulo (2024):

Em Cedral, a Operação Decipi revelou fraudes em códigos de rastreio para simular extravios, com prejuízo de R$ 40 mil.
Golpes Digitais contra Consumidores: Os Correios alertaram sobre o “Golpe do SMS”, em que mensagens falsas solicitam taxas para liberar encomendas, direcionando vítimas a sites fraudulentos. A estatal recomenda verificar encomendas apenas por canais oficiais.
Além das fraudes, a estatal enfrenta uma crise financeira grave. Em 2024, os Correios registraram um prejuízo de R$ 3,2 bilhões, o maior da história, representando 50% do déficit de 20 estatais federais. Em janeiro de 2025, o prejuízo mensal chegou a R$ 424 milhões, e a empresa alertou para o risco de insolvência.


Conexão com Escândalos do Passado

Os problemas atuais dos Correios têm paralelos inquietantes com escândalos das gestões de Lula (2003-2010), período marcado por denúncias de corrupção sistêmica que envolveram a estatal diretamente:


Mensalão (2005):

Um dos maiores escândalos da história brasileira, o Mensalão revelou um esquema de compra de votos no Congresso, liderado por figuras do PT, como José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil de Lula. Os Correios estiveram no epicentro do caso, quando um vídeo de 2004 mostrou Mauricio Marinho, então chefe do Departamento de Contratação da estatal, recebendo propina. O caso expôs um esquema de desvio de recursos públicos e pagamento de propinas para apoiar a base aliada de Lula. Apesar de Lula negar envolvimento, o escândalo abalou a imagem do PT e resultou na condenação de 25 pessoas, incluindo Dirceu.


Postalis (2006-2011):

O fundo de pensão dos funcionários dos Correios, Postalis, foi alvo de investimentos fraudulentos entre 2006 e 2011, durante os governos Lula e o início da gestão Dilma Rousseff. O desfalque, estimado em bilhões, envolveu aplicações em fundos de alto risco e empresas de fachada, comprometendo a aposentadoria de milhares de trabalhadores. A gestão do Postalis era influenciada por indicados políticos, incluindo nomes ligados ao PT. Em 2024, os Correios assumiram uma dívida de R$ 7,6 bilhões para cobrir parte do déficit do fundo, agravando a crise atual.
Outras Irregularidades: Durante o primeiro mandato de Lula, aliados próximos, como o senador Renan Calheiros e o ministro Silas Rondeau, foram investigados por corrupção, incluindo favorecimento em contratos públicos. Embora Lula não fosse alvo direto, as denúncias reforçaram a percepção de um governo permeado por “oportunistas e figuras obscuras”, como apontou David Fleischer, da Transparência Brasil.


Paralelos e Diferenças

Os escândalos de 2025 e do passado compartilham características preocupantes:
Fraudes Internas: Tanto no Mensalão quanto nos casos recentes, funcionários dos Correios desempenharam papéis centrais, explorando brechas em processos de indenização, postagem e contratos.

Impacto Financeiro:

O rombo atual de R$ 3,2 bilhões em 2024 supera o prejuízo de R$ 2,1 bilhões de 2015 (governo Dilma), mas reflete problemas estruturais semelhantes, como má gestão e falta de investimento.
Indicações Políticas: A nomeação de Fabiano Silva dos Santos, presidente dos Correios desde 2023, ligado ao grupo Prerrogativas e próximo de Zeca Dirceu (filho de José Dirceu), levanta questões sobre influência política na estatal, um padrão visto nos escândalos do Postalis e Mensalão.
No entanto, há diferenças:


Escopo: O Mensalão envolveu corrupção política em larga escala, enquanto as fraudes de 2025 são mais localizadas, focadas em desvios operacionais e golpes digitais.

 

Resposta do Governo:

Lula, em 2025, cobrou um plano de reestruturação de Fabiano Silva, que atribui o rombo à “herança” do governo Bolsonaro, marcado por tentativa de privatização. Em contraste, no Mensalão, Lula negou conhecimento do esquema, e a resposta foi mais defensiva.


Críticas à Gestão Atual


A gestão Lula em 2023-2025 enfrenta críticas por decisões controversas:
Gastos com Patrocínios: Apesar do déficit, os Correios gastaram R$ 38,4 milhões em patrocínios, incluindo R$ 6 milhões no Lollapalooza e R$ 1,3 milhão em um evento com Lula, o Encontro de Novos Prefeitos 2025. A estatal justifica os gastos como reposicionamento de marca, mas críticos veem desperdício.


Falta de Transparência:

O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga manobras contábeis, como a decisão de Fabiano Silva de não recorrer em uma ação trabalhista de R$ 600 milhões, impactando o orçamento.


Rombo do Postalis:

A assunção de R$ 7,6 bilhões para cobrir o déficit do fundo, legado de fraudes passadas, sobrecarrega as finanças atuais, sem que a gestão apresente soluções claras.

Contexto Crítico:

Um Padrão Petista?

Os Correios, sob Lula, parecem repetir um ciclo de crises financeiras e fraudes que marcaram gestões petistas anteriores. A estatal lucrou em três dos quatro anos do governo Bolsonaro (2019-2021), mas voltou ao vermelho em 2023 (R$ 597 milhões) e 2024 (R$ 3,2 bilhões). A atual gestão culpa o “sucateamento” do governo anterior, mas críticos apontam que a reversão da privatização e a falta de reformas estruturais aprofundaram a crise.
A conexão com o passado é reforçada pela influência de figuras ligadas ao PT, como Fabiano Silva, e pela reincidência de problemas no Postalis, que remontam aos governos Lula-Dilma. A narrativa de má gestão é alimentada por decisões como suspender contratações e rever contratos apenas após o rombo se tornar insustentável, enquanto gastos com patrocínios são mantidos.

Conclusão

As fraudes nos Correios em 2025, somadas ao prejuízo recorde, reacendem memórias dos escândalos do Mensalão e Postalis, sugerindo que a estatal permanece vulnerável a desvios e má administração. Embora os casos atuais sejam menos amplos que os do passado, a presença de indicados políticos e a falta de transparência em decisões financeiras alimentam suspeitas de um padrão sob gestões petistas. Para reverter a crise, os Correios precisam de reformas profundas, maior rigor na fiscalização interna e uma estratégia clara para recuperar a sustentabilidade financeira. Sem isso, a estatal corre o risco de repetir os erros do passado, comprometendo sua relevância e a confiança dos brasileiros.


Fontes: Informações compiladas de reportagens da Polícia Federal, G1, Veja, Folha de S.Paulo, Gazeta do Povo, Poder360, Estadão, Reuters.

Sérgio Júnior 

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Sérgio Junior
Sérgio Junior
Sérgio Júnior é um escritor e pensador brasileiro, graduado em artes da teologia, membro n°23 da Academia Internacional de Literatura Brasileira de NY (AILB).
Um romancista ficcional, analista de cenários sociais, poeta e filósofo.
Em 2021 e 2022, disputou os prêmios de destaque literário pela Focus Brasil na AILB, idealizado por Nereide Lima e na premiação "Melhor do Brasil na Europa ", pela revista "High Profile Magazine" na Inglaterra, por causa do sucesso do livro "Eu no seu funeral" lançado pela CRV editora no Paraná.

Recentemente, Sérgio Júnior tem sido notícia em vários portais na internet , por seu livro " O SEGREDO DOS NEGROS VENCEDORES " lançado em 2023.

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