O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está novamente no centro de um escândalo bilionário, conforme reportado pelo Estadão em 23 de abril de 2025. A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), investiga fraudes de R$ 6,3 bilhões em descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões, ocorridas durante o atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, iniciado em 2023.
Este é o segundo grande caso de fraude no INSS apontado pelo jornal durante este governo, levantando sérias preocupações sobre a segurança financeira dos aposentados brasileiros.
Recorrência de Fraudes no Governo Lula
Segundo o Estadão, este não é o primeiro escândalo envolvendo o INSS na gestão atual. Em março de 2024, o jornal já havia denunciado tentativas do INSS de ocultar irregularidades na concessão de aposentadorias, com esquemas que beneficiavam grupos específicos em detrimento dos idosos.
Agora, a Operação Sem Desconto revela um esquema sofisticado de descontos indevidos, no qual entidades conveniadas ao INSS descontavam mensalidades de aposentados e pensionistas sem autorização. Esses descontos, que deveriam ser voluntários e aprovados pelos beneficiários, eram direcionados a associações e sindicatos que, muitas vezes, não prestavam os serviços prometidos, como assistência jurídica ou descontos em planos de saúde.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, indicado pelo ministro da Previdência Carlos Lupi, foi afastado por decisão judicial. Stefanutto, que assumiu o cargo em julho de 2023, é investigado por possível omissão ou envolvimento no esquema. O prejuízo de R$ 6,3 bilhões, acumulado ao longo do mandato de Lula, gerou uma crise política, com o Planalto cobrando explicações de Lupi e Lula decidindo pela demissão de Stefanutto.
Impacto Direto nos Aposentados
Os aposentados, já vulneráveis em um contexto de inflação e aumento do custo de vida, são as principais vítimas dessas fraudes. O desvio de R$ 6,3 bilhões compromete o fundo previdenciário, essencial para o pagamento de benefícios. Em 2023, o déficit da Previdência já alcançava R$ 300 bilhões, e especialistas alertam que novos rombos podem levar a atrasos ou cortes nos pagamentos. Além disso, a confiança no sistema foi abalada.
“Como vou saber se meu dinheiro está seguro se o INSS deixa isso acontecer?”, desabafa José Oliveira, 72 anos, pensionista há uma década.
A operação também expôs a fragilidade na proteção de dados dos segurados. A PF identificou que informações pessoais de aposentados eram usadas para simular adesões a associações, permitindo os descontos fraudulentos. Isso agrava um problema sistêmico: a falta de transparência e fiscalização no INSS, que já havia sido alvo de críticas no primeiro escândalo reportado pelo Estadão em 2024.
Futuro Incerto e Medidas Necessárias
O futuro dos aposentados depende de ações urgentes. A PF orienta que beneficiários verifiquem descontos indevidos pelo aplicativo Meu INSS e solicitem a exclusão ou bloqueio de mensalidades associativas não autorizadas. No entanto, a solução de longo prazo exige reformas estruturais. Especialistas sugerem maior digitalização do sistema, uso de inteligência artificial para detectar fraudes e punições mais severas para os envolvidos – que podem responder por crimes como corrupção, organização criminosa e lavagem de capitais.
O governo Lula enfrenta pressão para melhorar a gestão do INSS, cuja ineficiência tem sido um ponto de desgaste político. Filas para perícias, demora na concessão de benefícios e greves frequentes já prejudicam os segurados, e os escândalos de corrupção só agravam a situação. A operação apreendeu bens no valor de R$ 1 bilhão, mas recuperar os R$ 6,3 bilhões desviados será um desafio.
Proteger os Aposentados é Prioridade
Pela segunda vez no governo Lula, o Estadão revela fraudes bilionárias no INSS, expondo a vulnerabilidade de um sistema que deveria proteger os aposentados. Sem mudanças profundas – como maior transparência, tecnologia e responsabilização –, o futuro dos beneficiários permanece ameaçado. A Operação Sem Desconto é um alerta: é hora de priorizar a segurança dos aposentados e pensionistas, garantindo que o INSS volte a ser um pilar de confiança, e não um foco de corrupção.
Sérgio Júnior