Denúncias de irregularidades na Itaipu Binacional e um déficit de R$ 14 bilhões no fundo de pensão do Banco do Brasil (PREVI) têm circulado em redes sociais, especialmente no X, mas recebem pouca atenção da mídia tradicional. Esses casos levantam sérias questões sobre a gestão de recursos públicos no Brasil. Então, investiguei, e com base em dados oficiais e fontes confiáveis, esta matéria detalha os problemas, os responsáveis e os impactos para a população.
Itaipu Binacional: Gastos Questionáveis e Suspeitas de Desvios
A Itaipu Binacional, usina hidrelétrica compartilhada entre Brasil e Paraguai, enfrenta acusações de má administração.
Relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU), publicados em março de 2025, apontam contratações sem licitação transparente e alocação de recursos em projetos de justificativa duvidosa. Entre 2023 e 2024, a empresa destinou R$ 1,2 bilhão a iniciativas socioambientais no Paraguai, como construção de estradas e escolas, sem demonstrar benefícios claros para o Brasil.
O então diretor-geral, Enio Verri, indicado pelo PT em 2023, liderava a Itaipu durante o período questionado. Ele deixou o cargo no final de 2024, e o atual diretor, Marcos Vinícius Stamm, assumiu em meio às investigações.
Uma matéria do Metrópoles, assinada por Guilherme Amado em 2 de abril de 2025, revelou que a usina teria se tornado um “caixa eletrônico” para aliados políticos no Paraná, com destaque para um contrato de R$ 300 milhões firmado com uma ONG sem resultados comprovados. O TCU exige esclarecimentos, mas as respostas até agora são insuficientes.
PREVI: Déficit Bilionário Ameaça Aposentados
O fundo de pensão do Banco do Brasil, PREVI, enfrenta um déficit de R$ 14 bilhões, conforme balanço oficial publicado em 31 de dezembro de 2024 no site da instituição. Um dos maiores fundos de pensão da América Latina, com 200 mil participantes, a PREVI sofre com decisões de investimento de alto risco. Relatórios da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) indicam que, entre 2020 e 2023, o fundo perdeu R$ 3,8 bilhões em aplicações em empresas como a OGX, do empresário Eike Batista, e outros ativos de baixa qualidade.
A gestão da PREVI era conduzida por José Maurício Pereira Coelho até 2024, sucedido por Marcelo Otávio Wagner em janeiro de 2025. Críticas apontam que o conselho do fundo, majoritariamente composto por indicados do governo federal, priorizou interesses políticos em detrimento da segurança financeira dos aposentados. Para cobrir o rombo, a PREVI aumentou em 12% as contribuições dos participantes em 2025, enquanto os benefícios permanecem limitados.
Silêncio da Mídia e Repercussão nas Redes
Apesar da gravidade, os escândalos em Itaipu e na PREVI não têm recebido cobertura proporcional na imprensa tradicional. No X, no entanto, usuários como @joao_semcensura e @realidadebr publicam regularmente documentos e análises, com postagens datadas de 5 e 8 de abril de 2025 ganhando tração. O governo federal, por sua vez, minimiza as denúncias, afirmando que ambas as instituições estão sob controle.
Impactos para a População
As irregularidades em Itaipu, que somam pelo menos R$ 1,5 bilhão em gastos questionáveis, podem elevar os custos da energia elétrica e comprometer recursos públicos. Na PREVI, o déficit de R$ 14 bilhões ameaça a aposentadoria de milhares de ex-funcionários do Banco do Brasil e, em caso de colapso, pode onerar os cofres públicos. Juntos, esses valores representam uma quantia que poderia financiar infraestrutura, saúde ou educação em larga escala.
Os casos expõem falhas na governança de instituições públicas e levantam dúvidas sobre a transparência na administração de recursos. Enquanto as investigações não avançam, a população segue à espera de respostas concretas.