Um esquema bilionário sangrou o INSS, desviando recursos de aposentados e pensionistas. Hoje, o governo anunciou ações para recuperar R$ 1 bilhão, mas o prejuízo total pode chegar a R$ 6,3 bilhões.
O Esquema
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, comanda a resposta às fraudes. Ontem, 14 de maio, ele detalhou a Operação Sem Desconto, lançada em 23 de abril pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU). “Protegeremos os aposentados e puniremos os culpados”, afirmou, segundo o Ministério da Justiça. As fraudes, iniciadas em 2019, envolveram descontos indevidos de R$ 30 a R$ 50 em benefícios, afetando 4,1 milhões de segurados, conforme o Ministério da Previdência Social.
Associações como a Ambec, que faturou R$ 91 milhões em 2023, cobravam mensalidades sem autorização, segundo a CGU. A PF identificou 11 entidades suspeitas, falsificação de assinaturas, e servidores do INSS envolvidos, como o ex-presidente Alessandro Stefanutto, demitido em abril. Bens apreendidos, incluindo R$ 41 milhões em carros de luxo e joias, revelam a escala do esquema.
Ações e Impactos
O governo começou a devolver descontos via Meu INSS, com notificações a 9 milhões de beneficiários, segundo a Advocacia-Geral da União. A CGU bloqueou R$ 2,56 bilhões em bens, e o TCU apura outros responsáveis. Biometria e cruzamento de dados reforçarão a fiscalização. O INSS, que pagou R$ 1 trilhão em 2024, enfrenta 10 mil vagas ociosas, dificultando controles, segundo o Conass.
O rombo abalou a confiança no INSS, e a oposição cobra uma CPI, com 185 assinaturas protocoladas, conforme a Câmara dos Deputados. Nas redes sociais, há apoio ao ressarcimento, mas exigência de punições. O contribuinte, que banca o sistema, quer justiça. Lewandowski tem a missão de resgatar o INSS, mas precisa de mais que boas intenções.