O Brasil registrou uma queda de 3,8% nos homicídios em 2024, com 39.000 casos, segundo dados do Ministério da Justiça, mas a violência urbana está longe de ser controlada. Crimes como roubo cresceram 7%, com 1,2 milhão de ocorrências, e a violência contra mulheres aumentou 5%, com 245 mil casos de agressão registrados, conforme o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp).
Cidades como São Paulo, com 14% mais assaltos em áreas centrais, e Recife, onde os roubos a pedestres subiram 11%, segundo o Instituto de Segurança Pública, são exemplos do problema. Apenas 22% dos brasileiros se sentem seguros, conforme pesquisa Datafolha de abril, que entrevistou 2.000 pessoas com margem de erro de 2 pontos percentuais.
A sensação de insegurança é alimentada por crimes que afetam o dia a dia: furtos aumentaram 8,5% em 2024, e roubos de veículos cresceram 6%, totalizando 320 mil casos, segundo o Sinesp. O Nordeste concentra 35% dos crimes violentos, com estados como Pernambuco e Ceará enfrentando taxas de roubo 20% acima da média nacional.
A falta de policiais é crítica. O Brasil tem 1,8 agentes por mil habitantes, abaixo dos 2,2 recomendados pela ONU, e 15% das vagas em polícias estaduais estão desocupadas, conforme o IBGE. Investimentos em segurança também são insuficientes, com apenas 18% do orçamento de 2024 do Ministério da Justiça tendo sido destinado à prevenção, e R$ 1,4 bilhão gastos em operações pontuais, segundo o Portal da Transparência.
As políticas públicas do governo Lula, como o reforço da Operação Escola Segura, que mobilizou 3.500 policiais em 2024, não estão segurando a onda de violência. A ausência de programas sociais robustos, como capacitação para jovens em áreas de risco, e a falta de integração com políticas de educação limitam os resultados. O governo destinou apenas 2% do orçamento da segurança para prevenção comunitária, enquanto 60% foi para armamento e viaturas, segundo o TCU.
Dados oficiais podem destacar a queda nos homicídios, mas o medo nas ruas, com famílias evitando espaços públicos e mulheres com medo de andar sozinhas, conta uma história diferente. São necessárias estratégias que ataquem as raízes dos problemas de segurança pública o quanto antes.