A educação brasileira, já marcada por desafios estruturais como evasão e baixa qualidade, enfrenta uma crise silenciosa - a crescente imposição de pautas progressistas que, para muitos, entra em choque com valores familiares tradicionais.
Um caso internacional ilustra bem essa tensão - Uma criança britânica foi expulsa de uma creche por suposto “abuso contra orientação sexual e identidade de gênero”, um incidente que ecoa preocupações globais sobre a ideologização do ensino. No Brasil, esse debate é sufocado pela ‘grande’ mídia, que enaltece a “equidade educacional” sem questionar seus impactos. A infiltração de ideologias progressistas nas escolas ameaça a liberdade dos pais e a formação moral das crianças, um tema que exige clareza e honestidade para ser enfrentado.
O caso britânico, amplamente discutido nas redes sociais, reflete uma tendência que começa a se manifestar no Brasil. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), regulamentada pelo Ministério da Educação (MEC) e obrigatória para todas as escolas, incorpora conceitos de “diversidade” e “inclusão” que abrem espaço para pautas como ideologia de gênero e ativismo social. No lugar das disciplinas de português, matemática ou ciências, escolas passaram a se concentrar em assuntos como ideologia de gênero, LGBT, reforma agrária e outras causas defendidas por professores de esquerda”. Essa percepção é reforçada por pais e movimentos como o Escola sem Partido, que, segundo a SciELO Brasil, ganhou força ao denunciar a “doutrinação” em sala de aula, embora seja acusado por setores progressistas de promover censura.
A crise educacional brasileira é agravada por números alarmantes. Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) de 2022 mostram que o Brasil ocupa a 53ª posição entre 65 países em educação, com 61% dos alunos do 5º ano incapazes de interpretar textos simples e 65% sem domínio básico de cálculos. Apesar de investir 6% do PIB em educação, acima da média da OCDE (5,5%), o país gasta mal. Para especialistas como Felipe Nery, o problema não é apenas financeiro, mas ideológico: “A fusão entre educação crítica-revolucionária e ensino pragmático para o trabalho instrumentaliza politicamente os alunos”. Essa visão demonstra que a influência de pedagogias inspiradas em Paulo Freire, patrono da educação brasileira desde 2012, prioriza a formação de “agentes transformadores” em vez de habilidades fundamentais.
Infelizmente, os principais veículos de informação frequentemente enaltecem pautas de “equidade educacional”, destacando políticas de inclusão e diversidade sem abordar os conflitos com valores familiares.
Um artigo da Folha, de 2020, sobre a trilogia “Pátria Educadora” da Brasil Paralelo reconheceu suas críticas ao modelo educacional, mas classificou suas respostas como “rasas” por atribuírem os problemas à esquerda, sem explorar a insatisfação de pais com conteúdos progressistas. Por outro lado, a Brasil Paralelo, em seu documentário “Pátria Educadora”, denuncia a “ideologização” do ensino, apontando que escolas públicas e privadas seguem a BNCC, que, segundo a entidade, reflete a doutrina freiriana de “educação militante”. Um post no X da Brasil Paralelo, de 24 de abril de 2025, destacou o episódio “Geração sem Gênero”, que explora como a ideologia de gênero entrou nas escolas, gerando reações de pais preocupados com a formação de seus filhos.
O conflito entre pautas progressistas e valores tradicionais é agravado pela desconexão entre escolas e famílias. A Pesquisa Atitudes pela Educação, do movimento Todos pela Educação (2014), revelou que 19% dos pais são “distantes” do ambiente escolar, enquanto apenas 12% acompanham ativamente o desempenho dos filhos. Para Gabriel Arruda, citado pela Brasil Paralelo, no documentário, a visão marxista de que a família é uma instituição opressora, presente em obras como A Origem da Família de Engels, afasta famílias cristãs e tradicionais, que veem a escola como uma extensão de seus valores. Um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, de março de 2025, indica que 58% dos brasileiros sentem que a fé cristã é desrespeitada na esfera pública, incluindo escolas, reforçando a percepção de que pautas progressistas conflitam com a moral familiar.
A Constituição Federal garante o direito à educação (artigo 205) e a liberdade de crença (artigo 5º), mas a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que regula o sistema educacional, é criticada por movimentos conservadores por centralizar o currículo no MEC, limitando a autonomia de pais e escolas confessionais. O movimento Escola sem Partido, embora arquivado em nível federal, inspirou leis municipais que tentaram coibir a “doutrinação de gênero”, mas foram suspensas por tribunais, como em São José do Rio Preto (SP). A Frente Nacional Escola Sem Mordaça, formada por coletivos progressistas, opõe-se a essas iniciativas, defendendo a inclusão de temas como diversidade e equidade, o que intensifica a polarização.
O fato é que a educação brasileira está em crise, não apenas por sua ineficiência, mas por se tornar um campo de batalha ideológico. Enquanto alguns exaltam a “inclusão” sem questionar seus impactos, milhões de famílias sentem seus valores ignorados. Casos como o da criança britânica expulsa por resistir a pautas de gênero são um alerta, e sem um debate honesto, o Brasil arrisca alienar pais e comprometer a formação de gerações. É hora de exigir que a escola respeite a família e priorize o aprendizado, não a ideologia, para que a educação volte a ser um instrumento de progresso, não de divisão.