A União Europeia (UE) planeja retaliar as tarifas americanas de 25% sobre aço e 10% sobre alumínio, impostas em 12 de março, com taxas sobre US$ 28 bilhões (26 bilhões de euros) em produtos dos EUA, como bourbon, motocicletas Harley-Davidson, jeans Levi’s e itens agrícolas. A medida, efetiva a partir de 1º de abril, responde à política protecionista de Donald Trump e sinaliza uma escalada nas tensões comerciais globais, conforme o Estadão. Canadá e México, igualmente atingidos, também preparam contra-ataques, ampliando o risco de um conflito econômico mundial.
Retaliação Europeia em Duas Fases
A UE, que exporta 3,7 milhões de toneladas de aço aos EUA anualmente (16% de suas exportações, segundo a Eurofer), teme perdas em um setor já pressionado pela China. Liderada por Ursula von der Leyen, a resposta inicial reativa tarifas de 2021, mirando bens simbólicos de estados republicanos, como o bourbon do Kentucky, enquanto uma segunda fase pode atingir mais US$ 19,6 bilhões em exportações americanas, incluindo têxteis e eletrodomésticos. Von der Leyen chama as tarifas de “injustificadas”, priorizando diálogo, mas prometendo unidade, ecoada pelo chanceler alemão Olaf Scholz. O comércio transatlântico, avaliado em US$ 1,5 trilhão por ano, está em risco.
Canadá Contra-Ataca com Força
O Canadá, maior fornecedor de aço e alumínio aos EUA, com US$ 12,6 bilhões exportados em 2024, respondeu com tarifas de 25% sobre US$ 20,6 bilhões em produtos americanos, de aço a computadores e equipamentos esportivos. Justin Trudeau classificou a medida de Trump como “inaceitável”, destacando a integração econômica bilateral. Uma segunda rodada, mirando até US$ 86 bilhões adicionais — incluindo carros e alimentos —, está pronta caso não haja recuo. O The New York Times alerta que isso pode elevar custos para consumidores em ambos os lados da fronteira, ameaçando cadeias de suprimentos.
México Busca Diálogo, Mas Prepara Resposta
O México, terceiro maior exportador de aço aos EUA (US$ 6,2 bilhões em 2024), enfrenta impactos severos. A presidente Claudia Sheinbaum anunciou tarifas retaliatórias, ainda em definição, mas insiste em negociar para evitar confronto. Marcelo Ebrard, ministro da Economia, questiona a lógica das tarifas, já que o México importa mais aço americano do que exporta. A demora no anúncio reflete cautela, mas a pressão interna cresce para proteger a indústria local, segundo o The Guardian, em um país já desafiado economicamente.
Trump e o Risco de Escalada
Sob a bandeira “America First”, Trump eliminou isenções da era Biden e ampliou as tarifas a todos os países, justificando-as como proteção à indústria nacional. Ele ameaça novas taxas, como, por exemplo, sobre vinhos europeus, se a retaliação avançar, conforme o Bloomberg. A Tax Foundation prevê que as tarifas reduzam o PIB dos EUA em 0,2%, com perdas dobradas pela resposta global. O Brasil, segundo maior exportador de aço aos EUA (US$ 4,1 bilhões em 2024), avalia opções, mas o silêncio do governo Lula preocupa o setor siderúrgico, destaca o Estadão.
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