A economia brasileira, segundo o governo, estaria em uma suposta onda de crescimento. Mas que crescimento é esse que não se vê no bolso do povo?
Reportagens recentes, da velha imprensa, alardeiam avanços econômicos, mas o cidadão comum segue esmagado por preços que não param de subir, com o grito de "tudo muito caro" ecoando nas ruas e nas redes sociais.
A inflação, essa velha conhecida, continua corroendo o poder de compra, enquanto medidas como a redução de impostos de importação para itens da cesta básica são vendidas como solução milagrosa. Alivia? Talvez um pouquinho. Resolve? Nem de longe.
O cenário fica ainda mais nebuloso quando se olha para os números oficiais, e fica evidente que o governo tem inflado suas estatísticas de emprego com uma criatividade que beira o absurdo: quem recebe Bolsa Família ou simplesmente desistiu de procurar trabalho, desde que tenha mais de 18 anos, entra na conta como "empregado". Isso mesmo, desemprego maquiado. Enquanto isso, as empresas que quebram – e não são poucas – simplesmente não aparecem no radar dessas contas. Quantas falências foram registradas só este ano? Os dados oficiais fogem dessa resposta como o diabo foge da cruz, e o silêncio sobre o fechamento de negócios é ensurdecedor.
Que avanços são esses, então?
O Produto Interno Bruto (PIB) até pode ter dado um suspiro, mas é um suspiro que não chega às pequenas e médias empresas, sufocadas por juros altos e falta de crédito.
O consumo das famílias, que deveria ser o motor desse tal crescimento, patina com salários achatados e crédito caro.
A redução de impostos de importação pode baratear o arroz e o feijão por um tempo, mas não toca na raiz do problema: a produção nacional segue enfraquecida, e a dependência de produtos de fora só aumenta. Some a isso a alta dos combustíveis e o dólar que flerta com os R$ 5,50, e o que se tem é um crescimento que parece mais uma miragem para inglês ver.
A realidade é cruel: o brasileiro trabalha mais, ganha menos e vê o dinheiro virar fumaça no supermercado. Enquanto o governo enfeita os números, o chão das fábricas que fecharam e os currículos que ninguém responde contam uma história bem diferente.
Se isso é avanço, alguém precisa explicar pra quem.