Ontem foi um dia de despedidas na família da presa política Juliana Gonçalvez Lopes Barros, 34 anos, mãe de Eva de 7 anos, Davi de 8 anos e João Guilherme de 17 anos. Mesmo com o seu processo em fase de julgamento do primeiro recurso da defesa junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), com data de término para amanhã, dia 28 de fevereiro, Juliana foi recolhida à Unidade Regional Prisional Feminina localizada em Luziânia, GO.
Ela foi condenada pelos ministros do STF a 17 anos de prisão ainda em dezembro de 2024 por estar em Brasília em 8 de janeiro de 2023, quando ocorreu a depredação dos prédios da República.
A prisão de Juliana pela Polícia Civil ocorreu diante dos três filhos, na tarde de ontem , quando foi levada para uma delegacia de polícia e, depois, conduzida para o presídio. A patriota já tinha sido presa em Brasília, onde ficou 84 dias junto com outras manifestantes de 8 de janeiro. Agora, Juliana estará entre criminosas de verdade.
Até ontem, Juliana era dona de casa e responsável por cuidar de todos os detalhes da vida das crianças. Mesmo utilizando a tornozeleira eletrônica, e com uma vida restrita por uma série de exigências do Supremo, ela dava conta de tudo e mantinha-se cumprindo rigorosamente todas as cautelares.
“Minha esposa nunca teve uma falta que justificasse ser presa preventivamente, sempre foi cuidadosa com todas as exigências do STF para garantir sua presença na família, enquanto aguardava o trânsito do processo no Supremo. Não entendo o motivo de terem levado Juliana antes dos recursos, porque ela nunca deu qualquer sinal de querer fugir”, diz o marido Paulo Henrique Barros Dias, 33 anos.
Paulo é barbeiro em Valparaíso de Goiás, onde a família reside, que fica a 24 km de onde a presa política encontra-se desde ontem. “Nossa família não entende a razão dessa prisão preventiva, as crianças não dormiram a noite toda por estarem em estado de choque. A impressão que temos é que estão antecipando a execução da pena”, diz, revoltada, Roberta Gonçalvez Lopes, 26 anos, irmã de Juliana.
Reunidos ao redor da mesa com a Dr. Valquíria Durães, a mãe de Juliana, Dona Jacimara Gonçalves Vernay; a sogra Leonildes Ferreira Barros; a irmã Roberta Gonçalves Lopes; o marido Paulo Henrique Barros Dias; e os filhos João Guilherme, Davi e Eva tomaram conhecimento de que nada pode ser feito para tirar Juliana da prisão.