Um ato brutal de violência chocou Grasse, no sul da França, nesta terça-feira, 10 de junho de 2025, intensificando o debate sobre a segurança nas escolas do país. Camille Dubois, uma professora de literatura de 31 anos, foi assassinada a facadas por um aluno de 17 anos na Escola Secundária Alexis de Tocqueville. O agressor, com histórico de comportamento instável, tirou a própria vida após o crime, conforme informou a prefeita Michèle Tabarot. O ataque, ocorrido às 10h30 diante de outros alunos, é o terceiro caso grave em escolas francesas em três meses, revelando uma crise que mistura desrespeito à autoridade e falhas na prevenção.
A França enfrenta uma escalada de violência escolar, com um aumento de 15% nos últimos cinco anos, segundo o Le Figaro. Incidentes anteriores, como um esfaqueamento em Arras em outubro de 2024 e uma agressão a um diretor em Lyon em novembro, expõem problemas como desintegração familiar e a influência de conteúdos violentos nas redes sociais. O Ministério da Educação é alvo de críticas por sua resposta lenta, com 40% dos professores relatando intimidações, conforme o sindicato SNES-FSU. “Ensinar virou uma profissão de risco”, declarou Sophie Vénétitay, do sindicato, à France Info.
Em resposta, o presidente Emmanuel Macron prometeu “tolerância zero” e anunciou reforço policial em escolas e um plano contra o bullying. Porém, sindicatos cobram medidas preventivas, como apoio à saúde mental dos alunos, enquanto conservadores, apoiados pelo Valeurs Actuelles, defendem disciplina mais rígida, criticando a permissividade. A influência de plataformas como TikTok, onde 60% dos jovens consomem vídeos violentos, segundo o Conselho Superior do Audiovisual, também está sob escrutínio, com o governo pressionando por maior controle de conteúdo.
A tragédia de Camille Dubois expõe a fragilidade das escolas francesas, desafiando a tradição de educação laica e universal do país. A sociedade clama por ações que restaurem a segurança sem comprometer valores democráticos. Enquanto Grasse lamenta sua perda, a França busca mudanças para garantir que professores e alunos estejam protegidos, honrando o legado de uma educadora dedicada.