A economia mundial entrou em estado de alerta após a divulgação de uma queda de 0,3% no Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2025, o pior resultado desde 2022. A retração, impulsionada por um déficit comercial ampliado em US$ 14 bilhões devido ao “tarifaço” de Donald Trump, sinaliza o risco de uma recessão global que ameaça diretamente o Brasil, onde 10,4% das exportações dependem do mercado americano, segundo o Ministério da Economia. Enquanto Lula e seus aliados insistem na narrativa de “recuperação econômica” do governo, o que se vê é a omissão sobre como a crise externa agrava a realidade interna, marcada por inflação persistente e ausência de reformas estruturais. Para milhões de brasileiros, a verdade é inegável: sem ações concretas, o país está à deriva em um cenário global hostil.
Os dados do Departamento do Comércio dos EUA, divulgados em 30 de abril de 2025, mostram que o PIB americano encolheu a uma taxa anualizada de 0,3%, contra expectativas de crescimento de 0,2%. A alta nas importações (50,9%), antecipada por empresas antes das tarifas de Trump, e a desaceleração na criação de empregos (62 mil vagas em abril, contra 147 mil em março, segundo a ADP) pesaram no resultado. A inflação nos EUA também subiu, com o núcleo do PCE (excluindo alimentos e energia) atingindo 3,5%, ante 2,6% no trimestre anterior. O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou sua projeção para o PIB americano em 2025 de 2,7% para 1,8%, alertando para “tensões comerciais” e incertezas políticas, com chances de recessão subindo de 25% para 37%. Esse cenário global impacta diretamente o Brasil, que exportou US$ 31,7 bilhões para os EUA em 2024, 10,4% do total, segundo o Ministério da Economia.
No Brasil, o impacto é agravado por vulnerabilidades internas. A WEG (WEGE3), gigante do setor industrial, reportou receita líquida estável de R$ 8,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025, mas alertou para pressões de custo devido à desvalorização do real (R$ 5,6770, alta de 0,83% em 30 de abril. A B3, bolsa brasileira, prevê desembolsos 15% maiores em 2025, sinalizando cautela no mercado financeiro. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu sua projeção de crescimento do PIB brasileiro de 2,4% para 2,3%, citando a desaceleração global e a alta da Selic, que atingiu 14,25% e deve subir a 14,75% na próxima reunião do Copom. A agropecuária, motor do PIB em 2024 (6% de crescimento, segundo a SPE), enfrenta riscos com a queda nas exportações (-2,5% no trimestre encerrado em janeiro, segundo a FGV).
A “resiliência” da economia sob Lula, defendida por seus aliados, destaca o PIB de 3,4% em 2024 (IBGE) e medidas como a isenção de ICMS na cesta básica, prevista para 2027 mas antecipada por alguns governadores. Essa narrativa, porém, ignora a tempestade que se aproxima. A carga tributária, que consome 38,25% do preço de produtos essenciais (Impostômetro, 2025), e a inflação de alimentos, como o salto de 9,52% nos ovos de Páscoa, corroem o poder de compra dos brasileiros. O IPCA acumula 5,26% até março de 2025, acima do teto da meta de 4,5%, segundo o IBGE, com projeções do Banco Central indicando 5,65% no ano. Alimentos no domicílio subiram 7,1% em 12 meses até fevereiro, pressionados por oferta restrita de proteínas e alta no trigo.
Fato é que a ausência de reformas estruturais para enfrentar o cenário externo está prejudicando o país. A reforma tributária, embora aprovada, só terá efeitos plenos em 2033, e a falta de controle do déficit público, que atingiu 2,3% do PIB em 2024, abala ainda mais nossa economia.