O cavalo no telhado no RS e o jumento na Presidência

O CAVALO NO TELHADO NO RS E O JUMENTO NA PRESIDÊNCIA DO BRASIL

A tragédia no Rio Grande do Sul, causada pelas enchentes, comove o país inteiro, que se organiza e se mobiliza para oferecer e enviar doações - vemos a solidariedade brasileira, o "povo pelo povo", mais uma vez agindo em torno de outra catástrofe para ajudar moradores de outros Estados, regiões. É lindo ver como o povo se une em meio a uma tragédia e faz das tripas coração para se doar, doar seu tempo, doar produtos de higiene, de limpeza, água, comida e o que mais for necessário para ajudar nossos irmãos afetados por tragédias (Foi assim quando houve o rompimento da barragem em Brumadinho, em Mariana, nas enchentes e deslizamentos de terra no Rio de Janeiro em 2011, nas enchentes em Santa Catarina em 2008, enchentes e deslizamentos de terra em Petrópolis no Rio de Janeiro, e outras catástrofes. O povo pelo povo. O povo se unindo em prol da mesma causa.

Muito provavelmente a imagem que mais marcou essa tragédia no Rio Grande do Sul em 2024 é a do cavalo no telhado de uma casa. Como ele foi parar ali? Como conseguiu sobreviver ali durante cinco dias sem se mexer, sem escorregar, cercado pelas águas barrentas, sem descansar? Sem que as telhas da casa se quebrassem com o seu peso? 

O país parou para acompanhar o drama do cavalo, apelidado de Cavalo Caramelo. Foi um resgate emocionante. Quando Caramelo estava finalmente são e salvo, a imagem dele deitado, fraco, desidratado, mas salvo, trouxe alento aos corações de todos. Houve até quem escrevesse carta ao cavalo, quem diria! E houve também - como sempre acontece em tragédias - quem tentasse se aproveitar da situação para aparecer como "herói" ou o "salvador da pátria" (neste caso específico, do Cavalo Caramelo).

Sem dúvida, a imagem do Cavalo Caramelo em cima do telhado tem tudo para ser uma das imagens mais emblemáticas dessa tragédia sem precedentes. E, como tantos, eu também me peguei pensando: "Como ele foi parar ali? Como ele conseguiu subir ali?"

Foi imediata a correlação que fiz com uma outra situação: o jumento que ocupa a Presidência do Brasil. Assim como o Cavalo Caramelo, eu me pergunto: como ele foi parar ali? Como ele conseguiu chegar lá? 

Claro que sabemos as respostas óbvias - que não podemos mencionar - e aquelas que podemos falar em voz alta, em especial a falta de coragem dos chamados "terceira via" em tomarem uma decisão e se absterem de votar. Em grande parte, culpa da tragédia que o Brasil está vivendo é deles - rombos absurdos nas contas públicas em menos de um ano e meio de desgoverno recheado de gafes nacionais e internacionais, um Presidente completamente sem popularidade que sequer tem coragem de aparecer em eventos públicos (e quando o faz... que fiasco!) e comete uma gafe em TODOS os eventos aos quais comparece - seja em uma fábrica de automóveis, ao se referir a uma menor aprendiz negra vencedora de uma bolsa de estudos para a Alemanha como "uma afrodescendente assim só pode gostar de um batuque"; ainda nessa linha, agradeceu ao Presidente de Cabo Verde "pelo que foi produzido durante a escravidão no Brasil" e, ainda nessa linha, em discurso à Assembleia Geral dos Povos Indígenas, Lula disse que "apesar de toda desgraça da escravidão, a vinda forçada de africanos para o Brasil causou uma coisa boa, que foi a mistura, a miscigenação." Os erros de desinformação são incontáveis - já errou o número de mortos pela pandemia da Covid-19 diversas vezes, números referentes à economia... um desastre. E foi eleito pela TERCEIRA vez após ter tido suas condenações por lavagem de dinheiro e corrupção anuladas pelo Supremo Tribunal Federal. Um verdadeiro marqueteiro, sempre soube trabalhar a sua imagem a seu próprio favor. Mas dessa vez o "feitiço" não está dando certo.

A popularidade de Lula tem caído vertiginosamente à medida em que aumentam impostos para conter os absurdos rombos na economia guiada por um desastrado Haddad; sua posição em relação à Palestina e apoio nítido ao grupo terrorista Hamas também causaram severos danos à sua imagem; o governo está afundando e os ratos estão pulando do barco. Diferentemente do Cavalo Caramelo no telhado, ninguém está fazendo qualquer esforço para salvar o jumento na Presidência - na verdade, o que vemos são pessoas se distanciando cada vez mais do jumento para terem mais chances de se elegerem nas eleições deste ano.

O jumento na Presidência está amargando consequentes derrotas no Congresso e no Senado; mas o que mais lhe dói é ver a sua popularidade despencando. E o que mais o enerva é ver que a popularidade de Jair Bolsonaro, seu rival nas eleições presidenciais de 2021, cresce a cada momento. Enquanto ninguém (nem seus apoiadores) quer saber sua agenda, o povo acompanha Jair Bolsonaro por onde ele vai - seja para comer pastel na feira da rua ou para participar de eventos da bancada do seu partido.

O mesmo STF que anulou as condenações de Lula para torná-lo elegível para concorrer contra Bolsonaro tornou este último inelegível para que ele não concorra nas próximas eleições. Que medo um homem honesto causa, não?

A pergunta que fica é: até quando o jumento vai se aguentar em cima do telhado, ciente de que ninguém se comoverá com o seu amargor e que ninguém virá para salvá-lo?

Tic-tac.