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2026: A ELEIÇÃO MAIS FILTRADA E CONTROLADA DA HISTÓRIA DO BRASIL

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Rodrigo Schirmer Magalhães
Por: Rodrigo Schirmer Magalhães
01/07/2025 às 12h48
2026: A ELEIÇÃO MAIS FILTRADA E CONTROLADA DA HISTÓRIA DO BRASIL

Estamos a um passo de uma eleição que será diferente de tudo o que já vimos. As regras do jogo foram alteradas, e, embora o impacto ainda não esteja totalmente visível, uma coisa é certa: 2026 será a eleição mais filtrada da história do Brasil. O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou decisões que vão mudar como candidatos fazem campanha, como partidos se posicionam e até como os eleitores consomem informações.

Essa mudança, aparentemente técnica, é, na verdade, um golpe certeiro em um dos pilares da democracia: o livre debate público. Entenda o que está em jogo e por que essa nova realidade favorece os grandes players enquanto cala vozes independentes.

 

O que mudou?
No dia 26 de junho de 2025, o STF decidiu que plataformas digitais podem ser responsabilizadas por conteúdos ilícitos sem a necessidade de ordem judicial. Ou seja, empresas como Instagram, Facebook e Twitter agora têm autonomia para remover conteúdos, restringir perfis e limitar alcances com base em critérios próprios – sem que um juiz precise intervir.

Na prática, isso é equivalente a criar uma nova lei, mas sem o aval do Congresso Nacional ou a participação da sociedade. Foi uma canetada de 11 ministros que mudou completamente o funcionamento do debate público no Brasil.

E o que isso tem a ver com as eleições?
Tudo. Com essa decisão, as plataformas passam a ser as novas árbitras do debate político. Um meme mais ácido, uma crítica contundente ou até um vídeo com teor polarizador podem ser removidos em questão de minutos. Isso transforma campanhas digitais em terrenos extremamente instáveis, onde o risco de censura é constante.

Os candidatos agora precisam redobrar o cuidado. Postagens espontâneas e discursos mais duros serão evitados. Qualquer deslize pode levar à exclusão de conteúdos ou à limitação do alcance, o que afeta diretamente a estratégia eleitoral. Assim, o tom da campanha será dominado pela autocensura e pelo medo de desagradar algoritmos ou interesses das plataformas.

 

O impacto no eleitor
O eleitor, por sua vez, será empurrado para uma bolha ainda mais restrita. As redes sociais, que já filtram conteúdos para entregar apenas o que “agrada”, agora terão ainda mais poder para decidir o que pode ou não aparecer. O feed será um território seguro, mas estéril – sem choque de ideias, sem debates reais.

O que parece ser uma internet mais “tranquila” é, na verdade, o silêncio imposto sobre aqueles que discordam. A pluralidade de opiniões será substituída por uma narrativa única, moldada por quem tem os meios e os recursos para influenciá-la.

Campanhas mais caras, menos acessíveis
Essa mudança favorece os grandes candidatos e partidos. Antes, era possível fazer barulho nas redes gastando pouco, apostando em criatividade e engajamento orgânico. Agora, o custo de uma campanha digital será muito mais alto. Além de marqueteiros, os candidatos precisarão de advogados especializados, consultores em gestão de riscos digitais e equipes inteiras dedicadas a navegar nesse ambiente altamente regulamentado.

Os pequenos players, que dependem da força de redes sociais para ganhar visibilidade, serão esmagados. O que era um espaço democrático está rapidamente se tornando um território dominado por grandes máquinas políticas, que têm os recursos necessários para lidar com essas novas regras.

Uma comparação que revela tudo
Na Europa, mudanças no ambiente digital foram conduzidas de forma democrática. O Digital Services Act, por exemplo, foi fruto de amplo debate público, consultas e prazos para adaptação. No Brasil? A decisão foi tomada sem aviso, sem discussão e sem transparência. Onze ministros decidiram, e você, eleitor, sentirá o impacto antes mesmo de entender o que mudou.

 

Como se preparar para o novo jogo?
Se você é candidato ou partido político e quer sobreviver em 2026, aqui estão os passos fundamentais:
→ Reforce seu time jurídico e de análise de redes sociais.
→ Revise toda a sua estratégia digital.
→ Crie canais próprios e independentes, como newsletters, aplicativos ou grupos fechados.
→ Estude profundamente as implicações da decisão do STF. Quem não dominar os detalhes dessa nova regra será vítima dela.
2026 marcará o início de uma nova era nas eleições brasileiras.
→ A liberdade de expressão será limitada como nunca antes.
→ O controle da informação estará concentrado nas mãos de poucos.

Quem não compreender as novas regras verá a derrota como inevitável, porque o jogo já estará definido antes mesmo de começar.

Por Rodrigo Schirmer Magalhães 
Cientista Político

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ALCIDES FREDERICO MORAES WERNERHá 2 semanas CamboriúTexto inteligente que demarca o novo mundo da CENSURA JUDICIAL no brasil, país DESgovernado que se afasta cada vez mais do palanque democrático e é afundado por martelos de togas aos calabouços da tirania e dos submundo da corrupção esquerdopata. Que saudades da minha doce e segura infância de governos militares, em sue a ditamole permitiu sermos DESgovernados pelo que aí está, onde uma mulher que não é nada no perfil oficial ou político é autorizada a se reunir com autoridades institucionais.
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Rodrigo Schirmer Magalhães - Batalha Cultural
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Cientista político pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi) e um dos fundadores do canal GUERRA da INFORMAÇĀO.
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