O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), iniciou nesta segunda-feira, 9 de junho, o interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, acusados de tentativa de golpe de Estado com base nos eventos de 8 de janeiro de 2023. A investigação, conduzida no âmbito do inquérito das milícias digitais, busca esclarecer se houve um plano orquestrado para desestabilizar as instituições democráticas após as eleições de 2022.
Os interrogatórios ocorrem em um momento de alta tensão política, com apoiadores de Bolsonaro denunciando o que chamam de perseguição judicial. O ex-presidente nega as acusações, afirmando que sempre defendeu a Constituição e que os atos de 8 de janeiro foram uma reação espontânea de manifestantes, não um golpe planejado. “Nunca falei em golpe, nunca incentivei violência. Querem me calar porque represento milhões de brasileiros que pensam como eu”, declarou Bolsonaro.
O caso reacende o debate sobre os limites do Judiciário e a polarização no Brasil. Para muitos conservadores, a investigação é uma tentativa de criminalizar a oposição, enquanto críticos do ex-presidente argumentam que as provas, incluindo mensagens e reuniões com militares, apontam para uma conspiração real. O desfecho do processo pode ter impactos profundos na política nacional, especialmente com a proximidade das eleições municipais de 2026.