Na tarde de ontem, 29 de junho, milhares de brasileiros tomaram a Avenida Paulista, em São Paulo, em um ato convocado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A manifestação, que continuou repercutindo hoje, 30 de junho de 2025, exigiu a anistia para os condenados pelos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Com faixas de “Justiça Já” e bandeiras do Brasil, o ato reuniu figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que criticou o governo Lula, mas evitou ataques diretos ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O evento reflete a insatisfação de parte da população com as decisões judiciais que resultaram em penas severas para os envolvidos no 8 de janeiro. Para os manifestantes, as condenações, algumas superiores a 17 anos, são desproporcionais e têm motivação política. “Essas pessoas não são criminosas, são patriotas que lutaram por liberdade”, declarou o deputado federal Flávio Bolsonaro durante o ato. A presença de políticos de Mato Grosso do Sul e outros estados reforça o caráter nacional da mobilização.
O governo Lula, por sua vez, mantém a narrativa de que os eventos de 8 de janeiro foram uma tentativa de golpe contra a democracia. O Planalto instruiu aliados a fortalecerem o discurso de que as punições são necessárias para evitar novos episódios de “extremismo”. A tensão entre os poderes se intensifica, com o STF sendo acusado por setores conservadores de extrapolar suas funções.
Para a sociedade brasileira, o ato na Paulista é um grito por justiça, mas o risco de polarização segue alto, enquanto o governo federal aposta em medidas como a taxação dos “super-ricos” para desviar o foco das críticas.