
Com toda certeza esquecerei de muitas perguntas que foram fartamente repetidas em 2019. Mas, procurei reunir algumas que considero as mais significativas, ou que a lembrança me permitiu reunir, porque suas respostas são fundamentais para entendermos, afinal, que país é esse.
Certamente, a mais importante de todas elas é: quem mandou matar Jair Bolsonaro.
Qualquer um que acredite que Adélio Bispo agiu sozinho apenas porque é louco pode acreditar também que Lula é inocente, porque trata-se de alguém sem o menor vínculo com a realidade.
E no bojo dessa mesma pergunta, seguem-se se outras, tão importantes quanto:
- Quem financiou Adélio Bispo?
- Quem pagou os advogados de Adélio Bispo?
- Quem autorizou a entrada de Adélio Bispo no Congresso Nacional no momento que ele esfaqueava Jair Bolsonaro em Juiz de Fora?
Politicamente menos importante do que a tentativa de assassinato de um candidato à presidência da república, mas importante por se tratar de um homicídio é: quem mandou matar Marielle Franco? E a importância dessa resposta não se resume ao mero esclarecimento do homicídio, mas serviria para pôr fim a uma celeuma que, aparentemente, a esquerda não faz a menor questão de esclarecer. O sentimento é de que Marielle Franco ainda precisará morrer muitas vezes enquanto for útil ao discurso da esquerda.
Outras duas questões que causam curiosidade e indignação ao mesmo tempo são:
- Por que STF tem tanto medo de Lula?
- Por que o STF tem tanto medo de Renan Calheiros?
Não existem respostas plausíveis para essas perguntas, mas são fatos que não se pode contestar. O STF passou 2019 criando condições para soltar Lula e aliviar a barra de Renan Calheiros, e conseguiu fazer as duas coisas. Derrubaram o entendimento que permitia prender após condenação em 2ª instância, soltaram o apedeuta, José Dirceu e outros corruptos, e derrubaram, um a um, 9 inquéritos contra Renan.
E isso leva a outras questões.
- Por que Bolsonaro escolheu Augusto Aras para a PGR?
- Quais ministros de tribunais superiores já foram delatados?
- Por que o inquérito inconstitucional de Toffoli e Moraes continua vigorando mesmo sendo ilegal?
- Por que o sorteador eletrônico do STF só escolhe Gilmar Mendes quando a ação envolve corruptos?
- Por que as investigações da Lava Jato em São Paulo não vão para frente?
- Por que delatores cumprem penas e pagam suas multas e os políticos e agentes públicos delatados não?
E essas questões levam a outras questões também carentes de esclarecimentos:
- Por que Dilma Rousseff não foi presa?
- Por que Guido Mantega não foi preso?
- Por que Aécio Neves não foi preso?
- Por que Romero Jucá não foi preso?
- Por que a delação de Antônio Palocci não produziu efeitos devastadores?
Não dá para não pensar que tudo isso não faça parte de um complô a favor da impunidade e do fim do combate à corrupção. Mas a coisa não para por aí. Outras perguntas aparentemente desconexas dessas tantas, no fundo tem tudo a ver com elas, pois serviram de pano de fundo para que o STF fizesse o “servicinho” ao qual se prestou.
- Quem financiou os hackers de Araraquara?
- Quem pagou os advogados dos hackers?
Como vemos, há mesmo muito mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia.
A ausência de respostas para tantas perguntas demonstra claramente que corruptos e protetores de corruptos ganharam importantes batalhas em 2019.
Em canetadas colegiadas e monocráticas do STF, associadas à criação e alteração de leis pelo Congresso Nacional e à falta de vetos significativos do presidente da república, apenas em 2019 retrocedemos no combate à criminalidade de colarinho branco e vimos serem destruídas as imensas conquistas de 5 anos da Operação Lava Jato.
Isso tudo nos leva a uma última pergunta, essa impossível de ser respondida nas poucas horas que ainda restam de 2019:
- O Brasil tem jeito com esses personagens que ocupam o legislativo e o judiciário?
Que 2020 seja um ano de mais respostas do que perguntas.
Bom ano novo! E que ele seja, de fato, novo.
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